domingo, 5 de agosto de 2018

Portugal continua a arder. Quantos em Portugal já morreram devido ao calor?


O ar condicionado passou de novo-riquismo para algo tão essencial para a vida como a água, o gás ou a eletricidade. Convencer os mais empedernidos a critérios antigos ou outros que desprezam a qualidade de vida que deve ser atualizada nos requisitos por via das alterações climáticas é que é difícil. A seu tempo lá chegaremos. Tarde e a más horas, mas sim. Chegaremos.

Não são as ventoinhas que refrescam uma casa que no seu interior tem uma temperatura de cerca de 40º centígrados. O ar que agita está quente e não arrefece. Nunca. Portanto, nestas condições atmosféricas as ventoinhas para refrescar já foram úteis. Agora não são. Ponto.

Acresce que o ar condicionado sai muito caro para o poder de compra dos portugueses, a maioria. Também o preço caríssimo da eletricidade em Portugal (a mais cara da Europa) torna incomportável tal despesa. O que fazer?

Bem, só existem duas hipóteses: a primeira é continuarmos com o desprezo dos que legislam e governam e ficarmos a “arder” e a esgotar-nos em suor, com pouca vontade de nos mexermos – mesmo nas tarefas domésticas. “Ai aguenta, aguenta!” Afirmou um famoso da banca que nos assalta com toda a impunidade. Pois é. Na realidade vamos ter de aguentar e até de morrer por excesso de calor, principalmente os mais idosos – o que dá jeito por representar menos reformas a pagar pela (In)Segurança Social.

A outra hipótese é os legisladores e os governos cuidarem de dar prioridade à qualidade de vida dos cidadãos de Portugal (o que não fazem). Para já baixando o preço da eletricidade, depois estudando o modo de como devem prevenir a defesa e bem-estar dos portugueses face à agressividade das atuais mudanças climáticas. Mudando as regras de construção dos prédios, das casas, e também regular o preço de um bem que já é essencial: o ar condicionado. Já que o “mercado” não o faz e nestas crises de maior e excessivo calor aumentam os preços.

Em média, os aparelhos de ar condicionado (mais rascas) atingem valores muito próximos de um salário mínimo nacional. Para a maioria dos portugueses isso é incomportável.

Perguntamos, para atualização: quantos já morreram em Portugal devido a esta enorme vaga de calor?

Deixando o fresco do ar condicionado vamos para o fogo. O malvado ardente que pulula por Portugal. Mais centrado e com maior gravidade em Monchique, na serra algarvia. É o que trazemos a seguir no PG. (PG)

Fogos: Samora Correia dominado, 5 bombeiros feridos. Monchique ainda arde

Cinco bombeiros feridos sem gravidade e quatro assistidos no local, em Samora Correia, cujo incêndio já foi dominado. Autoridades farão ponto de situação sobre Monchique às 12h.

O incêndio em Samora Correia, no distrito de Santarém, que foi dominado esta madrugada de domingo, conta nesta altura com um balanço de cinco bombeiros feridos sem gravidade.

Conforme indicou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém ao Notícias ao Minuto, o número de bombeiros subiu de três para cinco, no decorrer das operações de combate ao fogo, que lavrava desde as 13h08 de sábado na freguesia de Samora Correia (Pancas).

Outros quatro bombeiros foram assistidos no local, não sendo necessário o transporte para o hospital.

Nesta altura, estão envolvidos nos trabalhos de rescaldo, em Samora Correia, 185 operacionais apoiados por 62 viaturas.

Duas frentes ativas em Monchique

O incêndio na serra de Monchique, distrito de Faro, continua com duas frentes ativas, segundo confirmou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, que adiantou que será feito um ponto de situação às 12h.

No local, estão 778 operacionais, apoiados por 209 viaturas e seis meios aéreos.

Em declarações à Lusa, o CDOS de Faro afirmou ainda que o "vento constante" não ajudou os operacionais no terreno e que durante a manhã de hoje "vai fazer-se o reconhecimento do terreno, com a luz do dia para ver a área no seu todo".

Risco máximo de incêndio mantém-se

Mais de meia centena de concelhos de Portugal continental estão hoje em risco máximo de incêndio, sobretudo no Algarve e no interior Norte e Centro do país, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

No Alentejo, Odemira é o único concelho colocado em risco máximo de incêndio. Este risco máximo estende-se a vários concelhos nos distritos de Faro, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Leiria, Coimbra, Viseu, Guarda e Bragança.

Anabela Sousa Dantas, com Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens

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