@Verdade | Editorial
Diante das detenções que têm
vindo a acontecer no âmbito das dívidas contraídas ilegamente pelo Governo da
Frelimo, já se deveria quebrar a imunidade dos deputados da banca parlamentar
da Frelimo na Assembleia da República. Pois, os deputados da Frelimo mostraram,
várias vezes, que não estão na Assembleia da República em representação do povo
moçambicano, mas sim para acomodar interesses pessoais de um grupo de
gananciosos.
Os moçambicanos assistiram aos
deputados do partido Frelimo, “em consciência”, a legalizarem as dívidas
inconstitucionais e ilegais das empresas EMATUM, Proindicus e MAM. Este bando
votou à favor do projecto de Resolução que aprova a Conta Geral do Estado de
2015, usando o argumento segundo a qual os deputados acreditam no empenho do
Governo de Nyusi em corrigir as falhas deixadas.
Na verdade, os deputados da
Frelimo usaram argumentos falaciosos para justificar a inclusão das Garantias
que o Governo de Armando Guebuza concedeu na Conta Geral do Estado de 2015,
dentre os quais o dinheiro dos empréstimos foram usados para o desenvolvimento
do país.
O destino dos mais de 2 biliões
de dólares era supostamente o desenvolvimento de actividades rentáveis para o
país. Mas hoje se sabe que o dinheiro não foi usado apenas para a implantação e
gestão do Sistema Integrado de Monitoria e de Protecção (SIMP). O valor foi
usado para enriquecer uma corja de necrófagos, que planeou este golpe, sabendo,
de antemão, que poderiam contar com os deputados da Frelimo.
No entanto, os deputados da
bancada parlamentar da Frelimo são cúmplices nesta roubalheira toda, pois importa
esclarecer que a contratação dos empréstimos só foi possível graças a Garantias
Soberanas do Estado, que para a sua emissão violou a Constituição da República
assim como as leis Orçamentais de 2013 e de 2014. O Tribunal Administrativo
constatou essas violações assim como a Comissão Parlamentar de Inquérito à
situação da Dívida Pública. Resumindo, os deputados sabiam de que se tratava de
um roubo ao Estado moçambicano, mas mesmo assim não se fizeram de rogados.
Portanto, há provas mais do que
suficientes relativamente a cumplicidade ou o envolvimento dos deputados da
Frelimo nas dívidas ilegais e, nesse sentido, deveriam ser chamados a barra do
tribunal ouvidos e presos, por serem parte importante do problema, ao
legitimarem o grande roubo que tem vindo a causar sofrimento profundo ao povo
moçambicano.
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