O ar condicionado passou de novo-riquismo
para algo tão essencial para a vida como a água, o gás ou a eletricidade. Convencer
os mais empedernidos a critérios antigos ou outros que desprezam a qualidade de
vida que deve ser atualizada nos requisitos por via das alterações climáticas é
que é difícil. A seu tempo lá chegaremos. Tarde e a más horas, mas sim. Chegaremos.
Não são as ventoinhas que
refrescam uma casa que no seu interior tem uma temperatura de cerca de 40º centígrados.
O ar que agita está quente e não arrefece. Nunca. Portanto, nestas condições
atmosféricas as ventoinhas para refrescar já foram úteis. Agora não são. Ponto.
Acresce que o ar condicionado sai
muito caro para o poder de compra dos portugueses, a maioria. Também o preço
caríssimo da eletricidade em Portugal (a mais cara da Europa) torna incomportável
tal despesa. O que fazer?
Bem, só existem duas hipóteses: a
primeira é continuarmos com o desprezo dos que legislam e governam e ficarmos a
“arder” e a esgotar-nos em suor, com pouca vontade de nos mexermos – mesmo nas
tarefas domésticas. “Ai aguenta, aguenta!” Afirmou um famoso da banca que nos assalta com toda a impunidade. Pois é. Na realidade vamos ter de aguentar e até
de morrer por excesso de calor, principalmente os mais idosos – o que dá jeito
por representar menos reformas a pagar pela (In)Segurança Social.
A outra hipótese é os
legisladores e os governos cuidarem de dar prioridade à qualidade de vida dos
cidadãos de Portugal (o que não fazem). Para já baixando o preço da
eletricidade, depois estudando o modo de como devem prevenir a defesa e bem-estar dos
portugueses face à agressividade das atuais mudanças climáticas. Mudando as
regras de construção dos prédios, das casas, e também regular o preço de um bem
que já é essencial: o ar condicionado. Já que o “mercado” não o faz e nestas
crises de maior e excessivo calor aumentam os preços.
Em média, os aparelhos de ar
condicionado (mais rascas) atingem valores muito próximos de um salário mínimo nacional. Para
a maioria dos portugueses isso é incomportável.
Perguntamos, para atualização:
quantos já morreram em Portugal devido a esta enorme vaga de calor?
Deixando o fresco do ar
condicionado vamos para o fogo. O malvado ardente que pulula por Portugal. Mais
centrado e com maior gravidade em Monchique, na serra algarvia. É o que
trazemos a seguir no PG. (PG)
Fogos: Samora Correia dominado, 5
bombeiros feridos. Monchique ainda arde
Cinco bombeiros feridos sem
gravidade e quatro assistidos no local, em Samora Correia, cujo incêndio já foi
dominado. Autoridades farão ponto de situação sobre Monchique às 12h.
O incêndio em Samora Correia, no
distrito de Santarém, que foi dominado esta madrugada de domingo, conta nesta altura com
um balanço de cinco bombeiros feridos sem gravidade.
Conforme indicou fonte do Comando
Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém ao Notícias ao
Minuto, o número de bombeiros subiu de três para cinco, no decorrer das
operações de combate ao fogo, que lavrava desde as 13h08 de sábado na freguesia
de Samora Correia (Pancas).
Outros quatro bombeiros foram
assistidos no local, não sendo necessário o transporte para o hospital.
Nesta altura, estão envolvidos
nos trabalhos de rescaldo, em Samora Correia, 185 operacionais apoiados por 62
viaturas.
Duas frentes ativas em
Monchique
O incêndio na serra de Monchique,
distrito de Faro, continua com duas frentes ativas, segundo confirmou fonte do
Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, que adiantou que será
feito um ponto de situação às 12h.
No local, estão 778 operacionais,
apoiados por 209 viaturas e seis meios aéreos.
Em declarações à Lusa,
o CDOS de Faro afirmou ainda que o "vento constante" não ajudou os operacionais no
terreno e que durante a manhã de hoje "vai fazer-se o reconhecimento do
terreno, com a luz do dia para ver a área no seu todo".
Risco máximo de incêndio mantém-se
Mais de meia centena de concelhos
de Portugal continental estão hoje em risco máximo de incêndio, sobretudo no
Algarve e no interior Norte e Centro do país, segundo o Instituto Português do
Mar e da Atmosfera (IPMA).
No Alentejo, Odemira é o único
concelho colocado em risco máximo de incêndio. Este risco máximo estende-se a
vários concelhos nos distritos de Faro, Castelo Branco, Portalegre, Santarém,
Leiria, Coimbra, Viseu, Guarda e Bragança.
Anabela Sousa Dantas, com Lusa | em
Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens