Jürgen Cain Külbel*
Jürgen Cain Külbel é um antigo
investigador da polícia judiciária da ex-República Democrática Alemã, que se
tornou jornalista após a reunificação alemã. Ele conseguiu identificar o autor
dos relatórios do sítio Bellingcat que influenciou a equipa internacional da
polícia encarregue pela Ucrânia de determinar quem destruiu o vôo MH17. Este
amador, que «encontrou» provas pretensamente «irrefutáveis» da culpabilidade
russa, é na realidade um músico, sem qualquer competência em criminalística.
Daniël Romein e os jornalistas
do De Volkskrant
Ele chama-se Daniël Romein. Que
não é o seu nome verdadeiro. Marcamos um encontro num café. Ele senta-se com ar
encabulado. Apresenta um rosto amigável. De tempos a tempos, os seus olhos
voltam-se para a direita. Então ele olha para quem passa lá fora sob a chuva.
«Eu tento sempre estar um passo à frente do inimigo», diz ele. E, para ele, o
inimigo são os Russos. Ele quer estar precavido. «Como especialista em
informática, eu sei que medidas é preciso tomar». E acrescenta: «Este trabalho
é um risco, já que eu sei que os Russos não estão nada contentes com as nossas
pesquisas».
Daniël Romein encontrou-se com
jornalistas em Fevereiro de 2016 neste café [1].
Secretamente, é claro. Huib Modderkolk e Bert Lanting, do diário de
Amsterdão De Volkskrant, escreveram mais tarde que as «descobertas» de
Romein constituíam a base dos relatórios do "Bellincat", de 2015 e
2016, sobre a catástrofe do vôo 17 da Malaysia Airlines (MH17). Jikke Zijlstra
e Michael de Smit da Nederlandse Omroep Stichting (NOS), uma estação de rádio
do Serviço Público holandês, constataram:
«Muito embora [o britânico Eliot]
Higgins seja no fundo o fundador do Bellincat, foi o empregado holandês
Daniël Romein quem escreveu a maior parte do relatório (em 2016)».
Modderkolk e Lanting escreveram
mesmo que Romein tinha trazido as bases dos relatórios, que ele era o autor
principal dos estudos e que ele trabalha «secretamente para o colectivo de
pesquisa Bellincat. Quase ninguém sabe disto. A sua família, os seus
amigos, os seus colegas: a maior parte não sabem disso. Ele gosta de manter o
círculo restrito. Ele próprio estima o seu número em dez, no máximo. No ano
passado (2015), investigou que soldados russos estavam implicados na destruição
do vôo MH17». E, ele utiliza «o seu computador como uma arma. Durante horas,
olha para o écran (tela-br) e navega pelos "sites" Web russos e médias
(mídias-br) sociais. Fá-lo por gosto, fora do seu trabalho de profissional de
informática. Por vezes, já é tarde —duas horas da manhã— e ele aparece no
escritório na manhã seguinte com os olhos de sono... Lá, a coisa fica difícil e
ele não pode falar com ninguém. «Às vezes sinto-me como tendo uma vida dupla».
Romein declarou ao repórter que a atenção devia estar voltada para os actores e
não sobre ele; ele quer permanecer anónimo. «Só os seus colegas do Bellincatconhecem
a sua verdadeira identidade», afirma De Volkskrant.
Daniël Romein, agente de ligação
entre o Bellincat e o Joint Investigation Team
Por volta do Natal de 2015,
Romein enviou o seu trabalho de investigação e o do Bellincat, a pedido do
fundador do Bellincat, Eliot Higgins, à Openbaar Ministerie holandesa,
quer dizer à Procuradoria (Promotoria-br) holandesa, que está acima do Joint
Investigation Team (JIT) [2]
encarregado da investigação penal internacional do desastre do MH17. O
Ministério Público declarou que «iria estudar seriamente as informações,
incluindo a sua utilidade para a investigação criminal». «Eles estão
satisfeitos com os nossos esforços e o nosso trabalho» disse Romein, que tem
contactos regulares com detectives do JIT. Assim, por exemplo, a convite do JIT
ele tinha trocado, repetidamente, informações sobre as investigações do Bellincatcom
a equipe do Procurador Geral. Eliot Higgins, alquimista-chefe do Bellincat,
fora aí ouvido como testemunha em duas ocasiões.
Os «investigadores
criminologistas» do Bellincat
Bellincat, a «plataforma de
investigação dos cidadãos-jornalistas» de Eliot Higgins, o qual alega conduzir
«investigações forenses», desfruta de uma barragem publicitária nos médias
dominantes ocidentais; devido às suas «investigações» sobre a catástrofe do
MH17 ou do caso de envenenamento dos Skripal. No entanto, a metodologia do
grupo, as suas conclusões, a sua imparcialidade suscitam mais do que sérias
dúvidas. A imprensa corporativa eleva os membros da equipa, sem um franzir de
sobrancelhas, ao nível de «especialistas». Todavia, os Bellincats
encarregues da investigação do caso MH17 em 2015/2016 não se destacam, nem como
especialistas reconhecidos, nem como investigadores peritos em ciências
forenses. Trata-se assim:
- do holandês Pieter van Huis, graduado em história,
- de Stijn Mitzer (Oryx), analista e bloguista (blogueiro-br),
- de Daniel Romein, especialista em TI
- do britânico Sean Case, especialista em ciências do ambiente e plantas,
- Eliot Higgins, o director do Bellincat, sem qualificações significativas,
- os norte-americanos Andrew Haggard, antigo membro do Exército dos EUA,
- Aric Toler, pesquisador em literatura e linguística,
- e Nathan Patin, antigo estagiário em política externa e de defesa no «think-tank» American Enterprise Institut de Washington,
- do finlandês Veli-Pekka Kivimäki, oficial da Universidade das Forças da Defesa finlandesas, em Helsínquia,
- do alemão Olaf Neitsch ---aliás Timmi Allen, ex-funcionário de um departamento do Ministério de Segurança do Estado da RDA, antigo proprietário de um pub, hoje em dia vendedor de seguros,
- do russo Igor Ostanin (Magnitsky), freelance,
- assim como Anders Klement da StopFake, uma iniciativa de propaganda anti-russa sediada em Kiev.
Tendo em mente —independentemente
do facto do Bellincatser apoiado por patrocinadores tais como a Open
Society de George Soros— que entre os «membros fundadores» do grupo nos anos
2014/15, encontramos o ex-espião britânico Cameron Colquhoun e Nour Bakr do
Ministério dos Negócios Estrangeiros (Relações Exteriores-br) britânico, ou
Chris Bigger, do Serviço de Inteligência norte-americana National
Geoespacial-Intelligence Agency (NGA), assim como Christoph Koettl do New
York Times, Leroy Aliaume da BBC World e Aaron Stein, do Royal United
Services Institute (RUSI), um instituto de pesquisas britânico ligado aos
serviços de Inteligência, até mesmo um cego compreende para onde a «perícia do
saber-fazer» do Bellincatquer ir: rugir como um gato no cio, fazer
barulho, e isto, claro, contra a Rússia.
Neutralidade, objectividade,
imparcialidade —qualidades que deveriam distinguir um investigador profissional
e um especialista— nada, isto funciona de maneira diferente. A normalidade no
dia-a-dia dos órgãos judiciais e de segurança de cada país reside no facto de que
as investigações forenses, e os relatórios relacionados, sejam realizados por
peritos qualificados. E o relatório produzido, como qualquer outra prova, não
tem, de qualquer forma, antecipadamente valor probatório. Só o tribunal irá
poder conferir o seu valor probatório. Os relatórios devem, portanto, ter um
certo número de características qualitativas definidas, tais como a
apresentação de elementos de prova, do método de investigação etc... Os
jornalistas dos meios corporativos, em particular os coloridos transatlânticos,
ignoram deliberadamente a necessidade de uma abordagem científica e jurídica
exactas, não põem em questão a exactidão dos relatórios do Bellincatem
ponto nenhum, afadigam-se no cópia/cola para, a partir daí, poder embolsar sem
escrúpulos os seus honorários de covardes.
Porque é que «Daniël Romein»
investiga a catástrofe do MH17?
Pergunta de estudo: O que é
que motiva Daniël Romein a analisar o desastre do MH17?
Resultado da pesquisa :
Modderkolk e Lanting escreveram que as «imagens o assombravam». Para ele, a
catástrofe é uma mistura de terror e obsessão ... Desde há algum tempo,
interessa-se por esta região. Ele aprendeu russo há muito tempo ... Ele visita
todo o tipo de fóruns Web. «Eu queria saber quem o tinha feito». Os membros de
fóruns holandeses parecem mal informados. Rapidamente ele busca em fóruns
ucranianos e russos. «Jikke Zijlstra e Michael de Smit da NOS, que qualificaram
a busca dos autores destes crimes como quase obsessiva», reportaram as suas
declarações : «Isto realmente não me larga, martela-me a cabeça. A catástrofe
tocou-me fundo. Eu pensei que era tão terrível, estava com tanta raiva, mesmo
se eu não conhecia pessoalmente nenhuma das vítimas queria saber que idiotas
estão por trás disso tudo».
A génese da procura do personagem
«Daniël Romein»
Como está dito na Wikipedia: «A
Open Source Intelligence (OSINT) é um termo do mundo dos Serviços de
Inteligência, segundo o qual informações são colectadas a partir de fontes
abertas, e livremente disponíveis, com a finalidade de obter dados úteis
analisando neles as diferentes informações». É uma definição bastante
pretensiosa, uma vez que se trata somente de um trabalho rotineiro quotidiano
de investigações criminais; de esfregar maçanetas de portas, de casa em casa
por assim dizer, mas, neste caso, ao nível da Internet, na World Wide Web, de
blogue em blogue, de post em post.
A raspagem de maçanetas OSINT, a
partir do Yandex e do Google, para encontrar «Daniël Romein» não deu em nada; a
maioria das entradas estando ligadas ao Bellincat. No entanto, o motor de
busca holandês Geneanet propôs a variante «Romein/Romijn». A entrada «Daniel
Romijn» gerou perto de 2 milhões de resultados. Sob a combinação de «Romein
Romijn», o comissário Hasard forneceu uma hiperligação (link) quebrada mas que
pode ser reconectado com o WaybackMachine: na página Pink Floyd Fans Nederlands
o autor Floydian Theo escreveu sobre o músico «Danyo Romijn (Teclados,
Guitarra, Hammond)», que ele designou na mesma mensagem, algumas linhas depois,
como «Danyo Romein». Ora, se procurarmos o sentido e a origem dos nomes,
«Danyo» é a variante germânica de Daniel.
À procura de «Daniël Romein»
A partir dos raros relatos dos
média holandeses sobre «Daniël Romein», nota-se que ele:
- está ao serviço do Bellincat desde Novembro de 2014,
- é um holandês
- é um informático,
- trabalha num escritório durante o dia,
- domina a língua russa e
- tem bons conhecimentos de fotografia.
- está ao serviço do Bellincat desde Novembro de 2014,
- é um holandês
- é um informático,
- trabalha num escritório durante o dia,
- domina a língua russa e
- tem bons conhecimentos de fotografia.
