terça-feira, 18 de junho de 2019

Cabo Verde | Campanha sobre abate de cães são "inverdades com contornos políticos"


António Lopes da Silva, vereador com o pelouro do ambiente na Câmara Municipal da Praia, diz que a recente polémica do abate de cães de rua tem contornos políticos e cujo objectivo é "denegrir imagem do presidente da Câmara e dos funcionários".

O vereador com o pelouro do ambiente na Câmara Municipal da Praia, António Lopes da Silva criticou, hoje, o que diz ser uma campanha contra a autarquia por causa do abate de cães de rua.

Segundo o autarca esta é uma "campanha de inverdades" que tem "contornos políticos claros" e cujo objectivo é "denegrir a imagem do presidente da Câmara e dos seus funcionários". "Estamos próximos das eleições", reforçou dizendo ainda que se "sabe bem quem está ligado a esta campanha".

A polémica foi criada pela denuncia feita pelo Movimento Civil Comunidades Responsáveis sobre a forma como a autarquia recolhe e abate os cães de rua que vivem na cidade da Praia. Um método que o Movimento considera tortuoso e cruel e que implica a electrocussão dos animais, mas que a autarquia diz ser aprovado pela Organização Mundial de Saúde Animal.


Em conferência de imprensa, António Lopes da Silva destacou que para a Câmara Municipal da Praia "o mais importante é não matar cães e trabalhar para não matar cães. Isso é que é o mais importante".

Segundo António Lopes da Silva, nos bairros onde decorre o trabalho de castração e desparasitação dos cães de rua "não abatemos, não apanhamos animais lá. Esses animais estão a viver na comunidade em condições que lhes dão garantia de saúde. Nos bairros em que ainda não chegamos, nós vamos e cumprimos".

O vereador do ambiente garantiu que a Câmara só age "quando a comunidade pede. Os moradores da Achada de Santo António, da zona das Nações Unidas, pediram-nos e nós fomos e vimos cães a perseguir as pessoas, matilhas a não deixarem as pessoas dormirem à noite. Nós temos de dar resposta a essas pessoas".

A Câmara, frisou ainda o vereador do ambiente, "não quer esta solução" e António Lopes da Silva destacou que a autarquia está aberta a outras soluções. "Com o tempo vamos chegar lá".

De referir ainda que o Movimento Comunidade Responsável lançou uma petição contra a forma como é feita a recolha e o posterior abate dos cães que vivem nas ruas da capital. A petição, que já conta com milhares de assinaturas, denuncia que "os cães são transportados à lixeira onde são mantidos em condições horríveis durante 24 a 48 horas. Se neste período ninguém os reclamar são electrocutados. A electrocussão é proibida porque causa extremo sofrimento aos animais. No ânus dos animais, muitas vezes totalmente molhados e colocados dentro de uma caixa metálica, é introduzido um cabo com 380 Volts. As veias do cão rebentam, os músculos se convulsionam e até os ossos muitas vezes quebram de tanta convulsão. O cão está consciente durante todo este processo que pode durar vários minutos antes da morte".

Segundo o vereador da Câmara da Praia, o Código de posturas municipais regulamenta a posse e a circulação de animais na via pública.

André Amaral | Expresso das Ilhas

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