Em 15 dias, a petição para banir
o plástico em Macau reuniu 4.700 assinaturas e foi ontem entregue na sede do
Governo. Annie Lao, uma das dinamizadoras da iniciativa, disse que foram dadas
ao Executivo duas semanas para responder às exigências da carta com medidas
concretas e uma calendarização para a sua implementação.
Duas semanas. Este foi o prazo
dado ao Governo por um grupo de activistas para responder à petição ontem
entregue com 4.700 assinaturas para banir o plástico em Macau. Em declarações
aos jornalistas, Annie Lao, uma das dinamizadoras da iniciativa, disse esperar
uma resposta do Executivo até 13 de Setembro numa conferência de imprensa, com
as medidas concretas a ser implementadas e a sua respectiva calendarização. Na
carta, endereçada ao secretário para os Transportes e Obras Públicas e ao
director da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, os peticionários
exigem que sejam aplicadas taxas ao plástico descartável para que seja
erradicada a utilização deste material na cidade.
“A utilização geral do plástico
descartável é esmagadora e a única solução para reduzir o desperdício de
plástico é o Governo legislar no sentido de banir o plástico”, afirmou Annie
Lao, que é também a responsável pela página de Facebook “Macau Sustain Tips”.
Em concreto, os peticionários pedem que seja criada uma taxa para os sacos de
plástico. “O montante não pode ser demasiado baixo, tem que ser suficiente para
forçar as pessoas a reduzir o desperdício. O Governo também tem de perceber que
se vai taxar o plástico tem de explicar às pessoas qual o benefício da taxa.
Não é só taxar pelo dinheiro, é para fazer com que Macau seja mais
sustentável”, explicou a activista. A intenção da DSPA de taxar os sacos de
plástico vem já desde 2015, ano em que foi lançada uma consulta pública, e,
desde então, não se tomaram quaisquer medidas neste sentido.
Com a petição entregue, os
activistas vão agora aguardar que o Governo responda aos cidadãos numa
conferência de imprensa que pedem que aconteça até 13 de Setembro. “Nós
queremos que o Governo responda à petição dentro de duas semanas numa
conferência de imprensa, porque todos precisam de conhecer a resposta do
Governo e saber quais são os próximos passos”, disse Annie Lao. “Nós queremos
uma calendarização porque eles estão sempre a dizer o que vão fazer mas sem
nenhum calendário”, exigiu a activista. Questionada quanto a possíveis medidas
no caso da ausência de uma resposta por parte do Governo, Lao não equaciona
outras alternativas: “O Governo tem de nos responder porque esta é a única
forma”.
A petição, criada há duas
semanas, surgiu na sequência da divulgação do Relatório do Estado do Ambiente
referente ao ano passado da DSPA. O documento dava conta que Macau, em
comparação com outras cidades vizinhas, produzia mais lixo ‘per capita’, em
concreto, 2,16 quilos por dia. Singapura produziu 1,49, Hong Kong 1,41, Pequim
1,10 e Xangai 0,71.
Ontem, a petição contava com mais
de 4.700 assinaturas online, às quais se juntam outras 52 que os activistas
recolheram na rua. Segundo explicou Annie Lao, a carta vai continuar disponível
no website “Change.org” até existir uma resposta do Governo, podendo, até lá,
continuar a ser assinada.
Catarina Vilanova | Ponto Final |
Foto: Eduardo Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário