Segundo a PRG angolana, Augusto
da Silva Tomás encontra-se detido desde esta sexta-feira (21.09) por suposto
envolvimento no desvio de fundos do Conselho Nacional de Carregadores.
De acordo com um comunicado
divulgado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola esta sexta-feira
(21.09), o antigo ministro dos Transportes angolano, Augusto Tomás, teria sido
detido, indiciado pela prática dos crimes de peculato, corrupção, branqueamento
de capitais, entre outros crimes puníveis pelo Código Penal.
No documento, a PGR refere que o
processo corre os seus trâmites na Direção Nacional de Investigação e Ação
Penal (DNIAP), relacionado ao caso que investiga atos de gestão do Conselho
Nacional de Carregadores (CNC), órgão afeto ao Ministério dos Transportes.
A nota informa também que, além
do ex-governante, foi igualmente detido Rui Manuel Moita, ex-diretor-geral
adjunto para a Área Técnica do CNC.
Ambos ficarão em prisão
preventiva, decretada nos termos da Lei das Medidas Cautelares em Processo Penal.
"O processo prossegue a
instrução preparatória com caráter secreto, com vista à sua conclusão e
posterior remessa ao tribunal competente", lê-se no comunicado.
Mais cedo, o porta-voz da PGR,
Álvaro João, havia informado ter sido aplicada a medida de coação de prisão
preventiva a Augusto da Silva Tomás e a "alguns membros do Conselho
Nacional de Carregadores".
A detenção de Augusto Tomás foi
igualmente confirmada à agência Lusa por fonte dos serviços prisionais, que
informou que o antigo governante angolano se encontra "privado de
liberdade" desde a tarde desta sexta-feira, no Hospital Prisão São Paulo.
Exoneração polémica
Augusto
da Silva Tomás foi afastado do cargo de ministro dos Transportes pelo
Presidente de Angola, João Lourenço, em junho deste ano, não tendo sido avançados
os motivos da sua exoneração - a primeira entre os ministros empossados em
setembro de 2017 - pelo novo chefe de Estado angolano.
A exoneração de Augusto Tomás,
antigo ministro da Economia e Finanças de Angola e na tutela dos Transportes
desde a presidência do então chefe de Estado José Eduardo dos Santos, ocorreu
envolta em polémica sobre uma anunciada parceria público-privada para a
constituição de uma companhia aérea.
Na altura, João Lourenço declarou
apenas, sem avançar mais pormenores, que a parceria não iria avançar.
"Não vai adiante, não vai
sair, não vai acontecer, por se tratar de uma companhia fictícia", disse
João Lourenço.
Sobre o Conselho Nacional de
Carregadores, a Inspeção-Geral do Estado já tinha anunciado este ano que
estavam a decorrer investigações, por alegada gestão danosa àquele órgão
tutelado pelo Ministério dos Transportes.
Agência Lusa, cvt | em Deutsche Welle
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