Numa conferência de imprensa do
Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o Protector do estado fronteiriço
de Táchira, Freddy Bernal, afirmou que qualquer tentativa de entrar na
Venezuela, através da Ponte Internacional de Las Tienditas, com o pretexto de
entregar «ajuda humanitária» constituirá uma violação da soberania nacional.
Na mesma ocasião, Bernal
denunciou que a administração norte-americana e o governo da Colômbia pretendem
criar uma operação de «falsa bandeira» para agredir o seu país.
«O Senhor Iván Duque e a
administração dos Estados Unidos pretendem montar uma provocação, pretendem
vestir paramilitares com uniformes. Alerto para uma operação de falsa bandeira
na fronteira», disse Bernal durante a conferência de imprensa desta segunda-feira,
que se enquadrou numa mobilização em defesa da soberania e da paz no estado de
Táchira, segundo informa a AVN.
A Ponte Internacional de Las
Tienditas, construída para a passagem de viaturas e peões, visa ligar a parte
mais ocidental do estado de Táchira, na Venezuela, ao departamento colombiano
de Norte de Santander.
Bernal esclareceu que a ponte
nunca esteve aberta nem foi utilizada desde a sua construção – com os custos a
cargo da Venezuela – porque o governo do país vizinho não criou módulos de
controlo migratório e aduaneiro, refere a Prensa Latina.
Um negócio promovido pela
Colômbia
O dirigente do PSUV criticou a
«acção unilateral de tentar fazer entrar em território venezuelano uma suposta
ajuda humanitária, ao arrepio de todas as normas internacionais», tendo
sublinhado que o conceito de «ajuda humanitária» é do âmbito das Nações Unidas
ou da Cruz Vermelha, e não de entidades da administração dos EUA, que o aplicam
à situação concreta que se vive na fronteira.
Exigiu, para além disso, o fim da
perseguição financeira e das sanções económicas ao país, que limitam o seu
acesso à compra de alimentos e de medicamentos.
O Protector do Estado de Táchira
qualificou as tentativas de forçar a entrada de «ajuda» na Venezuela como uma
«fraude sanitária», tendo-se referido a órgãos de comunicação colombianos que
dão conta conta da intoxicação de pelo menos 14 pessoas depois de consumirem
alimentos enviados pelos Estados Unidos.
Denunciou ainda que uma parte dos
componentes dessa «suposta ajuda humanitária» são comprados na Colômbia,
tratando-se de «um negócio promovido pelas autoridades» desse país andino.
Acampamento Juvenil
Anti-imperialista
Foi ainda anunciada a instalação,
a partir desta terça-feira, do Acampamento Juvenil Anti-imperialista nas
imediações da Ponte Internacional de Las Tienditas, no âmbito do Dia da
Juventude, que na Venezuela se celebra a 12 de Fevereiro, e no contexto de
acções em prol da paz e da soberania, de apoio ao presidente da República,
Nicolás Maduro, e contra a ingerência dos Estados Unidos e países aliados.
Guaidó cometeu um «crime contra a
Humanidade»
Freddy Bernal sublinhou que o facto
de Juan Guaidó, deputado da Assembleia Nacional – em desobediência perante o
Supremo Tribunal de Justiça –, ter solicitado uma intervenção estrangeira no
país é um «crime de contra a Humanidade».
Com as suas acções e declarações,
«a direita venezuelana está a pedir uma guerra no país», denunciou Bernal,
citado pela AVN, insistindo na ideia de que «aquilo que o Senhor Guaidó
quer na Venezuela é um crime contra a Humanidade».
«As forças revolucionárias» do
país caribenho «não irão cair em provocações», mas manter-se-ão «firmes na
defesa da paz», disse, sublinhando que Guaidó – que se autoproclamou
«presidente interino» da Venezuela no passado dia 23 de Janeiro – violou o que
está disposto na Constituição e que deverá responder por isso.
AbrilAbril
Imagem: A maioria dos
venezuelanos rejeita o intervencionismo norte-americano no país | Créditos/
Alba Ciudad
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