António Lopes da Silva, vereador
com o pelouro do ambiente na Câmara Municipal da Praia, diz que a recente
polémica do abate de cães de rua tem contornos políticos e cujo objectivo é
"denegrir imagem do presidente da Câmara e dos funcionários".
O vereador com o pelouro do
ambiente na Câmara Municipal da Praia, António Lopes da Silva criticou, hoje, o
que diz ser uma campanha contra a autarquia por causa do abate de cães de rua.
Segundo o autarca esta é uma
"campanha de inverdades" que tem "contornos políticos
claros" e cujo objectivo é "denegrir a imagem do presidente da Câmara
e dos seus funcionários". "Estamos próximos das eleições",
reforçou dizendo ainda que se "sabe bem quem está ligado a esta
campanha".
A polémica foi criada pela
denuncia feita pelo Movimento Civil Comunidades Responsáveis sobre a forma como
a autarquia recolhe e abate os cães de rua que vivem na cidade da Praia. Um
método que o Movimento considera tortuoso e cruel e que implica a electrocussão
dos animais, mas que a autarquia diz ser aprovado pela Organização Mundial de
Saúde Animal.
Em conferência de imprensa,
António Lopes da Silva destacou que para a Câmara Municipal da Praia "o
mais importante é não matar cães e trabalhar para não matar cães. Isso é que é
o mais importante".
Segundo António Lopes da Silva,
nos bairros onde decorre o trabalho de castração e desparasitação dos cães de
rua "não abatemos, não apanhamos animais lá. Esses animais estão a viver
na comunidade em condições que lhes dão garantia de saúde. Nos bairros em que
ainda não chegamos, nós vamos e cumprimos".
O vereador do
ambiente garantiu que a Câmara só age "quando a comunidade pede. Os
moradores da Achada de Santo António, da zona das Nações Unidas, pediram-nos e
nós fomos e vimos cães a perseguir as pessoas, matilhas a não deixarem as
pessoas dormirem à noite. Nós temos de dar resposta a essas pessoas".
A Câmara, frisou ainda o vereador
do ambiente, "não quer esta solução" e António Lopes da Silva
destacou que a autarquia está aberta a outras soluções. "Com o tempo vamos
chegar lá".
De referir ainda que o Movimento
Comunidade Responsável lançou uma petição contra a forma como é feita a recolha
e o posterior abate dos cães que vivem nas ruas da capital. A petição, que já
conta com milhares de assinaturas, denuncia que "os cães são transportados
à lixeira onde são mantidos em condições horríveis durante 24 a 48 horas. Se neste período
ninguém os reclamar são electrocutados. A electrocussão é proibida
porque causa extremo sofrimento aos animais. No ânus dos animais, muitas vezes
totalmente molhados e colocados dentro de uma caixa metálica, é introduzido um
cabo com 380 Volts. As veias do cão rebentam, os músculos se convulsionam e até
os ossos muitas vezes quebram de tanta convulsão. O cão está consciente durante
todo este processo que pode durar vários minutos antes da morte".
Segundo o vereador da Câmara da
Praia, o Código de posturas municipais regulamenta a posse e a circulação de
animais na via pública.
André Amaral | Expresso das Ilhas
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