PM de Timor-Leste elabora
programa de governo com ministros sombra, à falta de melhor
Podemos estar para saber, ou
talvez não, da legalidade de elaborar um programa de governo a apresentar aos
eleitos no parlamento, com “ministros sombra”. Ou seja: um governo “coxo”, sem
os ministros das devidas pastas, pode convidar indivíduos propostos mas não
aceites pelo PR e não pertencentes ao governo? E é assim que, também por via
desses estranhos ao governo, os timorenses vão ser governados? Será legal?
Transparente e democrático não parece. Os eleitores timorenses não votaram para
serem governados por ministros-sombra. Para muitos tal manobra é inaceitável.
O presidente da república
timorense rejeitou determinados elementos indigitados pelo primeiro-ministro devido
a considerar não existirem garantias da transparência e honestidade desses
mesmos elementos. A base foi, alegadamente, episódios comportamentais que
envolvem investigações de corrupção ou outras ilegalidades sob a ação da
justiça. Assim como a falta de credibilidade cidadã de um ou outro desses
elementos – valha este critério o que valer num país em que se passa de bestial
a besta num ápice. Ou vice-versa.
Apesar de tudo não é de
menosprezar a atitude do presidente Lu Olo. Decerto ele terá informações
fidedignas e corretas que dão força à posição que tomou. Não é uma questão
política mas sim como que um sinal stop de que na vigência do mandato que lhe
foi entregue pelo povo de Timor-Leste defenderá a República, o país, os
cidadãos, de mais criminosos integrados na governação timorense. Prática que
tem sido fecunda e descarada no novel país com pouco mais de uma dezena de
anos.
Num adágio português é vulgar
dizer-se que “cuidados e caldos de galinha tomam os querem debelar a doença e
tornarem-se saudáveis”. Afinal esse está a ser o procedimento do PR Lu Olo, por
modo a prevenir e combater a enorme corrupção existente no país – que
comprovadamente priva de muitas mais melhorias das condições de vida dos
timorenses e permite o enriquecimento de uns quantos privilegiados que
normalmente até são olhados como “ladrões” pelos povos. E em Timor-Leste
também.
Visto por este prisma é
perfeitamente compreensível que o PR Lu Olo opte pelos “cuidados e caldos de
galinha” e que desse modo cumpra com rigor os seus deveres para com
Timor-Leste, fazendo o que do PR depende para impulsionar o país para soluções,
procedimentos e contas transparentes e saudáveis.
É inegável que a Taur Matan Ruak,
primeiro-ministro, não interessa ter um governo constituído por elementos sob
suspeições ou já em vias de terem de se confrontar com processos judiciais,
como tudo indica ser essas as informações que o PR possui, aparentando
desacordo com o PR por se sentir sob pressão de Xanana Gusmão. Afinal, para
Taur é mais que provável que prefira enveredar por novas eleições admitindo a
possibilidade de conseguir maior votação no seu partido, o PLP, e assim ficar
melhor colocado para negociar em eventual nova aliança (se necessário) com um
CNRT de Xanana mais fragilizado, com menos votos. Ou outra solução que mais lhe
agrade.
O que está a acontecer em
Timor-Leste são manobras político-partidárias em que as estratégias não são as
que vêm a público. Xanana Gusmão prefere atualmente ficar na segunda linha e
manipular as marionetas na qualidade de eminência parda. Assim vem fazendo há
algum tempo. Falta saber se Taur está disposto a assumir a postura de PM
“telecomandado”. De sua personalidade sabemos que tal situação desagrada a
Taur. O que podemos colocar em dúvida é se ele considera dever aceitar para
recolher vantagens político-partidárias em futuras e eventuais próximas novas
eleições.
É motivo para perguntar: ‘Quo
vadis’, Taur? – para onde vais, Taur?
Via “e-Global Notícias em Português” decalcamos um artigo
relacionado com a situação abordada e a ocorrer em Timor-Leste. Algo singular mas
com o pendor de um Xanana Gusmão que parece considerar-se dono do país e dos
timorenses. Um agir doentio que só não permite a muitos constatar a sua
dimensão porque a política cumpre o encobrimento – total ou parcial – das
“doenças ou vícios” de figuras com imensas responsabilidades no que deve ser a
defesa do bem-estar dos povos e da justiça, serenidade, transparência e
democracia nos países. (BG | MM | TA)
Ministros “sombra” propostos por
Taur Matan Ruak reúnem para preparar programa de governo, Xanana Gusmão ausente
Ministros propostos pelo
primeiro-ministro Taur Matan Ruak para integrarem o
executivo de Timor-Leste, e até ao momento recusados pelo presidente
Francisco Lu-Olo por alegado envolvimento em actos de
corrupção, reuniram-se com o executivo para prepararem o programa de governo
que terá de ser entregue ao parlamento nacional até dia 22
de julho próximo.
A reunião decorreu este fim de
semana, em Maubara, município de Liquiçá, tendo estado
presentes Francisco Kalbuady Lay, secretário-geral do CNRT,
proposto para número 3 do governo de Timor-Leste; Hélder Lopes, nome proposto
para o cargo de ministro das finanças; e Virgílio Smith, nome proposto para
ministro dos assuntos veteranos.
Há indicações de que o número 2
do executivo timorense, Xanana Gusmão, esteve ausente da reunião de preparação
do programa de governo.
Refira-se que o parlamento
timorense exortou o primeiro-ministro Taur Matan Ruak a apresentar o programa
do governo até 22 de Julho do corrente, sob pena de realização de “novas
eleições” no país.
Nesse sentido Duarte Nunes líder
da bancada do CNRT, a maior bancada parlamentar da coligação, AMP, que venceu
as legislativas de Maio passado, declarou ontem que: “Se o governo não
apresenta os seus programas dentro de 10 dias, então nós estamos indo para
outras eleições”.
e-Global Notícias em Português,
com foto | Publicado em Timor Agora
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