O impacto das ajudas à banca
na última década na dívida pública foi de 12,3% do Produto Interno Bruto
(PIB), quase um décimo do que o Estado deve actualmente.
Os números constam do boletim
estatístico do Banco de Portugal de Fevereiro, divulgado pelo banco
central esta manhã. Já o impacto acumulado, entre 2007 e 2017, das ajudas
à banca no défice das contas públicas foi de 9,1% do PIB.
Estes dados confirmam que
uma fatia considerável da elevada dívida pública portuguesa,
cujo volume justificou a política seguida pelo anterior governo,
não resultou de o Estado ou de os portugueses em geral «viveram
acima das suas possibilidades». Pelos menos um décimo da dívida pública que
existem tem responsáveis muito bem identificados: os donos e gestores dos
bancos, que os atiraram para avultados prejuízos e, nalguns casos,
para a falência.
Na última semana, o Dinheiro
Vivo noticiou que, desde 2007, o valor ascende a 17,1 mil milhões de
euros. Ou seja, o Estado anda há uma década a pedir emprestado e a pagar juros
sobre esses empréstimos para pagar, no essencial, gestões ruinosas de
bancos privados, ao mesmo tempo que foram impostos duros cortes nos
rendimentos dos trabalhadores e pensionistas, nos apoios sociais e nos
serviços públicos.
Apesar da reversão de muitos dos
cortes do anterior governo na actual legislatura, a dívida continua a
subir em termos nominais. O País continua a pagar, não só pelas falências
do BPN, do BPP, do BES e do Banif, entretanto entregues a privados, mas também
pelos fundos injectados nos privados BCP e BPI. Resta a Caixa Geral
de Depósitos na esfera pública, e o único grande banco nacional, que também
custou muitos milhões nos últimos anos, fruto da gestão desastrosa de
administradores alinhados com o bloco central.
AbrilAbril | Foto: Sede do Banif,
já com o logotipo do Santander Totta, a 22 de Dezembro de 2015Créditos / Mário
Cruz / Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário