domingo, 2 de setembro de 2018

China | Activistas esperam resposta do Governo em duas semanas para banir o plástico em Macau


Em 15 dias, a petição para banir o plástico em Macau reuniu 4.700 assinaturas e foi ontem entregue na sede do Governo. Annie Lao, uma das dinamizadoras da iniciativa, disse que foram dadas ao Executivo duas semanas para responder às exigências da carta com medidas concretas e uma calendarização para a sua implementação. 

Duas semanas. Este foi o prazo dado ao Governo por um grupo de activistas para responder à petição ontem entregue com 4.700 assinaturas para banir o plástico em Macau. Em declarações aos jornalistas, Annie Lao, uma das dinamizadoras da iniciativa, disse esperar uma resposta do Executivo até 13 de Setembro numa conferência de imprensa, com as medidas concretas a ser implementadas e a sua respectiva calendarização. Na carta, endereçada ao secretário para os Transportes e Obras Públicas e ao director da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, os peticionários exigem que sejam aplicadas taxas ao plástico descartável para que seja erradicada a utilização deste material na cidade.

“A utilização geral do plástico descartável é esmagadora e a única solução para reduzir o desperdício de plástico é o Governo legislar no sentido de banir o plástico”, afirmou Annie Lao, que é também a responsável pela página de Facebook “Macau Sustain Tips”. Em concreto, os peticionários pedem que seja criada uma taxa para os sacos de plástico. “O montante não pode ser demasiado baixo, tem que ser suficiente para forçar as pessoas a reduzir o desperdício. O Governo também tem de perceber que se vai taxar o plástico tem de explicar às pessoas qual o benefício da taxa. Não é só taxar pelo dinheiro, é para fazer com que Macau seja mais sustentável”, explicou a activista. A intenção da DSPA de taxar os sacos de plástico vem já desde 2015, ano em que foi lançada uma consulta pública, e, desde então, não se tomaram quaisquer medidas neste sentido.

Com a petição entregue, os activistas vão agora aguardar que o Governo responda aos cidadãos numa conferência de imprensa que pedem que aconteça até 13 de Setembro. “Nós queremos que o Governo responda à petição dentro de duas semanas numa conferência de imprensa, porque todos precisam de conhecer a resposta do Governo e saber quais são os próximos passos”, disse Annie Lao. “Nós queremos uma calendarização porque eles estão sempre a dizer o que vão fazer mas sem nenhum calendário”, exigiu a activista. Questionada quanto a possíveis medidas no caso da ausência de uma resposta por parte do Governo, Lao não equaciona outras alternativas: “O Governo tem de nos responder porque esta é a única forma”.

A petição, criada há duas semanas, surgiu na sequência da divulgação do Relatório do Estado do Ambiente referente ao ano passado da DSPA. O documento dava conta que Macau, em comparação com outras cidades vizinhas, produzia mais lixo ‘per capita’, em concreto, 2,16 quilos por dia. Singapura produziu 1,49, Hong Kong 1,41, Pequim 1,10 e Xangai 0,71.

Ontem, a petição contava com mais de 4.700 assinaturas online, às quais se juntam outras 52 que os activistas recolheram na rua. Segundo explicou Annie Lao, a carta vai continuar disponível no website “Change.org” até existir uma resposta do Governo, podendo, até lá, continuar a ser assinada.

Catarina Vilanova | Ponto Final | Foto: Eduardo Martins

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