domingo, 6 de janeiro de 2019

São Tomé | Compreender os esquemas, os compadrios e a eterna e cansativa desonestidade


Isabel de Santiago | Téla Nón | opinião

OS 3 REIS MAGOS, a Maga ilógica e a Maga menor: (in)compreender os esquemas, os compadrios e a eterna e cansativa desonestidade [1] 

Passou a noite de Natal e uns consoaram sem consoada. A pedido da Associação Mén Non, mobilizei apoios através do fornecimento de géneros alimentícios e financeiros, com o jornal Téla Non. A saga continua. Muitos santomenses, são evacuados para Portugal, ultrapassando sempre o número de doentes a tratar. As pessoas não são números, mas o dinheiro é feito de números e já lá vamos, para desmontar ajudas que não entraram e desvios incógnitos. Temos o caso da Carla, com o Bruno, de 4 anos, – abandonado pelo pai (típico dos machos santomenses) e à mulher, com 3 doenças graves; o caso do Michelson, em cadeira de rodas e paraplégico, com escaras e internado em cuidados paliativos (os portugueses a pagar os abusos de políticos). Fui visitar estas pessoas, já que através do Diário de Notícias, foi feita uma reportagem para angariar apoios. Para eles e para outros santomenses. E porquê? 

É difícil compreender os eternos esquemas, os compadrios e a eterna, e…tão, mas tão cansativa desonestidade. A Democracia não foi, não é e não será nunca! Sinónimo de Corrupção. Saiu a ADI. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para ajudar na reposição de democracia. Assisti à violência. Muita gente foi ameaçada na sua integridade. Eu mesma. Mas, se fui independente para repor a democracia e ajudar o homem Jorge, serei independente para atacar os homens do homem Jorge. 

Enquanto as Embaixadas andam de cofres vazios, sem ajuda reforço orçamental, a MNE mais não tem que fazer que andar de mão estendida, montada nos seus tacões e perucas fashion, e toilettes pseudo europeias, a pedir ajudas a países em crise financeira de tanta corrupção de que foram alvo, em vez de, a partir de casa, STP, estar em desenhos e arquiteturas de eficazes estratégias de diplomacia económica. É isso que o Povo esperava dela. Mas não.

Adelino Cardoso Cassandra diz-nos que “…neste registo rotineiro e inconsequente, que já dura há mais de 40 anos,(…)  sente, como eu sinto, (…) o futuro a escapar-nos, de forma irremediável, pelas mãos, na agitação caótica dos problemas que diariamente enfrentámos no interior da CASA. Só os mais astutos dos inquilinos da nossa CASA se sentem confortáveis neste pobre banquete diário.

O Banquete começou. Se não aceitava a corrupção e os esquemas instalados nos ADIs, muito menos aceitarei, quando acredito no Jorge homem, mas não acredito nos seus (quase todos) homens e algumas mulheres. É impossível que um País com as potencialidades de São Tomé e Príncipe, continue na miséria e de mão e pés no chão, tendo tanto para gerar e apenas pobreza criar. Não aceito que se baixem impostos e se permitam criar esquemas, em zonas francas, destinados à liderança de um ex Primeiro Ministro carregado de esquemas de corrupção, como foi o caso – conhecimento recente –  de uma queixa à Polícia, em Portugal, com alegado “assalto” ao seu filho de nome francês, à porta do casino do Estoril, onde o pai se divertia. Foram levados 170 mil dólares. Será mesmo que foram levados? Ou desviados? Transporte por mala diplomática, verba de financiamento para campanhas vindos de Angola, azar dos Távoras, mas… perdidos!

