domingo, 11 de novembro de 2018

XI Convenção Nacional do BE | Direção liderada por Catarina Martins eleita por larga maioria


Na XI Convenção Nacional do BE, a "Moção A", encabeçada pela coordenadora bloquista, foi eleita para a Mesa Nacional com 457 votos. A lista adversária, da "Moção C", obteve 62 votos.

Sem surpresas, a direção liderada por Catarina Martins obteve uma maioria clara nas votações "de braço no ar" para a Mesa Nacional do BE - que é o órgão máximo entre convenções - e para a Comissão de Direitos, na XI Convenção Nacional do BE.

Dos 584 votantes para a Mesa Nacional, 457 votaram nas lista da "Moção A - Um Bloco Mais Forte para Mudar o País", encabeçada por Catarina Martins, pelo líder da bancada parlamentar, Pedro Filipe Soares, e pela eurodeputada Marisa Matias. A "Moção C - Mais Democracia, Mais Organização", encabeçada por Paulo Teles Silva e Mónica Ferreira alcançou 62 votos.

Entre os nomes desta lista, que reúne as principais tendências do partido, estão figuras como Luís Fazenda, um dos fundadores do BE; e os deputados Joana Mortágua, Mariana Mortágua, José Manuel Pureza, Jorge Costa, José Soeiro, Moisés Ferreira, Pedro Soares, Luís Monteiro, Maria Manuel Rola, Sandra Cunha e João Vasconcelos.

Também Manuel Grilo, vereador do BE que substituiu Ricardo Robles na autarquia de Lisboa - na sequência da polémica com a venda de um imóvel - foi eleito para a Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.

Houve ainda 57 votos brancos e oito nulos na votação para a Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.

Apesar de terem sido discutidas três moções durante a Convenção, a "Moção M - Um Bloco Que Não Se Encosta", não apresentou uma lista à Mesa Nacional.

Na votação das Moções de Orientação Política, a "Moção A" alcançou 459 votos, a "Moção M" obteve 40 e a "Moção C" apenas 9.

João Alexandre | TSF | Foto: José Goulão/Lusa

Costa pode pegar no bloco e começar a tirar notas: as cinco exigências do BE

Catarina Martins traça as metas do Bloco para os próximos anos. Em 2019, se quiser continuar a contar com o apoio bloquista, o Partido Socialista tem cinco reformas para por em prática.

Há muito trabalho a fazer, diz Catarina Martins no seu discurso de encerramento da XI Convenção do Bloco de Esquerda.

"Para onde vamos a partir daqui? Como fazer melhor?" Para o Bloco de Esquerda são estas "as lutas do dia de hoje":

1 - Aprovar a Lei de bases da saúde em 2019. "Não é possível ter um SNS decente se continuarmos a entregar quatro em cada 10 euros aos grandes grupos privados. A pergunta a que temos de responder nas eleições é esta: queremos continuar a pagar a fatura dos grandes grupos privados ou queremos saúde para toda a gente?"

2 - Combater as desigualdades sociais. A "reforma que é preciso fazer é o contrário do que a direita fez: melhores salários, salários iguais para as mulheres, transportes e livros gratuitos, a universalidade do Estado Social."

3 - Combater as alterações climáticas. Catarina Martins pede a "baixa progressiva dos preços dos passes sociais", bem como o investimentos transportes públicos, energias renováveis e veículos elétricos. O Bloco já fez a diferença no Algarve, diz: "Se todas as prospeções de petróleo tivessem sido aprovadas, Portugal parecia um queijo suíço."

4 - Nacionalizar setor energético e a banca. "Em 40 anos de privatizações na energia e na banca, levou a que os portugueses paguem a eletricidade mais cara, enquanto pagaram à banca 40 mil milhões de resgates e garantias. E fizeram-no com impostos".

5 - Promover a transparência. É umaproposta do Bloco de Esquerda desde o início da legislatura, lembra Catarina Martins. A "criação de uma entidade da transparência", com "novas e exigentes medidas de responsabilização da classe pública", é uma reforma que o Bloco quer por em prática ainda este ano.

Carolina Rico | TSF



"Queremos ser governo? Sim! Estamos preparados"

Mariana Mortágua diz que os bloquistas têm sido o travão dos socialistas. Agora estão prontos para ser governo.

É a pergunta que todos perguntam aos bloquistas: querem ser governo? "Sim queremos!", responde Mariana Mortágua. "Vamos ser Governo? Estamos prontos."

"Somos uma força capaz, uma força de propostas e de coragem", reforçou a bloquista ao intervir no segundo e último dia da XI Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, em Lisboa.

Até agora, diz, o Bloco de Esquerda foi o travão do Governo socialista. Como aconteceu em 2015, recorda.

"A questão que nos dividia era como gerar o emprego e se a alternativa era cortar pensões. A proposta de Centeno já era o plano de Bruxelas antes mesmo de ser ministro (...) Eram erradas e ainda bem que as impedimos".

Só que "o emprego cresceu", nota Mariana Mortágua "transformou-se em segurança para muita gente" e não foi preciso congelar pensões, nem liberalizar despedimentos. Pelo contrário, as pensões foram aumentadas e não houve liberalização de despedimentos.

"O que teria acontecido se tivéssemos aplicado este princípio a outras áreas? Teríamos investido no que é nosso e não naquilo que amanhã será de outro Ricardo Salgado", ironizou, criticando a gestão das contas públicas a curto prazo e pautada por uma "enorme cedência a Bruxelas".

"Não há pior défice que a pobreza." Para Mariana Mortágua, o combate à desigualdade é uma das é mais importante.

O presidente executivo da EDP, António Mexia, exemplificou, "ganha num mês aquilo que a rapariga do call center demora mais de 200 anos a ganhar".

Carolino Rico | TSF | Foto: Alvaro Isidoro / Global Imagens

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