Resposta 1: Daniël Romein, Danyo
Romijn e a informática
A pesquisa por «Daniël Romein» e
«IT» (TI- ndT) não deu nenhum resultado; «Danyo Romijn», associado a «IT»,
acertou no alvo no Linkedin. Lá, um certo «Danyo Romijn» de Haia apresenta-se
como «Perito IT em gestão (gerenciamento-br) de aplicações, programador de
software». Depois de ter estudado informática na Den Haag University of Applied
Sciences (de 1988 a
1995), trabalhou, de Fevereiro a Setembro de 1996, no desenvolvimento de
software no Ministerie van Binnenlandse Zaken en Koninkrijksrelaties
(Ministério do Interior e das Relações do Reino---BZK) antes de ser colocado na
Immigratie-en Naturalisatiedienst (Serviço de Imigração e Naturalização---IND).
A partir de Maio de 1997, ele trabalhou no departamento de IT quer como
programador de software e de desenvolvimento Web, tanto como, de Abril de 2010 a Novembro de 2016,
como especialista em aplicações de IT na província de Zuid-Holland. Em Novembro
de 2016, reorientou-se e juntou-se à equipa do projecto POSG Den Haag, uma
prestadora de serviços para Trabalho e Carreiras. O perfil de Danyo Romijn no
Contactout.com identifica-o como sendo um especialista em tecnologias de
informação, um coordenador regional na província de Zuid-Holland e um membro do
Grupo de Apoio ao Tibete; no contactout.com encontramos, igualmente, o fragmento
do seu endereço e-mail d **** n@gmail.com.
Resposta 2: «Danyo Romijn» e
«Fotografia»
A busca por «Danyo Romijn» em
combinação com «Fotografia» terminou com um segundo achado.
Beeldbank Haags Gemeentearchief
apresenta não só fotos de «Danyo Romijn», com todo o tipo de vistas de rua, mas
também o seu endereço electrónico completo: d****@gmail.com (que não revelamos
aqui). No álbum da euRopeana collection posta "emlinha"(online), pode
ver-se igualmente 152 fotos de «Danyo Romijn».
Resposta 3: «Danyo Romijn» e
«MH17»
A busca por «Danyo Romijn» e
«MH17» trouxe um avanço. Um utilizador (usuário-br) chamado «Danyo Romijn»
escreveu no fórum de discussão em língua inglesa Niqnaq, de segunda-feira 4 a quarta, 6 de Agosto de
2014, um total de 14 contribuições relativas às suas próprias investigações
sobre a catástrofe do MH17. Ele postou hiperligações (links) para fotos dos
média russos e ucranianos, descreveu a sua pesquisa no Vkontakte.ru, uma rede
social multilinguística russa, na DNRpress, na página dos Serviços de
Inteligência ucranianos, do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, e
concluiu que os «rebeldes» de Donetsk, que roubaram o sistema de mísseis
BUK-M1, a 29 de Junho de 2014, teriam podido utilizá-lo para atacar. Deduziu
igualmente que a forma dos «orifícios de impacto» no cockpit poderia provir de
um BUK-M1, mas nesta altura ainda se absteve de formular incriminações com
conexão directa. Em resumo, à época o homem ocupou-se com este caso de forma
extensiva ; mais do que um típico consumidor, que quer somente informar-se.
Este «Danyo Romijn», pode afirmar-se com uma probabilidade próxima à certeza,
investigou com pleno conhecimento de causa.
Pergunta de estudo: Será
que Danyo Romijn, este utilizador que se registou em Niqnag, é realmente
idêntico a esse especialista em tecnologias de informação holandês «Danyo
Romijn»?
Resultado do estudo: «Um
endereço IP é um endereço de redes informáticas que, como a Internet, é baseado
no protocolo Internet. Ele é atribuído aos aparelhos conectados à rede, tornando-os
assim endereçáveis e, portanto, acessíveis», indica a Wikipedia. A partir do
Reino Unido, o autor recebeu a informação de que o utilizador «Danyo Romijn» se
havia conectado com o endereço IP 213.86.41.20 no Niqnaq, com o endereço de
e-mail d **** n@gmail.com que tinha já sido atribuído ao holandês
Danyo Romijn. Este referido IP pertence, por sua vez, a um IP «composto» - IP
213.86.41.16 a 213.86.41.23 - do NET-NL-PROVINCIE-ZUID-HOLLAND.
Resultado Intermediário: O
realmente existente Danyo Romijn aparentemente utilizou o seu nome e o seu
endereço electrónico em Agosto de 2014 no fórum Niqnaq durante a discussão
sobre a catástrofe do MH17.
Pergunta do estudo: O
realmente existente Danyo Romijn é o mesmo Daniel Romein que trabalha para
o Bellincat?
Resultado do estudo: No
fórum de discussão em
inglês Websleuths , a 2 de Novembro de 2014 às 14h22 (o post
foi suprimido, mas pôde ser «reconstruido» pelo autor), um comentador chamado
«danyoromijn» apareceu e acrescentou um único post ao tópico de discussão sobre
o conflito MH17: «Olá a todos, este é o meu primeiro post sobre este tópico no
Websleuths, mas eu estou aqui desde 17 de Julho e li tudo sobre o Bellincat e
sobre muitos outros sítios, incluindo sítios em ucraniano e em russo (Eu leio
um pouco de russo, por outro lado, o Google Translate é meu amigo). Eu mesmo
fui à Ucrânia e à Rússia (à Ucrânia recentemente, quer dizer há dois anos atrás
e à Rússia há 14 anos), o que me permite entender melhor as coisas. Eu estou,
com efeito, surpreso que existam apenas 16 páginas no Websleuths quando há
tantas informações que se podem partilhar ... Bem, devido à complexidade, ainda
não publiquei nada a propósito do MH17, mas agora penso ter algumas informações
que gostaria de partilhar com o Bellincat...».
Este utilizador «danyoromijn»
revela igualmente coisas pessoais. Primeiro, fala um pouco de russo. Em segundo
lugar, o realmente existente Danyo Romijn, tal como afirmado por «danyoromijn»
no Websleuths, foi em 2000 a
Moscovo, a capital da Rússia, dois anos mais tarde à Ucrânia, onde ele estendeu
a viagem para Kiev, Cherkasy, Kirovograd, Vinnytsia, Zhytomyr, Khmelnytsky,
Lviv, Chernivtsi, Ternopil, Volyn, Transcarpatia, Rivne. Por alto: até agora,
Romijn visitou mais de 50 países no mundo, entre os quais em 2004 a Bielorrússia, em 2008 a Estónia, a Lituânia,
a Letónia e em 2015 também o Reino Unido, onde vive o perito-chefe cartola
do Bellincat, Eliot Higgins.
Para lembrar: a 2 de Novembro de
2014, «danyoromijn» postou no Websleuths que gostaria de partilhar informações
com o Bellincat. Nós recorda-mo-nos de Modderkolk e Lanting do De
Volkskrant, que descreveram o «trabalho» de Daniel Romein, membro do Bellincat,
em Fevereiro de 2016, nos seguintes termos:
«Ele observa no VKontakte as
fotos tiradas pelas forças militares russas e identifica assim de uma ponta a
outra a região e a presença militar russa. Os seus conhecimentos topográficos
provem principalmente do Google e do seu homólogo russo Yandex. Para decifrar
as fotos encontradas, ele observa imagens amadoras da Dashcams, câmeras que
filmam a estrada enquanto se conduz (dirige-br). Sem sair do seu quarto,
movimenta-se durante horas até ao outro lado da fronteira entre a Rússia e a
Ucrânia».
Depois:
«Ele envia a sinopse em Novembro (2014) a Elliot Higgins, fundador britânico do Bellincat. Este agradece-lhe com uma resposta simpática. Duas semanas mais tarde, recebe outro email de Higgins. Romein: «Ele ficou impressionado porque eu queria fazer mais». Ele fá-lo. Dão-se trocas de e-mail, e Higgins pergunta a Romein se ele deseja juntar-se ao grupo. Romein mal consegue expressar o que isso significa. Não há comité de selecção, ele não é obrigado a enviar uma carta ou passar por uma entrevista telefónica. Ele não se reúne com ninguém. Ele jamais sequer chegou a apertar a mão a Higgins. Com efeito, nada se altera. Bem, ele tem acesso aos «i-channels» do Bellincat: uma plataforma de informações onde os membros do Bellincat enviam mensagens uns aos outros. As mensagens são encriptadas. Roman torna-se então o sétimo membro do Bellincat.
«Ele envia a sinopse em Novembro (2014) a Elliot Higgins, fundador britânico do Bellincat. Este agradece-lhe com uma resposta simpática. Duas semanas mais tarde, recebe outro email de Higgins. Romein: «Ele ficou impressionado porque eu queria fazer mais». Ele fá-lo. Dão-se trocas de e-mail, e Higgins pergunta a Romein se ele deseja juntar-se ao grupo. Romein mal consegue expressar o que isso significa. Não há comité de selecção, ele não é obrigado a enviar uma carta ou passar por uma entrevista telefónica. Ele não se reúne com ninguém. Ele jamais sequer chegou a apertar a mão a Higgins. Com efeito, nada se altera. Bem, ele tem acesso aos «i-channels» do Bellincat: uma plataforma de informações onde os membros do Bellincat enviam mensagens uns aos outros. As mensagens são encriptadas. Roman torna-se então o sétimo membro do Bellincat.
Entrada em contacto e comunicação
com Danyo Romijn
No fim do mês de Fevereiro e
início de Março, o autor contactou Danyo Romijn —os dois endereços electrónicos
d *** n@gmail.com e i ** o@danyo.nl mostraram estar
activos— e convidou-o a responder às seguintes perguntas:
Autor: «Você tem um diploma ou
formação criminalística digital e/ou em criminalística digital de imagem?
Considera-se um perito em investigações criminais? Sabe como conduzir
investigações judiciais e criminais?»
Dado que Romijn ameaçou o autor
com queixa no tribunal, apenas posso citar as suas respostas de memória. Depois
de três pedidos por correio electrónico, Romijn respondeu: «Lamento muito, você
está a confundir-me com outro. Não tenho nada a ver com o MH17».
Autor: «Eu não o estou a
confundir. Eu segui o seu (antigo) IP 213.86.41.20
(NET-NL-PROVINCIE-ZUID-HOLLAND). Você usou-o para a sua comunicação sobre o
MH17. Acho que deveríamos conversar».
A resposta de Romijn, citada de
memória: O meu anterior trabalho era realmente na Provincie Zuid-Holland. Mas
tenho a certeza ao afirmar que nunca tivemos contactos via e-mail, e certamente
não a propósito do MH17. Pode acontecer que eu tenha enviado a alguém um
correio electrónico sobre o assunto, o que não é estranho, porque quase toda a
gente na Holanda falou disso.
Autor: «Você tem razão, nós não
tivemos ainda trocas de e-mail. Também não possuo qualquer e-mail que você
tenha escrito a alguém. Trata-se do seu IP 213.86.41.20 em ligação com inúmeras
informações detalhadas sobre o MH17, que foram pesquisadas, produzidas e
escritas por si há vários anos».
A resposta de Romijn, de memória:
Este endereço IP é um endereço IP geral do meu trabalho precedente e um dos
raros endereços IP listados online: http://www.lookip.net/whois/213.86.41.20.
No entanto, eu não vejo nenhuma conexão entre este endereço IP e uma actividade
da minha parte. O meu antigo empregador não teria provavelmente aceitado que eu
escrevesse longos fragmentos de texto que não estivessem ligados ao meu
trabalho. Seja o que for que você deseje escrever e publicar, não esqueça que
as leis sobre a protecção de dados pessoais são muito rigorosas na Holanda e na
Alemanha. E se você escrever coisas totalmente estúpidas sobre mim, você vai
fazer figura de parvo, com o risco de que o seu artigo seja suprimido. E, se
você infringir as leis, se você cometer, por exemplo, pirataria informática,
você arrisca dez dias suplementares de prisão. Claro, você pode escrever sobre
as minhas viagens, o meu trabalho e a minha música. Eu espero que algumas
pessoas encomendem o meu último CD graças à sua publicação. Smiley.
