sábado, 13 de outubro de 2018

Angola | COMBATER A POBREZA NAS PRÓPRIAS FILEIRAS!


Martinho Júnior | Luanda   

1- O executivo angolano que entrou em funções há pouco mais de um ano, sob a direcção do camarada Presidente João Lourenço, está a dar passos seguros no sentido de combater a pobreza nas próprias fileiras daqueles que se juramentaram para toda a vida, “honrando o passado e a nossa história”!

Aqueles que, de forma tão acintosa, foram colocados fora dos organismos de inteligência numa clara demonstração de falta de sensibilidade patriótica por alturas do Acordo de Bicesse, muitos deles atirados para situações de sobrevivência muito difíceis à medida que sua idade foi avançando e sem acesso a emprego, dentro em breve começarão a ter suportes financeiros e outros que começarão os resgates da pobreza em que muitos se encontram!

Está a ser criado o organismo que providenciará o conjunto de acções responsáveis para esse efeito, para além de muitas outras medidas vocacionadas para processos inteligentes e patrióticos de integração e articulação, adaptadas em paz ao processo democrático em curso e correspondendo às políticas de Reconciliação Nacional, Reconstrução Nacional e Reinserção Social!

Essa decisão abre também espaço ao exercício do aprofundamento da própria democracia, que está ainda tão longe de se tornar participativa e popular!

De facto, se o conceito de luta contra a pobreza não passava dum proclamado conceito vazio para com muitos daqueles que nos anos decisivos da afirmação da independência e soberania serviram o estado angolano, como alguma vez seria bandeira de luta para benefício de todo o povo angolano, enquanto actor único de seu futuro?...

De facto, como alguma vez se poderia passar da aplicação do conceito de luta contra a pobreza, para a justa e equânime aplicação do conceito de luta contra o subdesenvolvimento extensivo a todo o povo angolano?...

2- A Acção Social para Apoio e Reinserção, ASPAR, Instituição de Utilidade Pública que atingiu em números redondos trinta mil associados, vê assim aproximar-se o fim da travessia dum deserto em que a sua sobrevivência foi garantida graças a poucos recursos e à voluntariedade e disponibilidade de muitos dos seus membros.

Ao contrário de outras Associações similares, a ASPAR é devedora de muitos dos seus associados, aqueles que apesar de tudo foram excepção à regra do desamparo e da marginalidade e isso espelha bem a qualidade, a fibra e o amor de seus membros para com alguns dos mais necessitados camaradas que deram em tempo a sua contribuição para a independência, o exercício da soberania e o rigor da gestão do estado angolano!

Nestes aspectos, independência, soberania e rigor, os membros da ASPAR identificam-se com as fileiras dos patriotas angolanos, não com qualquer espécie de mercenarismo, pois os seus membros jamais puseram de parte fidelidade, honestidade, seriedade, idoneidade, solidariedade, camaradagem, humildade e dignidade, conforme aos ensinamentos e à memória do legado do dr. António Agostinho Neto!

Precisamente por causa disso, sujeitaram-se a ser um alvo preferencial duma não declarada guerra psicológica de contornos contraditórios a qualquer declaração de princípio que emoldurasse o horizonte sócio-político angolano: a fronteira entre o patriotismo e o mercenarismo, à medida que fermentou a injustiça tornou-se, com a deliberada precariedade, mais evidente!...

3- Uma nova era se abre agora e com ela há desde já uma espectativa mobilizadora e de grande responsabilidade:

Se os membros da ASPAR conseguiram sacrificada mas sabiamente ultrapassar, com bastante unidade e coesão, ambientes tão adversos como os que em tudo se identificam com essa esbatida e meio difusa guerra psicológica que lhes foi movida particularmente por quem estava no estado angolano não para servi-lo como fiel depositário dos interesses colectivos de todo o povo angolano, mas respondendo a seus próprios interesses e aos interesses de clãs nocivos enveredando por tendências mercenárias de horizontes que se reduziam aos seus próprios umbigos, agora com toda a responsabilidade se devem mobilizar em torno dos que, sob as orientações do Comandante-em-Chefe, General João Lourenço, Presidente da República, estão prontos a tudo fazer para colocar o estado angolano no lugar devido que historicamente lhe compete, face às incomensuráveis responsabilidades que dão sequência ao movimento de libertação em prol do povo angolano!

A nova era é uma era de responsabilidade e de rigor e pode tornar-se numa antecâmara para preparar a plataforma duma longa luta contra o subdesenvolvimento e pelo renascimento angolano e africano!

Uma imprescindível cultura de inteligência patriótica torna-se necessário levar por diante, por que uma luta exigente contra o subdesenvolvimento implica uma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável a muito longo prazo, tirando partido antropológico da relação do homem angolano para com o ambiente físico-geográfico em que ele próprio se insere e, acima de tudo, levando em atenção a riqueza interior em água expressa na “rosa-dos-rios” do espaço nacional!

Em relação ao espaço do miolo continental africano, esse ensaio angolano em relação ao homem e ao espaço nacional, deve constituir um factor exemplar para se enfrentar os ciclópicos desafios nos Grandes Lagos e na poderosa bacia do Congo, desafios interpretados com olhos de paz, de dignidade e do sonho dum futuro responsável para com as novas gerações de África!

A cultura da memória e dos ensinamentos do dr. António Agostinho Neto, o primeiro dos patriotas dignos que conduziu o movimento de libertação vencedor de colonialismo, do “apartheid” e de algumas de suas sequelas, deve continuar a iluminar os juramentos antigos e alimentar as capacidades dos seus seguidores até ao fim de suas vidas, integrando os processos do salto sócio-cultural e político que se tem de estender a todo o povo angolano!

Nesse sentido, imperdoável seria se alguém se esquecesse que, depois de franquear as portas desse juramento, a única prova de vida é continuá-lo por que até ao último suspiro, sob o ponto de vista doutrinário, filosófico e ideológico, jamais deve haver porta de saída e isso por causa duma única e coerente razão lapidar, válida para todos os angolanos, para todo o povo angolano:

“O MAIS IMPORTANTE É RESOLVER OS PROBLEMAS DO POVO!...

Martinho Júnior - Luanda, 10 de Outubro de 2018.

5 Fotos: Memória fotográfica da Sede Nacional da ASPAR, desde 26 de Fevereiro de 2011, aos nossos dias.

Sem comentários:

Mais lidas da semana