Martinho Júnior, Luanda
As acções em prol duma nova era
da Comunidade da Segurança do Estado, tendo em conta a radiografia histórica,
antropológica e sociológica do país, exigem objectiva e subjectivamente o
desencadear de processos de mobilização visando integração, rigor e
responsabilidade.
É evidente que essa conduta não
se restringe apenas àqueles que no activo compõem as distintas funcionalidades
dum aparelho tão sensível enquanto instrumento de poder de estado democrático e
multipartidário, reitor de paz, de reconciliação, de reconstrução nacional e de
reinserção social.
Numa perspectiva a curto prazo,
os membros dessa Comunidade que por qualquer razão não estão em funções, devem
também corresponder à (re)integração, qualquer que seja a articulação, com
rigor e responsabilidade, em função dos juramentos patrióticos que foram feitos
e de forma a ser um exemplo para toda a sociedade.
A surda guerra psicológica a que
muitos foram sujeitos durante décadas, não é justificação para não
corresponderem dessa maneira!
As Assembleias Provinciais de
esclarecimento que estão em curso, se bem que com objectivos muito específicos
que legitimamente correspondem às aspirações mais prementes dos membros da
ASPAR, não podem perder de vista as questões de fundo.
Às quatro Assembleias levadas a
cabo pelo Presidente da Direcção Executiva da ASPAR em duas Províncias e
em Luanda já estiveram presentes um total de 753 membros da Comunidade da
Segurança do Estado.
Por outro lado, tendo ainda em
conta a natureza da sociedade angolana e os impactos que os angolanos têm vindo
a sofrer em função das profundas alterações globais que influem por vezes de
forma tão negativa no país, é oportuno pedir o empenho de todos os membros da
Comunidade da Segurança do Estado, para não alimentarem nem especulações, nem
ilusões fúteis, nem qualquer tipo de alienação despropositada em relação aos
trabalhos em curso, suas práticas e seus resultados, acautelando também com
isso os processos de integração e as possíveis articulações que com eles se vão
desenhando.
Vencer desequilíbrios, injustiças
sociais e humanas, assim como neutralizar os efeitos da guerra psicológica
resultante dos impactos do capitalismo neoliberal, implicam a médio e longo
prazos, uma harmónica e mobilizadora cultura de inteligência, aberta às
ciências humanas e da natureza e às imensas investigações que há que realizar
em prol dos conceitos implícitos a uma geoestratégia de desenvolvimento
sustentável em Angola!
A Comunidade de Segurança do
Estado tem imensos potenciais que se deverão entrosar em cadeia com os que
estão apostados nos imensos resgates que há a realizar em benefício de todo o
povo angolano, da construção de sua felicidade e futuro e é esse um dos
objectivos a ter sempre bem presente na luta diária, como na ciclópica luta
contra o subdesenvolvimento.
Honrar a memória e os
ensinamentos do dr. António Agostinho Nero, passa singular e colectivamente por
todos nós e é essa transversalidade, por que nós somos nós mesmo, que garante a
mobilização de todas as capacidades para a pátria bonita que há que construir!
Martinho Júnior | Luanda, 27 de
Outubro de 2018
Fotos: Assembleia em Luanda
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