O principal partido da oposição
da Guiné Equatorial, Cidadãos para a Inovação (CI), pediu segunda-feira a
dissolução do partido no poder, Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE),
pelo alegado envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 2017.
Na denúncia apresentada à
procuradoria-geral, o CI pediu, em nome do partido e do líder, Gabriel Nse
Obiang, a “dissolução do partido no poder, PDGE, pelos actos cometidos pelos
seus militantes”.
O Governo denunciou uma tentativa
de golpe de Estado em 24 de Dezembro de 2017 promovido, supostamente, por
mercenários estrangeiros.
No início do mês, o envolvimento
de alguns militantes do PDGE levou à expulsão definitiva de 42 dos seus
membros.
O CI, único partido da oposição
com representação parlamentar – ainda que ilegalizado por ordem judicial -,
expôs que o próprio Presidente equatoguineense, Teodoro Obiang, considerou que
os participantes da “tentativa de magnicídio e destabilização da Guiné
Equatorial” eram membros das suas fileiras.
Segundo a oposição, isto
“representa um atentado contra a segurança do Estado, integridade territorial e
unidade nacional”, delitos que, segundo a lei dos partidos, representam “causas de extinção ou dissolução
de um partido político”.
Entre as personalidades expulsas
do PDGE estão o antigo embaixador da Guiné Equatorial no Chade, Enrique Nsue
Anguesomo, o ex-director de segurança do Presidente, Teodoro Obiang Nguema,
Julian Ondo Nkumu, um antigo juiz do tribunal de Bata, Ruben Clemente Engonga
Nguema, ou o filho do ministro da Administração Interna, Clemente Engonga
Nguema Onguene.
No início de Janeiro, Malabo
anunciou ter frustrado um golpe de Estado ocorrido em Dezembro, tendo detido
cerca de 30 homens armados do Chade, da África Central e do Sudão, nos
Camarões, onde ainda estão presos.
Na ocasião, o ministro da
Segurança, Nicolas Obama Nchama, disse que os mercenários presos tinham sido “contactados
por militantes de determinados partidos da oposição radical com o apoio de
alguns poderosos” estrangeiros.
A Guiné Equatorial é um dos
maiores produtores de petróleo da África subsariana, mas a maior parte da
população vive na pobreza. O país tem vivido uma história de tentativas de
golpes de Estado desde a sua independência de Espanha em 1968.
O país aderiu à Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014.
Expresso das Ilhas
Sem comentários:
Enviar um comentário