A partir do estrangeiro onde
reside, e comanda toda a actividade da ADI e do seu Governo, Patrice Trovoada,
decidiu na quarta feira partir todas as loiças. «Eu decidi suspender as minhas
funções como Presidente do ADI», afirmou Patrice Trovoada em declarações a
Agência Portuguesa de Notícias a LUSA.
Patrice Trovoada suspende função, deixa
ADI sem Presidente, e promete renunciar o seu mandato como deputado a
Assembleia Nacional.
Patrice decidiu « recuar e
distanciar-se da ADI», por causa de vários factores, mas na entrevista dada a
LUSA, destaca o facto que terá constituído a última gota que fez o conflito
interno na ADI transbordar para a praça pública. Trata-se segundo Patrice
Trovoada da decisão da Comissão Política da ADI em indicar Álvaro Santiago,
para chefiar o próximo governo da ADI. Patrice diz que não concorda com a
indigitação de Álvaro Santiago.
Já no dia 9 de Dezembro próximo a
ADI reúne-se em conselho nacional. Patrice Trovoada, disse esperar que naquela
reunião os militantes da ADI « encontrem um colégio que conduza as
actividades do partido até ao congresso».
Pela primeira vez, militantes da
ADI, sobretudo algumas mentes do partido, estarão a rebelar-se, ou então, a
ousar em contradizer a vontade do seu chefe Patrice Trovoada. O momento é de
grande expectativa em São
Tomé e Príncipe, onde residem os militantes da ADI que pela
primeira vez começam a contradizer o seu chefe, residente no estrangeiro.
Olinto Daio, ministro cessante da
Educação, foi o primeiro a discordar publicamente da decisão de Patrice Trovoada
em indica-lo para ser o próximo primeiro ministro. Os argumentos apresentados
por Olinto Daio, na sua comunicação publica, para declinar o convite de Patrice
Trovoada, foram contundentes e denunciadores de uma cultura política que
alegadamente não combina com os valores da santomensidade. «Os valores que
acarinhamos enquanto nação – família, paz, concórdia, hospitalidade,
responsabilidade e respeito – são os que tornam São Tomé e Príncipe forte e dão
sentido às nossas vidas. E todos eles fariam parte do meu trabalho. Ora tendo
analisado e ponderado cheguei a conclusão de que esses valores não estão
presentes e contidos nesta proposta de chefiar o governo. Por isso, decidi em
não aceitá-la. Acredito, muitos são-tomenses também acreditam, que podemos ser
um só povo, alcançando o que é possível, construindo essa união perfeita. Esta
é a minha convicção, enraizada na minha fé em Deus e na minha fé no povo
são-tomense», referiu Olinto Daio, na sua comunicação aos são-tomenses.
Tentativa de Patrice Trovoada de
encontrar um substituto seu, para o cargo de Primeiro Ministro, acaba por
convulsionar o partido ADI.
Abel Veiga | Téla
Nón
O Téla Nón coloca a
disposição do leitor o artigo da Agência Lusa, que relata o momento de
Patrice Trovoada e da ADI:
São
Tomé/Eleições: Primeiro-ministro cessante suspende presidência do partido
vencedor
São Tomé, 28 nov (Lusa) – O primeiro-ministro cessante de São Tomé e
Príncipe, Patrice Trovoada, decidiu hoje suspender as suas funções como presidente
do partido Ação Democrática Independente (ADI), vencedor das legislativas de
outubro, anunciou o próprio à Lusa.
“Eu decidi suspender as minhas
funções como presidente do ADI”, disse hoje Patrice Trovoada, numa conversa
telefónica, indicando que já comunicou a sua decisão ao Presidente da República
são-tomense, Evaristo Carvalho.
A decisão de Trovoada surge após
a comissão política do partido ter decidido indicar o ex-governante João Álvaro
Santiago para chefiar um executivo, a indigitar pelo chefe de Estado, e que o
líder do partido considera não ter o perfil necessário para alcançar um governo
de base alargada ou de unidade nacional, como tem defendido. “As pessoas têm de
ter a coragem de recuar. Se o líder não consegue fazer passar o seu ponto de vista,
também deve ter a coragem de recuar e distanciar-se”, referiu.
Patrice Trovoada revelou também
que vai renunciar ao mandato de deputado, para o qual foi eleito nas
legislativas de 07 de outubro, por um período “talvez de dois anos”. O ADI vai
realizar um conselho nacional no próximo dia 09 de dezembro, acrescentou.
“Espero que lá se encontre um colégio que conduza as atividades do partido até
ao congresso”, que, na sua opinião, deve decorrer em março ou abril de 2019.
JH // SR Lusa 28.11.18| em Téla Nón
Sem comentários:
Enviar um comentário