A presidente do CDS-PP acusou
esta quarta-feira o ministro das Finanças de não ter "nenhuma
sensibilidade, nenhuma humanidade" para a saúde, defendendo que os
centristas vão "esperar para ver" a concretização das obras no
hospital de São João.
"Vamos esperar para ver. Foi
preciso um grande alarde público para arrancarmos do ministro das Finanças uma
declaração de que vai resolver. Estaremos atentamente a exigir essa
resolução", disse Assunção Cristas aos jornalistas sobre a garantia dada
por Mário Centeno no parlamento de que as obras na ala pediátrica do hospital
de São João, no Porto, vão avançar.
A líder do CDS-PP assinalou o dia
internacional de doença de Parkinson com um encontro com a Associação
Portuguesa da Doença de Parkinson, acompanhada pela deputada Isabel Galriça
Neto, reiterando a necessidade de uma estratégia nacional para as demências e
da regulamentação do estatuto do cuidador.
"O CDS continuará nestas
áreas a ter forte ação política, lamentando que o ministro das Finanças, como
hoje mostrou no parlamento, não revele nenhuma sensibilidade, nenhuma
humanidade para estes temas", defendeu Assunção Cristas.
Sobre o estatuto do cuidador
informal, a presidente do CDS-PP sublinhou que, "apesar do consenso
alargado entre os grupos parlamentares", que levou à aprovação de uma
recomendação ao Governo, o executivo não avançou para a sua regulamentação.
"O CDS continuará a batalhar
por estes diplomas estruturantes, que podem fazer muito a diferença na
qualidade de vida de tantos doentes e de tantas famílias, que por questões que,
infelizmente, todos os dias surgem em denúncias, de cortes, cativações, de
situações dramáticas um pouco por todo o país", defendeu.
Para Assunção Cristas, "a
Saúde não tem sido bem tratada por este Governo".
"É bom que o
primeiro-ministro perceba. O primeiro-ministro tem por hábito aparecer só
quando há problemas a tentar resolvê-los, mas não de uma maneira estruturada e
profunda. Espero que o primeiro-ministro entenda que tem de dar indicações
claras ao ministro das Finanças ou teremos de concluir que também o
primeiro-ministro é Centeno", declarou.
O ministro das Finanças escusou-se
hoje a revelar quando será concretizado o investimento da ala pediátrica do
Hospital de São João, no Porto, garantindo apenas que "vai avançar".
"Hoje, já não é uma questão.
O investimento na ala pediátrica no São João é uma garantia porque vai
avançar", disse Mário Centeno aos deputados durante uma reunião conjunta
das comissões parlamentares da Saúde e das Finanças sobre o setor da saúde.
Questionado várias vezes por
diversos deputados sobre a data em que as Finanças irão libertar os 22 milhões
de euros necessários para a construção da ala pediátrica do Hospital de São
João, Mário Centeno limitou-se a referir que "há um pacote de investimentos
que está a ser trabalhado entre o Ministério da Saúde e o Ministério das
Finanças", que inclui o investimento da ala pediátrica no São João.
"Sabemos há muito tempo e
outros também sabiam, mas nada fizeram", disse, referindo-se ao arrastar
do problema nesta unidade de saúde, que em 2015 recebeu a promessa de
inauguração, sem que alguma vez avançasse.
O ministro disse por diversas
vezes que o problema naquela unidade se arrasta há cerca de dez anos.
Mário Centeno acusou o anterior
governo de ter lançado, por duas vezes, a primeira pedra da unidade pediátrica
daquele hospital no norte, sem planeamento financeiro para aquela obra.
Esta semana foram noticiadas
queixas de pais de crianças com doenças oncológicas sobre a falta de condições
de atendimento dos seus filhos em ambulatório e também na unidade do
'Joãozinho', para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser
internadas no Centro Hospitalar de São João, concelho do Porto.
Na terça-feira, o presidente do
Hospital de São João, no Porto, afirmou mesmo que as condições do atendimento
pediátrico são "indignas" e "miseráveis", lamentando que a
verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada.
Já esta manhã, o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que "há sensibilidade do
Governo" para resolver a situação.
Lusa | em Notícias ao Minuto
(ontem) | Foto: Global Imagens com colagem PG
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