sexta-feira, 10 de maio de 2019

Portugal e arredores | O que deve saber de importante e nem por isso


Hoje fomos ver como está o Curto do Expresso, prática em que estamos em falta há tempos… Porque sim. Assinado por Ricardo Costa, da SIC, que é o mesmo que dizer da quinta de comunicação do tio Balsemão da Impresa e o mais que resta das ilhargas do dito velho gigante daquelas lides. Um democrata, dizem.

Sem considerações passamos a “bola” ao trabalhador balsemado Ricardo Costa, mas não sem antes dar aqui uma bicada num sujeito que é Santos Silva (MNE.pt) e se mostra em bicos dos pés contra Maduro e a favor de Guaidó, perdão, a favor de Trump e outras pandilhas do mesmo jaez. Se Trump apoiasse Hitler decerto lá estava o escravo isauro das trumpices, Santos Silva, em bicos dos pés a botar faladura em consonância com as vontades do amo Trump, se calhar dizendo que Hitler ou 'hermanos' são (era) democráticos e que Maduro é que não. Talvez isto se deva a uma deficiência física do sujeito que só pode olhar para a direita e em frente porque para a esquerda é que não, parece que devido ao torcicolo perpétuo que o assola. É uma questão física, não é política… Percebem? Sim, pois, este Silva é também um aleijadinho da classe Cavaco e semelhantes, disposto no governo  de Costa, dito de esquerda por eles e apaniguados que são enganados ou querem enganar papalvos… Aaaah, não nos façam rir. Não nos contem mais anedotas daqueles personagens dos nossos anedotários lusos!

Sigam para bingo, digo, para o Curto, a seguir. Conte com ir ao encontro do que deve saber de importante e também o nem por isso que comporta. A tal lana caprina do jornalismo dos grandes mídias… Pois.

MM | Redação PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

A vida são 2 dias e as crises políticas são 8

Ricardo Costa | Expresso

Já sabíamos que a vida são dois dias e o Carnaval três. Agora podemos acrescentar que as crises políticas são oito. Hoje, se nada de excecional acontecer, por volta da hora de almoço vai a enterrar a crise política. Ficam muitas feridas abertas e ressentimentos de sobra. Sobretudo, fica um problema por resolver que vai dar dores de cabeça a este e aos próximos governos.

Nascida com algum estrondo, esta crise teve um primeiro dia de vida intenso, um fim de semana inesquecível e uma semana com menos para contar. Foi uma espécie de James Dean das crises, ou, se preferirem, uma espécie de ephemeroptera.

Como é que eu me lembrei disto? Bem, depois de o Google me tentar enviar para dúzias de sites brasileiros de biologia, recorri à Encyclopedia Britannica e concluí que esta crise se aparenta à vida das ephemeropteras, do grego ephemeros (o que dura um dia), umas borboletas que têm um ciclo de vida muito curto e uma vida adulta que costuma durar um dia.

O fim da nossa ephemerokrisis (a palavra crise também é de origem grega) está marcada para o fim da manhã, na Ágora dos tempos modernos, numa discussão que se espera adulta.

Peço licença à minha colega Anabela Neves, jornalista da SIC e a mais experiente dos repórteres parlamentares, para reproduzir parcialmente um email que enviou para a redação, ontem à hora do jantar, a explicar o que devemos ter pela frente:

Olá, envio alguns dados sobre o dia de amanhã.
Votações começam por volta do meio-dia e há um guião com 11 páginas.
Votação do decreto-lei é a penúltima e pode começar perto do meio-dia e meia.
Este ponto do guião começa com as duas avocações (PSD e CDS) que estão em cima da mesa relativas aos art. 2º (objeto e âmbito) e 2º A (contabilização e recuperação do tempo de serviço)
Normalmente, as bancadas têm 2 minutos cada para as avocações, mas neste caso podem ser 3.
Como são discutidas em conjunto, deve demorar uns 20 minutos.
Depois deste debate são votadas as duas avocações e, em seguida, o texto final que saiu da comissão de educação.
Como já se sabe as avocações serão chumbadas pela maioria de esquerda e o texto final pelo PSD, CDS e, claro, PS
Pode estar tudo terminado por volta das 13h.

Mais explicado que isto não é possível. Assim, se tudo correr como o previsto, lá para as 13h a crise política termina oficialmente.

Pode seguir tudo no Expresso online e na SIC Notícias. Não vai ser tão emocionante como as meias-finais da Champions nem tão bonito como o abrir das asas das borboletas de vida efémera, mas vai dar o tom para a campanha eleitoral que começa este fim de semana.

OUTRAS NOTÍCIAS

Hoje é dia de greve da função pública. Muitos serviços públicos deverão fechar em todo o país, escolas incluídas, e há uma manifestação prevista para esta tarde, em Lisboa. A greve foi convocada pelas estruturas afetas à CGTP, que esperam ter grande adesão.

Noutra frente que nos faz lembrar uma recente semana de caos, a possível nova greve dos motoristas das matérias perigosas, prevista para 23 de maio, terá sido afastada. O governo anunciou um acordo de princípio à 1h30 desta madrugada.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodovários de Mercadorias terão chegado a “acordo de princípio”. O ministro Pedro Nuno Santos foi o pivot do diálogo entre os dois lados.

Hoje é melhor não tirar os olhos do Parlamento. É que Joe Berardo, o mais célebre devedor da banca portuguesa, um raider milionário e colecionador de arte que sonhou ser dono do BCP e, riam-se, conseguiu convencer outro banco a, riam-se, emprestar-lhe o dinheiro para o “assalto” com, riam-se, ações como garantia, vai explicar-se ao Parlamento.

Berardo, que só tem uma garagem no Funchal em seu nome, costuma dizer que a culpa do mau negócio é de Jardim Gonçalves, o homem que ele tentou desalojar do topo do então banco coqueluche da praça portuguesa. Mas a história é muito mais complicada e agora há três bancos atrás da sua fortuna numa ação combinada.

Há uns anos Joe Berardo tratava todos por “babe” (deve ler-se em inglês) e aparecia sempre artilhado com bons advogados, um enorme instinto para os negócios e uma lata imensa. No Parlamento, é natural que a lata encolha, o instinto se esfume e o “babe” não seja pronunciado. Restam os advogados, que fazem falta nos bons e nos maus momentos.

Berardo é hoje capa do Correio da Manhã por alegadamente ter vendido o seu apartamento de 430 metros quadrados a uma empresa da qual é presidente, impedindo os bancos credores de ficarem com esse bem. A vida é dos espertos.

A atual administração do BCP suspira quando ouve esta história, já que não se livra de um passado que quer esquecer e tem razões para isso. Ontem, o banco apresentou os melhores resultados desde 2007, com um lucro consolidado de 153,8 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Um resultado que se deve sobretudo ao negócio em Portugal.

Os atrasos nas atribuições das reformas estão a aumentar. O DN faz capa com este tema, revelando que há 57 mil pedidos em fila de espera e as respostas estão a demorar oito meses. As reclamações dispararam 88%. Um tema a que devemos estar atentos.

Entretanto, o SIRESP ameaça cortar as comunicações na época dos fogos, por um alegado atraso num pagamento do Estado. A história está no JN.

Na frente internacional, a notícia que domina tudo, rigorosamente tudo, é a guerra comercial entre os EUA e a China, numa escalada de consequências imprevisíveis.

A subida das taxas alfandegárias sobre exportações chinesas no valor de 200 mil milhões de dólares entrou hoje em vigor nos Estados Unidos e a China já disse que vai responder. As negociações entre os dois países falharam.

Ainda na frente financeira, a grande notícia do dia é a entrada da Uber em bolsa. O valor foi revisto para o patamar mínimo, depois das oscilações e quedas da rival Lyft, que entrou em bolsa há poucas semanas. Estas empresas parecem ter um futuro extraordinário, mas perdem muito dinheiro e necessitam de fortes investimentos para crescer.

No Reino Unido, o pânico dos Conservadores com as próximas europeias começa a ser visível. Há sondagens que dão o partidos em sexto(!) numa das eleições mais estranhas da história, em que os eleitores vão votar para uma coisa de que pensam vir a sair em pouco tempo.

A Europa do futebol é oficialmente inglesa. Arsenal e Chelsea carimbaram ontem à noite a passagem à final da Liga Europa. Na final da Champions estão Liverpool e Totenham. Nunca tal tinha acontecido, quatro equipas do mesmo país nas duas finais! That´s all folks, como diz o título da Mariana Cabral da crónica do Chelsea-Eitracht, que só se revolveu nas grandes penalidades e decidiu o último dos finalistas.

FRASES

“Pedir ao PS para aprovar travão financeiro é o mesmo que pedir ao peru para votar a favor do Natal”. Rui Rio, presidente do PSD

“Se toda a gente votar amanhã como anunciou, eu creio que o país terá evitado uma crise orçamental”. António Costa, primeiro-ministro

“A geringonça não funcionou para os professores”. Mário Nogueira, presidente da Fenprof, Jornal Económico

O QUE EU ANDO A LER

Pouco adiantei a Guerra e Terebintina, o romance que recomendei vivamente no meu último Expresso Curto. Aproveito, assim, para aconselhar outro livro, bem diferente, que me tem acompanhado nas últimas semanas.

WTF, como será o futuro e porque depende de nós, de Tim O´Reilly é um livro sobre o impacto das novas tecnologias nas nossas sociedades. É um livro muito bem feito, otimista mas muito crítico de alguns perigos para os quais contribuímos de forma acrítica.

O’Reilly tem fama de oráculo, daqueles que apanha as tendências com grande antecipação, mas está longe de ser um entusiasta de tudo o que aparece ou brilha e tem profundas preocupações com as consequências que muitas tecnologias e modelos de negócio podem ter na economia, no trabalho, na educação, nos governos e nas democracias.

Publicado originalmente em 2017, este WTF (D. Quixote), é o livro mais interessante sobre tecnologia que li desde Obrigado pelo atraso, de Thomas Friedman, que recomendei aqui no ano passado.

Já sabe, hoje é dia de fim da crise, de greve da função pública, de Berardo, de agitação nos mercados por causa da guerra comercial entre os EUA e a China. Razões não faltam para ir espreitando o Expresso Online e não ser apanhado na curva. Amanhã há Expresso nas bancas para lhe explicar estes dias loucos e ajudar a enfrentar os próximos. Boa sexta-feira.

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