Assistir desperta os
sentimentos mais ambíguos, uma imensa vergonha do Brasil, dos deputados que
votaram pelo impeachment, da tibieza do Supremo Tribunal Federal, do papel
indecente da mídia no período.
Luis Nassif | Jornal GGN
| em Pátria Latina
“El Odio”, um documentário
arrasador, de Andrés Sal-lari,
sobre o longo processo do impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a
eleição de Bolsonaro.
Assistir desperta os
sentimentos mais ambíguos, uma imensa vergonha do Brasil, dos deputados que
votaram pelo impeachment, da tibieza do Supremo Tribunal Federal, do papel
indecente da mídia no período.
A visão de animais urrando na
Câmara, enquanto votavam pelo impeachment, o ar solene dos apresentadores do
Jornal Nacional, transformando a pantomima do Power Point em denúncia
escandalosa, todos esses pontos, quando reunidos em um documentário, traçam um
quadro dantesco. E, no contraponto, o martírio de Lula. Sim, conseguiram erigir
Lula ao panteão dos grandes mártires do século 20, para desgosto de Fernando
Henrique Cardoso, que passará à história como o Salieri de folhetim.
Conseguiram o botim do momento, o
poder. Com ele, o desmonte de qualquer forma de regulação, ambiental, social,
controle de armas, de velocidade no trânsito.
Tudo isso em nome de uma bandeira
empunhada por um juiz que atuava politicamente.
À medida em que os factos vão
sendo, finalmente, assimilados pela opinião pública, avalia-se a dimensão do
estrago que a operação causou ao país. Nos próximos meses, essa conta será
cobrada duramente de seus principais estimuladores.
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