Na XI Convenção Nacional do BE, a
"Moção A", encabeçada pela coordenadora bloquista, foi eleita para a
Mesa Nacional com 457 votos. A lista adversária, da "Moção C", obteve
62 votos.
Sem surpresas, a direção liderada
por Catarina Martins obteve uma maioria clara nas votações "de braço no
ar" para a Mesa Nacional do BE - que é o órgão máximo entre convenções - e
para a Comissão de Direitos, na XI Convenção Nacional do BE.
Dos 584 votantes para a Mesa
Nacional, 457 votaram nas lista da "Moção A - Um Bloco Mais Forte para
Mudar o País", encabeçada por Catarina Martins, pelo líder da bancada
parlamentar, Pedro Filipe Soares, e pela eurodeputada Marisa Matias. A
"Moção C - Mais Democracia, Mais Organização", encabeçada por Paulo
Teles Silva e Mónica Ferreira alcançou 62 votos.
Entre os nomes desta lista, que
reúne as principais tendências do partido, estão figuras como Luís Fazenda, um
dos fundadores do BE; e os deputados Joana Mortágua, Mariana Mortágua, José
Manuel Pureza, Jorge Costa, José Soeiro, Moisés Ferreira, Pedro Soares, Luís
Monteiro, Maria Manuel Rola, Sandra Cunha e João Vasconcelos.
Também Manuel Grilo, vereador do
BE que substituiu Ricardo Robles na autarquia de Lisboa - na sequência da
polémica com a venda de um imóvel - foi eleito para a Mesa Nacional do Bloco de
Esquerda.
Houve ainda 57 votos brancos e
oito nulos na votação para a Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.
Apesar de terem sido discutidas
três moções durante a Convenção, a "Moção M - Um Bloco Que Não Se
Encosta", não apresentou uma lista à Mesa Nacional.
Na votação das Moções de
Orientação Política, a "Moção A" alcançou 459 votos, a "Moção
M" obteve 40 e a "Moção C" apenas 9.
João Alexandre | TSF | Foto: José
Goulão/Lusa
Costa pode pegar no bloco e
começar a tirar notas: as cinco exigências do BE
Catarina Martins traça as metas
do Bloco para os próximos anos. Em 2019, se quiser continuar a contar com o
apoio bloquista, o Partido Socialista tem cinco reformas para por em prática.
Há muito trabalho a fazer, diz
Catarina Martins no seu discurso de encerramento da XI Convenção do Bloco de
Esquerda.
"Para onde vamos a partir
daqui? Como fazer melhor?" Para o Bloco de Esquerda são estas "as
lutas do dia de hoje":
1 - Aprovar a Lei de bases da
saúde em 2019. "Não é possível ter um SNS decente se continuarmos a
entregar quatro em cada 10 euros aos grandes grupos privados. A pergunta a que
temos de responder nas eleições é esta: queremos continuar a pagar a fatura dos
grandes grupos privados ou queremos saúde para toda a gente?"
2 - Combater as
desigualdades sociais. A "reforma que é preciso fazer é o contrário
do que a direita fez: melhores salários, salários iguais para as mulheres,
transportes e livros gratuitos, a universalidade do Estado Social."
3 - Combater as alterações
climáticas. Catarina Martins pede a "baixa progressiva dos preços dos
passes sociais", bem como o investimentos transportes públicos, energias
renováveis e veículos elétricos. O Bloco já fez a diferença no Algarve,
diz: "Se todas as prospeções de petróleo tivessem sido aprovadas,
Portugal parecia um queijo suíço."
4 - Nacionalizar setor energético
e a banca. "Em 40 anos de privatizações na energia e na banca, levou
a que os portugueses paguem a eletricidade mais cara, enquanto pagaram à banca
40 mil milhões de resgates e garantias. E fizeram-no com impostos".
5 - Promover a transparência. É
umaproposta do Bloco de Esquerda desde o início da legislatura, lembra Catarina
Martins. A "criação de uma entidade da transparência", com
"novas e exigentes medidas de responsabilização da classe pública", é
uma reforma que o Bloco quer por em prática ainda este ano.
Carolina Rico | TSF
"Queremos ser governo? Sim!
Estamos preparados"
Mariana Mortágua diz que os
bloquistas têm sido o travão dos socialistas. Agora estão prontos para ser
governo.
É a pergunta que todos perguntam
aos bloquistas: querem ser governo? "Sim queremos!", responde Mariana
Mortágua. "Vamos ser Governo? Estamos prontos."
"Somos uma força capaz, uma
força de propostas e de coragem", reforçou a bloquista ao intervir no
segundo e último dia da XI Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, em Lisboa.
Até agora, diz, o Bloco de
Esquerda foi o travão do Governo socialista. Como aconteceu em 2015, recorda.
"A questão que nos dividia
era como gerar o emprego e se a alternativa era cortar pensões. A proposta de
Centeno já era o plano de Bruxelas antes mesmo de ser ministro (...) Eram
erradas e ainda bem que as impedimos".
Só que "o emprego
cresceu", nota Mariana Mortágua "transformou-se em segurança para
muita gente" e não foi preciso congelar pensões, nem liberalizar
despedimentos. Pelo contrário, as pensões foram aumentadas e não houve
liberalização de despedimentos.
"O que teria acontecido se
tivéssemos aplicado este princípio a outras áreas? Teríamos investido no que é
nosso e não naquilo que amanhã será de outro Ricardo Salgado", ironizou,
criticando a gestão das contas públicas a curto prazo e pautada por uma
"enorme cedência a Bruxelas".
"Não há pior défice que a
pobreza." Para Mariana Mortágua, o combate à desigualdade é uma das é mais
importante.
O presidente executivo da EDP,
António Mexia, exemplificou, "ganha num mês aquilo que a rapariga do call
center demora mais de 200 anos a ganhar".
Carolino Rico | TSF | Foto: Alvaro
Isidoro / Global Imagens
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