Depois temos o Desca(ma)rado Osvaldo, a nomear um jovem inexperiente para Governador do Banco Central, que topete! Sem saber ler nem escrever. Esmagando grandes céredros e de prestígio internacional. Não acredito que o Jorge se deixe de forma desacreditada levar pelos pseudo ajudas, que o blindaram, para garantir acesso a novos financiamentos. Mas: a quem se destinam? Não aceito esta vergonha. Não aceito que se continue a encher os cargos, e os políticos os bolsos, para seu favorecimento e seus familiares em perseguições incompreendidas, quando santomenses passam mal, mal e mal. Os amigos já começaram a ocupar os lugares. Como acreditar num Presidente de Assembleia Nacional? É Presidente ou comerciante de Arroz? O Japão doa arroz – por que não eliminar este produto da nossa dieta???, já que é alvo de tanto esquema e corrupção? – e o Senhor Neves compra tudo, enche os seus armazéns e alguém acredita que o irá vender a 13Dbras? Eu não acredito. É obvio que os valores serão inflacionados. Para ele aumentar os seus cofres. À custa de quem?

Como levar a sério, que vários ex primeiros ministros se metam no ataque aos irmãos Monteiro, já nem me interessa quem vendeu a quem e porquê, com o caso Rosema, um acusado de alta corrupção, mas financiadores de todos os partidos e políticos do MLSTP PSD e do ADI – até juízes – e um desses primeiros ministros – que ajudou na negociação de juros de dívida (de Melo Xavier – tempos passados ao som da sua voz no Xavaroti) ao Estado para os mesmos irmãos – agora os ataque. Entregando procurações 2 meses mais tarde, quando o prazo estava ultrapassado.

Não acredito num jurista(??)  que, quando do caso – Caso NOVO MUNDO – entregou património imobiliário do falecido Carvalho, com a irmã ainda viva, e cuja procuração em meu poder, foi ignorada. Entregou os bens. Que ele representava como advogado e violou a confiança do cliente. Eram tão amigos. Mas que País este? Muitos edifícios da cidade são destes dois ex primeiros ministros. Como acreditar nestes homens?

Para onde caminhas Jorge? Quando permites que estes homens se unam em esquemas cansativos de violações e atropelos de honestidade em forma desonesta de corrupção? E a nossa ini_a_miga que faz ela? Com a Justiça? Vamos continuar a ver loucos nus na Rua? E a produção não controlada sanitariamente de álcoois, destilados à mercê da destilação de neurónios? A interpretação dos direitos humanos é papel importante e digno do ser humano, ou vamos continuar com a macacada da Rosema e dos familiares do seu marido? Como acreditar numa técnica sem formação jurídica, que assume a pasta sem saber de leis e menos de justiça?

Para onde vamos caro Jorge, que (ainda) cosidero Bom, mas que já carrega a Cruz de Jesus no nome, se os lanches na Assembleia Nacional já estão a ser concedidos no nepotismo dos amigos e familiares, à mulher do Presidente da Assembleia? Que queremos fazer a este Povo? Sempre é verdade que o favorecimento de uma Assembleia Nacional se destina também a um familiar? E onde pára a reciclagem do MLSTP PSD? Cheio de velhos corruptos do Restelo? Será que não chega de esquemas? Que fazes, sua Excelência, aos que prepararam os trilhos cheios de espinhos para que seguisses em frente sem pisar as chagas de Cristo?

Olhemos à nossa volta: os Reis chegaram – já não trazem a magia do Presépio –  vieram violados de duas Magas, sem magia do Natal e o nascimento do Menino. O menino Jesus, nasceu. Apareceu e, de medo, fugiu. E deixou os animais na manjedoura. Não trouxeram Mirra, nem Incenso e Ouro. Trouxeram 3 Baús cheios. de corrupção. De Fome. E Pobreza, fundamentais para esquemas.

Não sei para onde vamos, sei que não vamos voltar ai. O Governo assim não vai durar. Cairá. A vergonha está a retomar as rédeas do País. E o crédito está a chegar ao fim.

Isabel de Santiago ([1]

[1] diretora do N’Dependenxa e  Investigadora e Regente de Comunicação em Saúde, Profª Convidada no I Medicina Preventiva e Saúde Pública, Faculdade Medicina Universidade Lisboa.

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