quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Oposição da Guiné Equatorial pede dissolução do partido no poder


O principal partido da oposição da Guiné Equatorial, Cidadãos para a Inovação (CI), pediu segunda-feira a dissolução do partido no poder, Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), pelo alegado envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 2017.

Na denúncia apresentada à procuradoria-geral, o CI pediu, em nome do partido e do líder, Gabriel Nse Obiang, a “dissolução do partido no poder, PDGE, pelos actos cometidos pelos seus militantes”.
O Governo denunciou uma tentativa de golpe de Estado em 24 de Dezembro de 2017 promovido, supostamente, por mercenários estrangeiros.

No início do mês, o envolvimento de alguns militantes do PDGE levou à expulsão definitiva de 42 dos seus membros.

O CI, único partido da oposição com representação parlamentar – ainda que ilegalizado por ordem judicial -, expôs que o próprio Presidente equatoguineense, Teodoro Obiang, considerou que os participantes da “tentativa de magnicídio e destabilização da Guiné Equatorial” eram membros das suas fileiras.

Segundo a oposição, isto “representa um atentado contra a segurança do Estado, integridade territorial e unidade nacional”, delitos que, segundo a lei dos partidos, representam “causas de extinção ou dissolução de um partido político”.

Entre as personalidades expulsas do PDGE estão o antigo embaixador da Guiné Equatorial no Chade, Enrique Nsue Anguesomo, o ex-director de segurança do Presidente, Teodoro Obiang Nguema, Julian Ondo Nkumu, um antigo juiz do tribunal de Bata, Ruben Clemente Engonga Nguema, ou o filho do ministro da Administração Interna, Clemente Engonga Nguema Onguene.

No início de Janeiro, Malabo anunciou ter frustrado um golpe de Estado ocorrido em Dezembro, tendo detido cerca de 30 homens armados do Chade, da África Central e do Sudão, nos Camarões, onde ainda estão presos.

Na ocasião, o ministro da Segurança, Nicolas Obama Nchama, disse que os mercenários presos tinham sido “contactados por militantes de determinados partidos da oposição radical com o apoio de alguns poderosos” estrangeiros.

A Guiné Equatorial é um dos maiores produtores de petróleo da África subsariana, mas a maior parte da população vive na pobreza. O país tem vivido uma história de tentativas de golpes de Estado desde a sua independência de Espanha em 1968.

O país aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014.

Expresso das Ilhas

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