2,78 milhões de trabalhadores morrem anualmente
Um relatório da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), publicado esta quinta-feira, estima que 36% dos
trabalhadores em todo o mundo trabalham em excesso (mais de 48 horas semanais).
E destaca que 2,78 milhões de trabalhadores morrem anualmente devido a
acidentes de trabalho e doenças profissionais
O mundo do trabalho está a mudar e
o excesso de horas laborais é uma das preocupações da Organização Internacional
do Trabalho (OIT). A OIT estima que 36,1% dos trabalhadores em todo o mundo
trabalham em excesso, ou seja, mais de 48 horas semanais, o que contribui para
problemas de segurança e saúde no seu emprego.
Este é um dos destaques do
relatório "Segurança e saúde no centro do futuro do trabalho: Tirando
partido de 100 anos de experiência", que foi apresentado em Genebra esta
quinta-feira. No documento, a OIT analisa os 100 anos de dedicados à
melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho, e destaca os problemas
emergentes nesta área no mundo do trabalho.
O relatório surge no âmbito da
celebração do dia mundial da segurança e saúde no trabalho, que se comemora a
28 de abril, e analisa as alterações no ambiente laboral, incluindo a
automatização e digitalização, e de que forma estas produzem novos desafios na
força laboral e consequentes problemas tais como ansiedade e depressão.
Segundo o documento, 2,78
milhões de trabalhadores morrem anualmente devido a acidentes de trabalho e
doenças profissionais (2,4 milhões dos quais por motivo de doenças) e outros
374 milhões são vítimas de acidentes de trabalho não fatais.
Segundo a especialista Manal
Azzi, uma das responsáveis pelo estudo da OIT, embora se observe "uma
maior prevenção para os riscos conhecidos", existem alterações profundas
nas relações laborais que precisam de novas adaptações para se continuar a
avançar na prevenção.
"Precisamos de estruturas de
segurança e saúde que reflitam estas alterações junto de uma cultura geral de
prevenção que fomente a responsabilidade partilhada", disse a responsável
em conferência de imprensa.
Dados da OIT revelam que a perda
de dias de trabalho relacionada com problemas de segurança e saúde laboral
custa à economia mundial perto de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), indo até
aos 6% nos países mais afetados.
A OIT aborda ainda outros fatores
que têm surgido associados a novos riscos laborais, tais como as mudanças
demográficas (por exemplo o envelhecimento da população) e as alterações
climáticas, entre outros.
Lusa | em Expresso
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