A facturação das empresas de
trabalho temporário cresceu 6,1% em 2018, face a 2017, para um total de
1350 milhões de euros. A precariedade e os baixos salários continuam
a ser predominantes.
O novo aumento da facturação das
empresas de trabalho temporário, para 1350 milhões de euros em 2018, é
divulgado hoje pela Informa D&B, empresa que se dedica ao estudo da
evolução do tecido empresarial em Portugal, neste caso sobre o sector do «trabalho
temporário».
Segundo a agência Lusa,
o estudo em causa afirma que o ritmo de subida da facturação
«prolonga a tendência crescente registada nos anos anteriores», com taxas de
variação acima de 10% em vários exercícios, o que permitiu «um acréscimo
em cerca de 50% entre 2013 e 2018».
Para 2019 e 2020, as previsões
apontam para «um prolongamento da tendência crescente do número de
trabalhadores e do volume do negócio».
Em oposição, citando dados do
Instituto Nacional de Estatística (INE), a CGTP-IN afirma que a
precariedade em Portugal atinge hoje mais de 22% dos trabalhadores de todas as
idades, sendo mais abrangente e grave entre os mais jovens. Uma realidade que
se expressa não só em baixos salários mas também numa vida repleta de
insegurança e em horários desgastantes.
Segundo o INE, em 2018 havia mais
de 890 mil trabalhadores por conta de outrem com contratos não permanentes.
A CGTP-IN vai mais longe e realça que, «após o cruzamento com outras
fontes, o número é de um milhão e 200 mil, ou seja, cerca de 31% dos
assalariados».
Patronato fomenta a precariedade
A CGTP-IN reitera que «a
precariedade é um dos instrumentos que o patronato usa para aumentar a
exploração dos trabalhares, nomeadamente para pagar salários mais baixos». Os
trabalhadores com vínculos precários recebem, em média, salários 20% a 40%
inferiores aos contratos sem termo.
«Mais de 42% dos jovens com menos
de 35 anos têm vínculos precários, sendo as jovens trabalhadoras as principais
visadas (mais de 44%), sobretudo as que têm menos de 25 anos (mais de
71% face a 62% entre os jovens trabalhadores da mesma idade)», afirma a
Intersindical Nacional.
No final do ano passado, 220
empresas deste sector tinham actividade legal em Portugal, um número
ligeiramente inferior ao observado em 2017. A zona de Lisboa, que alberga um total de
106 empresas, e a zona Norte, com 74 operadores, são as que contam com o maior
número de empresas.
AbrilAbril | com agência Lusa
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