Os angolanos esperam que o novo
ano traga melhorias. Cidadãos ouvidos pela DW em Luanda esperam uma governação
de proximidade, punição dos corruptos e melhorias no fornecimento de
energia elétrica e água potável.
O ano de 2019 começou com novas
exonerações e cortes nas despesas públicas. O Presidente angolano,
João Lourenço, mandou suspender e restringir direitos e regalias
que abrangem os titulares de cargos públicos. Os
governantes, magistrados e respetivos cônjuges vão deixar, por
exemplo, de viajar em primeira classe.
Cidadãos ouvidos pela DW na
capital angolana esperam que este tipo de medidas continue e que o novo ano
traga melhorias. Laurindo Fernandes, residente em Luanda, pede ao Governo que
"trabalhe mais com o povo".
"Trabalhar com o povo é a
melhor coisa que se faz, porque é o povo que sente, é o povo que passa pelas
dificuldades e é o povo que tem de apontar o que está certo e o que está errado
e o que se deve mexer", afirma.
Ou seja, "nada de trabalho
institucional ou de trabalhar fechado, como na governação do
ex-Presidente", José Eduardo dos Santos, adverte o cidadão.
Menos corrupção, mais condições
Timóteo Paulo Miranda, outro
habitante da capital angolana, defende mais transparência na luta contra a
corrupção e impunidade, anunciada
pelo novo Presidente, nomeadamente no processo de repatriamento coercivo de
capitais domiciliados no estrangeiro.
"Se nós queremos combater a
corrupção temos que adoptar a transparência", refere. "O facto de
não se mostrar os autores que desviaram os fundos públicos é uma questão
de oficioso. Nesse caso, não sei exatamente se vai trazer algum benefício para
o nosso país, porque a não transparência do próprio processo acaba
por viciar as próprias políticas de repatriamento."
Ainda assim, a sua esperança é
que se possa reaver muito do dinheiro "que foi roubado durante muito tempo
de governação."
O ano de 2018 foi marcado pela
"Operação
Resgate", que, entre outros objetivos, visa acabar com a venda
ambulante no país. Muitos jovens ficaram desempregados. Como a vida continua
cara, muitos estão sem poder de compra.
Vasco Zanji espera que 2019 traga
melhores condições de vida para os angolanos: "Penso que a água, como um
elemento essencial, o saneamento básico e a energia devem ser prioridades. A
água e a energia já nem deviam ser um problema, principalmente na capital."
Manuel Luamba (Luanda) | Deutsche
Welle
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