"Zenú" dos Santos
antigo responsável do Fundo Soberano de Angola e Walter Filipe ex-governador do
BNA foram acusados formalmente de crimes de burla, branqueamento de capitais e
falsificação de documentos.
O ato criminal de que são
acusados José Filomeno dos Santos (Zenú) e Walter Filipe, resulta da alegada
transferência para o Reino Unido de "500 milhões de doláres". Em
março do corrente ano, os dois foram constituídos
arguidos pela Procuradoria-Geral da República.
Esta semana, o órgão judicial
formalizou a acusação junto do Tribunal Supremo que deverá marcar o julgamento
nos próximos dias para que José Filomeno dos Santos "Zenú" antigo
responsável do Fundo Soberano de Angola e de Walter Filipe ex-governador do
Banco Nacional de Angola (BNA), sentem no banco dos réus.
Em declarações à DW África,
Ilídio Manuel jornalista angolano analisa o caso com reticências.
"Eles podem agravar essa
medida com uma prisão domiciliária, mas nunca serão detidos e aguardar o
julgamento na cadeia. Ainda que eles venham a ser julgados e condenados eles
não vão mediatamente para cadeia porque vão recorrer das sentenças e as
sentenças terão efeitos suspensivos (por causa do recurso) só depois de o caso
transitar em julgado é que eventualmente vão para cadeia".
Ilibados deste processo?
Ilidio Manuel vai mais longe
e não descarta a possibilidade de "Zenú" dos Santos e Walter Filipe
serem ilibados deste processo.
"Aliás, há um grande
ceticismo por parte da opinião pública. Poucos acreditam na seriedade e vêem
nisso mais uma série de manobras e vão jogando com a lei de forma a ilibar
essas pessoas que ontem eram os tais intocáveis, os tais arguidos improváveis e
que, agora, de arguidos improváveis eventualmente
chegarão a réus”.
No outro processo conhecido como
"Burla à Tailandesa" ao político do MPLA, Norberto Garcia, foi-lhe
aplicada a prisão domiciliária pelo Tribunal Supremo.
O caso envolve cidadãos nacionais
e estrangeiros que tentaram burlar o Estado angolano no montante de 50 mil
milhões de dólares. O esquema foi revelado em 2017. No mesmo caso estava
implicado, o antigo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Angolanas Geraldo
Sachipengo Nunda, que já foi ilibado das acusações.
"Acho que, aqui há uma fuga para frente por parte da justiça de forma a contornar a enorme pressão social", diz o jornalista angolano.
Prisão domiciliária
Recorde-se, que não é a primeira
vez que se aplica a prisão domiciliária em Angola. A medida já foi aplicada aos 17 ativistas
acusados de tentativa de golpe de Estado em 2015, lembra Ilídio Manuel.
"Depois da
Procuradoria-Geral da República ter feito uma série de acusações de golpe de
Estado, o próprio Presidente da República e o ministro do Interior depois não
conseguiram provar isso em
tribunal. Eles usaram esse mesmo mecanismo justamente para
tirar os jovens da cadeia e lavar a face da justiça", destacou Ilídio
Manuel.
Manuel Luamba (Luanda), Agência
Lusa
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