Díli, 31 ago (Lusa) - O
ex-Presidente timorense e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, vai
representar Timor-Leste nas cerimónias fúnebres do ex-secretário-geral das
Nações Unidas, previstas para meados de setembro no Gana, disse o próprio à
Lusa.
Ramos-Horta explicou à Lusa que,
a pedido do primeiro-ministro Taur Matan Ruak, vai substituir Xanana Gusmão,
que tinha sido inicialmente nomeado pelo Governo para representar Timor-Leste,
mas que não pode estar presente devido a uma "agenda inadiável".
Xanana Gusmão evocou na
quinta-feira o nome de Kofi Annan, durante a cerimónia do 19.º aniversário da
consulta popular em que os timorenses votaram pela independência, afirmando que
este ficará para sempre ligado a Timor-Leste.
O parlamento timorense aprovou na
semana passada um voto de pesar pela morte de Kofi Annan no qual se reconhece a
sua "contribuição no processo de luta pela libertação nacional e
construção deste Estado".
"Kofi Annan, no seu mandato
como secretário-geral da ONU, autorizou a realização do referendo em
Timor-Leste e assistiu diretamente à restauração da independência, a 20 de maio
de 2002 em Díli", referiu o parlamento.
Kofi Annan, antigo
secretário-geral da ONU e prémio Nobel da Paz de 2001, morreu a 17 de agosto,
aos 80 anos.
O Governo também já tinha
expressado "profunda consternação e tristeza" com a morte de Kofi
Annan, recordando o contributo pela paz e diálogo internacionais.
"A memória de Kofi Annan
ficará para sempre ligada à história de Timor-Leste, já que trabalhou de forma
incansável para o reconhecimento internacional do direito de autodeterminação
do nosso povo e, na sequência da consulta popular que determinou a
independência da nossa nação, lançou as bases em que assenta a construção do
atual Estado timorense", lembrou o executivo.
Coube a Kofi Annan, poucos
minutos antes das 00:00 de 20 de maio de 2002, entregar formalmente Timor-Leste
aos timorenses, numa cerimónia que marcou a restauração da independência do
país.
Annan tinha supervisionado a
assinatura do histórico acordo de 05 de maio de 1999, entre Portugal e a
Indonésia, o que permitiu o referendo em que os timorenses escolheram ser
independentes.
ASP // JMC
- em Timor Agora
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