domingo, 14 de outubro de 2018

Angola | Inundações estão a afectar cada vez mais habitantes


As inundações provocadas pelas fortes chuvas em Angola  afectam directamente 860  pessoas em cada 100 mil, informou ontem, em Luanda, o secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico. Hermenegildo José Félix, que falava por ocasião do Dia Internacional para a Redução de Risco de Desastre, ontem assinalado, revelou  que, de 2014 a 2018, foram destruídas 21.466 residências, em consequência das chuvas, cenário que compromete o processo de desenvolvimento.

Em Angola, 860 em cada 100 mil pessoas são afectadas directamente pelas inundações provocadas pelas fortes chuvas, informou ontem, em Luanda, o secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico, Hermenegildo José Félix.

O governante, que falava por ocasião do Dia Internacional para a Redução de Risco de Desastre, ontem assinalado, deu a conhecer que, de 2014 a 2018, 21.466 residências foram destruídas, em consequência das chuvas que caíram no país e provocado danos incalculáveis. 

Hermenegildo Félix disse que este cenário compromete o processo de desenvolvimento levado a cabo pelo Executivo. 

Socorrendo-se do excerto de um discurso da representante especial do secretariado das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres, Mami Mizutori, o secretário de Estado do Interior referiu que o aumento dos custos financeiros com desastres atrasa o desenvolvimento dos países afectados por este fenómeno natural. 

O governante acrescentou que as perdas económicas em países de baixo e médio rendimento comprometem os esforços para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, uma vez que estes custos privam os governos de fundos que podiam ser usados na Saúde, Educação, protecção social e outras áreas importantes.

\"Temos que começar a pensar em acções de longo prazo, já que muitas das acções de curto prazo visam simplesmente a mitigação\", frisou. 

Hermenegildo Félix disse ser fundamental que se preste atenção especial às vulnerabilidades subjacentes aos riscos, de modo a “aprofundar-se a resiliência numa perspectiva de integração da redução do risco de desastres nos planos de desenvolvimento e estratégias de intervenção”, bem como uma maior atenção à educação e à  formação das pessoas sobre como salvar e prolongar as vidas durante e depois das emergências. 

O secretário de Estado do Interior defendeu igualmente a necessidade de se prestar atenção especial às questões relacionadas com o ordenamento do território, concretamente na construção de novos assentamentos para as famílias que vivem em zonas de risco, no melhoramento e extensão das redes de drenagem pluviais e residuais. 

Hermenegildo Félix entende que o processo de redução de risco de desastres deve ser inclusivo, chamando a si uma gama ampla de parceiros, a fim de se construir um ponto de partida para um vasto processo de capacitação de técnicos das regiões do país que vão fazer parte do compromisso de continuar a realizar acções conjuntas nas áreas que se pretendem sustentáveis. Informou que a Comissão Nacional de Protecção Civil (CNPC) e os seus parceiros estão a trabalhar na elaboração de um quadro de recuperação em relação à seca que assola o sul do país, que já se encontra na fase final. 

Com vista a desenvolver-se uma maior participação e envolvimento da sociedade, continuou, a CNPC está a trabalhar num projecto que vai dar lugar à criação de comités de prevenção e participação do cidadão, que vão permitir aos mesmos conhecerem e compreenderem as ameaças, vulnerabilidade e o grau de exposição a que podem estar sujeitos. 

\"A ideia é trabalhar com os mesmos na identificação de soluções mais eficazes, no sentido de reduzir o risco e criar condições de resposta local\", concluiu.

Florbela Fernandes, representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) em Angola, disse que todos os anos as alterações climáticas extremas levam cerca de 26 milhões de pessoas a enfrentarem a pobreza. \"O ano passado, por exemplo, cerca de 18 milhões de pessoas foram forçadas a viverem como deslocadas\", recordou.

A diplomata ao serviço daquela agência da ONU, deu a conhecer que as mulheres são, geralmente, as que mais sentem na pele as perdas económicas provocadas por esses desastres. Por essa razão, prosseguiu, acredita que elas representam um trunfo importante para a construção da resiliência.

A efeméride foi marcada com a exposição de artigos e produtos que ajudam a prevenir acidentes de vária ordem. Presenciaram o acto membros do Governo, representantes de agências do sistema das Nações Unidas, estudantes, especialistas em protecção civil, entre outras individualidades.

César Esteves | Jornal de Angola | Foto: Edições Novembro

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