sábado, 27 de abril de 2019

Portugal | Duarte Lima entregou-se em Caxias mas foi transferido para a Carregueira


Duarte Lima entregou-se no estabelecimento prisional da sua área área de residência para cumprir três anos e meio de prisão. Passaram mais de quatro anos após ter sido condenado por burla qualificada.

Duarte Lima entregou-se na manhã desta sexta-feira no Estabelecimento Prisional de Caxias depois de ter sido emitido o mandado de detenção em seu nome. Após ter informado a Direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais que pretendia apresentar-se sem necessidade de ser conduzido pela polícia o advogado chegou à prisão que está situada na sua área de residência para cumprir os três anos e meio de pena que faltam da condenação a seis anos. Entretanto, segundo a Lusa, já foi transferido para a Carregueira, em Sintra.

Duarte Lima foi condenado em 2014 a seis anos de prisão depois de ter sido consideradoculpado de burla qualificada por ter desviado fundos do Banco Português de Negócios (BPN) burlando os proprietários de terrenos onde estava prevista a construção da nova sede do IPO - Instituto Português de Oncologia. Em causa estavam os negócios, realizados em 2007, relacionados com um fundo imobiliário chamado Homeland, criado por Lima, pelo filho e por um advogado.



O ex-deputado do PSD foi transferido de Caxias para a Carregueira poucas horas depois de se ter entregado. Durante alguns dias, deverá ficar detido no setor de admissão, local onde os detidos permanecem para se adaptarem à reclusão.

Este fundo obteve um financiamento de 43 milhões de euros e o ex-líder da bancada parlamentar do PSD, no entender do tribunal de 1.ª instância que o condenou apropriou-se de parte significativa deste valor. Lima foi detido em novembro de 2011, ficou em prisão preventiva que mais tarde passou a domiciliária até abril de 2014, quando o tribunal levantou a medida de coação. Ficou em liberdade até ao final do julgamento.

O antigo líder parlamentar do PSD foi apresentando recursos da condenação em primeira instância, incluindo para o Supremo Tribunal de Justiça e para o Tribunal Constitucional, mas foram sempre recusados. Assim, a decisão acabou por transitar em julgado este ano mais de quatro anos após a condenação.

Duarte Lima está ainda envolvido num outro processo judicial: está acusado no Brasil pelo homicídio a 7 de dezembro de 2009 de Rosalina Ribeiro, companheira do milionário português já falecido Lúcio Tomé Feteira. É também suspeito de ter apropriado de cinco milhões de euros que pertenceriam a Rosalina, mas que o antigo deputado e líder parlamentar do PSD sempre disse serem pagamento por serviços que prestou como advogado.

Neste caso, as autoridades judiciais daquele país decidiram, depois de ficar claro que não conseguiriam a sua extradição para o Brasil, que será julgado em Portugal, decisão que o advogado contestou, mas que não conseguiu evitar.

Carlos Ferro | Diário de Notícias

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