quarta-feira, 27 de março de 2019

Portugal | Um hino ao nepotismo


O processo de consolidação da democracia não dispensa a recusa do nepotismo. Carlos César tem opinião contrária, até porque se o Bloco de Esquerda pode por que razão o PS não pode? A frase, simplista é certo, e pueril, com certeza, pretende justificar o que não tem justificação: as ligações excessivas de membros das mesmas famílias em lugares do Governo. De resto, César mantém precisamente esses hábitos nos Açores, onde fez carreira no PS, sem nunca largar a mão dos familiares.

Procurar justificar um comportamento porque os outros alegadamente adoptaram o mesmo comportamento não só é um não-argumento como é de uma infantilidade gritante. Paralelamente, não se vê como é o caso do Bloco de Esquerda, com deputadas gémeas, eleitas pelo povo, tem a ver com cargos de nomeação política dentro do mesmo Governo.

O Partido Socialista, enquanto por lá mantiver Carlos César e outros que declaram o seu amor pelo nepotismo, mesmo sendo um amor supostamente partilhado, apenas vêm dar mais um contributo para o enfraquecimento dos partidos políticos e por inerência da própria democracia. E com o intuito de salvaguardar lugares nem se apercebem do mal que estão a fazer à democracia, designadamente minando a confiança dos cidadãos nos partidos políticos.

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