Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
Assunção Cristas representa a
oposição que se agarra ao que pode, a oposição do vale tudo, a oposição do
desespero. Rui Rio, líder do PSD, prefere outra estratégia, mais contida, menos
desesperada, mas que, por sua vez, desespera boa parte do partido, a parte que
ainda chora o desaparecimento de Passos Coelho e da sua ideologia de pacotilha
acompanhada pelos negócios tradicionalmente obscuros.
Enquanto Rio evita a politiquice
de trazer por casa, Cristas abraça-a com gosto. A propósito da queda do
helicóptero do INEM, Rui fala de insegurança e ensaia algumas acusações ao
Governo. Tenta. Em vão.
Cristas, por sua vez, anda pelo
país a exibir cartazes alertando para os perigos das estradas, ela que fez
parte do Governo Passos/Portas que desinvestiram em tudo e mais alguma coisa,
com poucas excepções (as do costume).
A solução política congeminada
por Costa com a restante esquerda vai funcionando, com o beneplácito do
Presidente da República, convenientemente para ele próprio, o que rouba espaço
de manobra aos partidos da oposição. Pior, essa mesma oposição, mal servida de
lideranças, procura sobreviver a qualquer custo, sobretudo no caso do CDS. Rio
é outra questão, a prazo, certamente.
É Assunção Cristas que procura
destacar-se agarrando-se ao que pode, por muito pouco que seja, sempre é melhor
do que uma mão cheia de nada que é precisamente aquilo que Rio ostenta
penosamente.
*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo
da Razão
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