Um dos generais da Renamo dado
como morto por uma fação guerrilheira daquele partido da oposição em Moçambique
reapareceu ontem numa base em Inhaminhga, tendo dito que o seu desaparecimento
deveu-se a uma transferência relacionada com as atividades do partido.
"Foi uma transferência
normal. Não estive detido, fui transferido para [o distrito de]
Chirongoma", disse o major-general da Renamo Josefo de Sousa em
declarações à imprensa na província de Sofala, centro de Moçambique.
Em causa estão declarações, na
semana passada, do major-general Mariano Nhungue Chissinga, também da Renamo,
acusando o líder do partido, Ossufo Momade, de ter mandado matar dois
guerrilheiros daquela força política, entre os quais Josefo de Sousa, e
exigindo, assim, que o presidente do partido renuncie ao cargo.
Para o major-general Josefo de
Sousa, as declarações de Mariano Nhungue Chissinga são um "assunto
interno" que será solucionado pelas lideranças do partido, que devem optar
pelo diálogo com os revoltosos.
"Quero garantir à imprensa
que não é uma questão alarmante, é uma questão caseira", afirmou Josefo de
Sousa, que se fazia acompanhar por uma dezena de guerrilheiros do partido.
A fação guerrilheira disse que os
"comandos" da Renamo vão escolher um novo líder no dia 10 ou 15 de
julho e que, no âmbito das negociações com o Governo moçambicano, nenhum
guerrilheiro do partido vai aceitar o desarmamento e desmobilização enquanto
Ossufo Momade se mantiver no cargo.
O Governo moçambicano e a Renamo
continuam a negociar uma paz definitiva em Moçambique, tendo as partes previsto
que até agosto, antes das eleições gerais, seja assinado um acordo de paz no
país.
Um dos pontos mais complexos das
negociações tem sido a questão do desarmamento, desmobilização e reintegração
dos homens armados da Renamo.
O principal partido da oposição
exige a presença dos seus quadros no Serviço de Informação e Segurança do
Estado (SISE) e nas academias militares, o que não tem tido resposta por parte
do executivo moçambicano.
Lusa | em Sapo Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário