Confrontado com recentes
declarações do líder do Parlamento sobre o tráfico de droga, Aristides Gomes
pede a Cipriano Cassamá que apresente mais dados e estratégias de combate.
O primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Aristides Gomes, desafiou o líder do Parlamento, Cipriano
Cassamá, a apresentar provas e estratégias de combate ao tráfico de droga que
disse estar a aumentar no país.
"Nós gostaríamos que essa
pessoa que citou [Cipriano Cassamá] ponha à disposição das autoridades
nacionais e estrangeiros os dados de que dispõe para que se possa colaborar na
resolução do problema", afirmou Aristides Gomes, em declarações aos
jornalistas no aeroporto de Bissau, este sábado (28.07), à chegada de uma
visita de dois dias à Guiné-Conacri.
Ao discursar numa sessão
parlamentar na passada quarta-feira, Cipriano Cassamá, que não citou nomes,
disse que o tráfico de droga voltou ao país e pediu que se parasse com o que
considera de anarquia na Guiné-Bissau.
"As pessoas devem parar com
o negócio de droga. As pessoas têm que parar com anarquia neste país",
afirmou Cassamá, que se expressava em crioulo, numa sessão extraordinária no
Parlamento, perante deputados.
Sem citar casos concretos e num
tom visivelmente irritado, o líder do Parlamento exortou os guineenses a
procurarem "outras alternativas para melhor gerir o país",
nomeadamente a criação de impostos, ao invés da venda de droga, observou.
Cipriano Cassamá questionou
"a quantidade de aviões que chegam ao país", para assinalar a
"venda de droga" que, notou, acontece nos últimos tempos.
Tema recorrente
Confrontado com estas
declarações, o primeiro-ministro guineense admitiu que "há dificuldades
nessa matéria", mas pediu a quem tiver provas que colabore com as
autoridades.
"Que eu saiba fui a primeira
autoridade da Guiné-Bissau a denunciar, a fazer uma análise e apresentar
propostas concretas sobre essa matéria", assinalou Aristides Gomes, sem
nunca referir a palavra droga.
O narcotráfico é um tema
recorrente na Guiné-Bissau. Em fevereiro do ano passado, numa entrevista
exclusiva à DW, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou
o Governo guineense de fechar os olhos à entrada de droga no país e
apontou o dedo ao Presidente da República, José Mário Vaz, acusando-o "de
estar ligado ao negócio do narcotráfico".
Lusa | em Deutsche Welle
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