Autor: «Você tem estado muito
activo neste endereço IP (igualmente em conexão com uma das suas contas de
mensagens) durante um certo tempo para efectuar trabalhos relacionados com o
MH17.
Eu agradeço-lhe se me enviar uma
declaração sob juramento indicando que você, Danyo Romijn, jamais utilizou o
endereço IP geral 213.86.41.20 para pesquisar, escrever ou enviar coisas a
propósito do MH17».
Luz sobre a pessoa Danyo Romijn
Este foi o final do contacto com
Danyo Romijn. A explicação solicitada não veio, ele, pelo contrário, retirou a
sua página Internet da rede, suprimiu dados em diversos portais que forneciam
informações sobre a sua pessoa. No entanto, o autor havia salvo todas as coisas
importantes antes da tomada de contacto.
É notável ver a que ponto Danyo
Romijn difundiu abundantemente os seus dados na Rede. No seu sítio Internet,
que foi esvaziado e está «em construção», ele disse que nasceu em Haia, a 14 de
Maio de 1970, onde vive ainda, que tinha uma filha chamada Patrícia, nascida a
20 de Outubro de 2005 em Haia, que está divorciado desde 2009 e cuida da sua
filha em parte. «O meu trabalho é o de desenvolver software e aplicações Web
desde 1996, mas também tenho experiência na gestão (gerenciamento-br) de
aplicações (aplicativos-br) e de mudanças. Segui recentemente cursos de gestão
de projectos. Além do meu trabalho, participei igualmente do desenvolvimento de
sites...». Além dos sites, as viagens, a música e a fotografia são os seus
passatempos favoritos. «No que diz respeito às minhas viagens, viajei muito
pela Europa, mas também pela Índia, Nepal, Cuba, Aruba e Curaçao. Eu tiro fotos
principalmente ao viajar, mas também na natureza ou da minha filha. Trabalho em
música desde há anos, tanto como auditor e, durante anos, em grupos de música e
projectos musicais. Actualmente, faço música em casa com sintetizadores».
Segue-se uma lista das suas músicas preferidas, dos seus filmes preferidos,
comédias preferidas, livros preferidos, bebida preferida, do seu animal de
companhia preferido, das suas cores preferidas e do seu correio electrónico
privado i ** o@danyo.nl.Num outro lugar, no fórum para Singles Wamba, ele
dá a sua altura, 1,83 m ,
e o seu peso, 90 kg .
Não fuma, bebe socialmente, tem um ordenado (renda-br) regular e gostaria de
conhecer uma «garota» com idade entre 36 a 40 anos, enquanto gostaria de encontrar
uma mulher com idade de 37 a
45 anos. A diferença não fica clara para o autor. Ele pratica igualmente artes
marciais coreanas, o Taekwondo Koryo.
No seu antigo sítio (site), Danyo
Romijns revela não somente todos os detalhes da sua carreira profissional mas
também os seus passatempos: «Também gosto muito da fotografia, que geralmente
pratico nas férias, mas também a arquitectura (edifícios antigos), a natureza
e, claro, as fotos de família, por exemplo da minha filha Patrícia. Eu
considero-me como um fotógrafo amador/de tempos livres, apesar de ter olho para
uma boa composição». E, depois, ele lista os tipos de aparelhos fotográficos
que designa como os seus.
