quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

EUA e Colômbia preparam provocação contra a Venezuela na fronteira


Numa conferência de imprensa do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o Protector do estado fronteiriço de Táchira, Freddy Bernal, afirmou que qualquer tentativa de entrar na Venezuela, através da Ponte Internacional de Las Tienditas, com o pretexto de entregar «ajuda humanitária» constituirá uma violação da soberania nacional.

Na mesma ocasião, Bernal denunciou que a administração norte-americana e o governo da Colômbia pretendem criar uma operação de «falsa bandeira» para agredir o seu país.

«O Senhor Iván Duque e a administração dos Estados Unidos pretendem montar uma provocação, pretendem vestir paramilitares com uniformes. Alerto para uma operação de falsa bandeira na fronteira», disse Bernal durante a conferência de imprensa desta segunda-feira, que se enquadrou numa mobilização em defesa da soberania e da paz no estado de Táchira, segundo informa a AVN.

A Ponte Internacional de Las Tienditas, construída para a passagem de viaturas e peões, visa ligar a parte mais ocidental do estado de Táchira, na Venezuela, ao departamento colombiano de Norte de Santander.

Bernal esclareceu que a ponte nunca esteve aberta nem foi utilizada desde a sua construção – com os custos a cargo da Venezuela – porque o governo do país vizinho não criou módulos de controlo migratório e aduaneiro, refere a Prensa Latina.

Um negócio promovido pela Colômbia

O dirigente do PSUV criticou a «acção unilateral de tentar fazer entrar em território venezuelano uma suposta ajuda humanitária, ao arrepio de todas as normas internacionais», tendo sublinhado que o conceito de «ajuda humanitária» é do âmbito das Nações Unidas ou da Cruz Vermelha, e não de entidades da administração dos EUA, que o aplicam à situação concreta que se vive na fronteira.

Exigiu, para além disso, o fim da perseguição financeira e das sanções económicas ao país, que limitam o seu acesso à compra de alimentos e de medicamentos.

O Protector do Estado de Táchira qualificou as tentativas de forçar a entrada de «ajuda» na Venezuela como uma «fraude sanitária», tendo-se referido a órgãos de comunicação colombianos que dão conta conta da intoxicação de pelo menos 14 pessoas depois de consumirem alimentos enviados pelos Estados Unidos.

Denunciou ainda que uma parte dos componentes dessa «suposta ajuda humanitária» são comprados na Colômbia, tratando-se de «um negócio promovido pelas autoridades» desse país andino.

Acampamento Juvenil Anti-imperialista

Foi ainda anunciada a instalação, a partir desta terça-feira, do Acampamento Juvenil Anti-imperialista nas imediações da Ponte Internacional de Las Tienditas, no âmbito do Dia da Juventude, que na Venezuela se celebra a 12 de Fevereiro, e no contexto de acções em prol da paz e da soberania, de apoio ao presidente da República, Nicolás Maduro, e contra a ingerência dos Estados Unidos e países aliados.

Guaidó cometeu um «crime contra a Humanidade»

Freddy Bernal sublinhou que o facto de Juan Guaidó, deputado da Assembleia Nacional – em desobediência perante o Supremo Tribunal de Justiça –, ter solicitado uma intervenção estrangeira no país é um «crime de contra a Humanidade».

Com as suas acções e declarações, «a direita venezuelana está a pedir uma guerra no país», denunciou Bernal, citado pela AVN, insistindo na ideia de que «aquilo que o Senhor Guaidó quer na Venezuela é um crime contra a Humanidade».

«As forças revolucionárias» do país caribenho «não irão cair em provocações», mas manter-se-ão «firmes na defesa da paz», disse, sublinhando que Guaidó – que se autoproclamou «presidente interino» da Venezuela no passado dia 23 de Janeiro – violou o que está disposto na Constituição e que deverá responder por isso.

AbrilAbril

Imagem: A maioria dos venezuelanos rejeita o intervencionismo norte-americano no país | Créditos/ Alba Ciudad

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