Um grupo desconhecido atacou esta
quinta-feira uma caravana da petrolífera norte-americana Anadarko, em Cabo Delgado , no
norte de Moçambique. Quatro pessoas ficaram feridas, mas não correm perigo de
vida.
O ataque ocorreu por volta das
16:50, quando a caravana seguia para o acampamento da multinacional em Palma,
que continuava retida no local sob escolta das Forças Armadas de Defesa e
Segurança, informou à Lusa fonte ligada à empresa e que integrava a caravana.
O grupo desconhecido, que
integrava cerca de 15 homens, vestidos de preto, disparou contra a caravana,
tendo ferido quatro pessoas, e obrigado os carros a seguirem caminhos
diferentes, acrescentou a fonte.
"O nosso carro ficou retido
na estrada, porque há informações de que eles estão espalhados por aqui. As
Forças de Defesa chegaram", explicou na altura a fonte, acrescentando que
os feridos estavam a ser assistidos por médicos na ambulância da caravana.
A petrolífera norte-americana
Anadarko disse que as quatro pessoas feridas não correm perigo de vida.
"Não correndo perigo de vida, quatro pessoas encontram-se a receber
tratamento para ferimentos", refere um comunicado da empresa enviado hoje à
Lusa.
A petrolífera acrescenta que está
em contacto com as autoridades governamentais para assegurar medidas
necessárias para a proteção dos colaboradores do projeto. "A segurança,
proteção e bem-estar das nossas pessoas é sempre a nossa principal prioridade",
refere a empresa, acrescentando que continuam a acompanhar a situação e
oportunamente trará mais elementos.
A Lusa contactou o porta-voz da
Polícia moçambicana em
Cabo Delgado , Augusto Guta, que disse não ter conhecimento
sobre o assunto, reservando eventuais declarações para mais tarde.
Primeiro ataque a alvos de
empresas
Este é o primeiro ataque
conhecido a alvos de empresas envolvidas nos projetos
de gás na bacia do Rovuma desde a eclosão, em outubro de 2017, da
violência armada em Cabo
Delgado.
A onda
de violência em Cabo Delgado eclodiu após um ataque armado a postos de
polícia de Mocímboa da Praia por um grupo com origem numa mesquita local que
pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os
residentes desde há dois anos.
Depois de Mocímboa da Praia já
houve vários ataques que se suspeita estarem relacionados com o mesmo tipo de
grupo, sempre longe do asfalto e fora da zona de implantação das fábricas e
outras infraestruturas das empresas petrolíferas que vão explorar gás
natural.
A petrolífera Anadarko já havia
anunciado à Lusa que as obras estavam a decorrer com "segurança
reforçada", devido a proximidade dos ataques anteriores.
Agência Lusa | Deutsche Welle
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