Não se pode dizer que é o seu
passatempo, mas o solteiro Romijn está também à procura de uma mulher. Mesmo
aí, a febre da investigação ataca-o. No sítio de encontros holandês, Lexa.nl,
ele descobriu coisas «más» e queixou-se de imediato : os nomes das mulheres que
flirtam (flertam-br) com ele são «sempre construídos da mesma maneira:
myszka_a_450, alinda_a_228, butterfly_a_723, karina_b_242, maymay_a_744,
sandra_a_179, monika_c_221, primavera_a_824 e jolanda_a_375». Romijn tirou
conclusões ao estilo Bellincat, «que estas são geradas pelo Lexa.nl. ele
próprio. Não gosto nada disso, Lexa.nl não precisa disso, ele tem bastantes
membros reais, então porquê criar falsos perfis?». Lexa.nl rejeitou com
veemência as «investigações» de Danyo Romijn.
A música é a sua outra paixão.
Ele começou cedo a tocar piano. Aos 18 anos, interessa-se pelo "hard
rock" e pelo "heavy metal". Como guitarrista, tocou num grupo de
metal chamado Eclipse, depois teclado e guitarra no Pink Project, uma banda
holandesa de homenagem ao Pink Floyd. Em 1995, juntou-se à banda Nangyala e em
1997 gravou um álbum de música de sintetizador chamado Void. Danyo Romijn
aliás «Danyo Romein», como igualmente foi chamado por Floydian Theo, é,
portanto, um fã do cantor, baixista, compositor, letrista e produtor musical
britânico, Roger Waters, o vocalista do Pink Floyd —o feroz crítico dos
melhores amigos do Bellincat na Síria : os Capacetes Brancos
("White Helmets") ! Se isto não é um conflito de interesses !?
Conclusão
À questão de saber se Daniel
Romein do Bellincat é o Danyo Romijn, estudada pelo autor, deixo a
decisão para o leitor. Mas, se me colocassem a questão, então, eu diria que a
probabilidade estaria próxima dos 100%.
Para mim, como antigo
investigador profissional, uma outra questão se coloca: em que mau nível se
encontrarão as investigações das autoridades de Inquérito holandesas e do Joint
Investigation Team que elas tiveram que assumir como suas as investigações atamancadas
de um leigo?
Em relação ao desastre do MH17,
publicamos as conclusões da investigação de Ivan A. Andrievskii, Primeiro
Vice-presidente da União russa de Engenheiros: “Análise das Razões da
Queda do Voo MH17”, Ivan A. Andrievskii, Tradução Marisa Choguill, Odnako (Rússia), Rede Voltaire, 27 de Setembro de 2014.
Jürgen Cain Külbel*
| Voltaire.net.org | Tradução Alva
Notas: [1]
“De
Nederlander die vanuit huis het MH17-gebied uitkamde”, Huib Modderkolk en
Bert Lanting, De Volkskrant, 24 februari 2016.
[2]
A Equipa Internacional de Investigação (JIT) é composta de representantes da
Austrália, da Bélgica, da Malásia, da Holanda e da Ucrânia. A Rússia foi
excluída dela. NdR
Imagens: 1 - Um ramo de flores
sobre os destroços do vôo MH17. Este Boeing 777, ligando Amsterdão a Kuala
Lampur, foi destruído, a 17 de Julho de 2014, por cima das zonas de combate
entre os putchistas de Kiev e os independentistas do Donbass, matando as 298
pessoas a bordo. Desde então, os dois campos descartam a responsabilidade desta
catástrofe sobre a outra parte. Os Ocidentais acabaram finalmente aliados à
tese enunciada pelo sítio ("site") Internet britânico Bellincat; 2 - Os
melhores especialistas australianos, belgas, malaios, holandeses e ucranianos
que formaram a Joint Investigation Team (JIT), incapazes de encontrar provas da
responsabilidade russa no desastre, concordaram com as conclusões de Daniël
Romein e do site "{Bellincat}" : o avião foi abatido por um míssil de
fabrico soviético; uma conclusão estranha que não corresponde aos sinais nos
destroços do dispositivo.
*Ancien enquêteur de la
police criminelle de RDA (1974-1988), Jürgen Cain Külbel est journaliste au Neues
Deutschland. Dernier ouvrage publié: Mordakte
Hariri. Unterdrückte Spuren im Libanon.
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