Pequim, 10 jun 2019 (Lusa) - A
ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca, apontou hoje, em Pequim, a
"oportunidade extraordinária" que a China representa para artistas e
criadores portugueses, sublinhando a importância da diplomacia cultural no país
asiático.
"É uma oportunidade
extraordinária para a cultura portuguesa e para os seus criadores", disse
Graça Fonseca, à agência Lusa, no início de uma visita oficial de três dias à
China.
A ministra destacou a
"grande" dimensão do mercado cultural chinês e a "enorme
adesão" do público.
"As pessoas gostam de
conhecer novos autores, de conhecer, por exemplo, operas compostas por
portugueses, quem compôs, e quando. Há este interesse", disse.
Graça Fonseca apontou ainda como
objetivo impulsionar o turismo cultural.
"Ter uma presença cultural
aqui é também importante para que cada vez mais o turismo seja motivado pela
descoberta cultural, ou seja, que os novos visitantes que partem daqui, partam
porque conheceram aqui a Companhia Nacional de Bailado, sabem que vai inaugurar
a temporada e querem ir para ver um espetáculo", definiu.
A ministra da Cultura falava
antes do início de um concerto da Orquestra Sinfónica Nacional da China,
dirigido pela maestrina Joana Carneiro, e com atuação da soprano Elisabete
Matos, no âmbito do Festival de Cultura Portuguesa na China.
O concerto, que encheu o Beijing
Concert Hall, serviu também para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das
Comunidades Portuguesas.
Com cerca de uma hora, o
espetáculo incluiu temas chineses (Dance of Yao People e Good News From
Beijing) e portugueses (Sinfonia À Pátria e Suite Alentejana).
Hoje, Graça Fonseca inaugurou
ainda a exposição "Histórias da Torre do Tombo/Chapas Sínicas", na
Biblioteca Nacional de Pequim.
Na terça-feira, a ministra irá
reunir-se, no Museu do Palácio Imperial, com o homólogo chinês, o ministro da
Cultura e do Turismo da República Popular da China, Luo Shugang.
Mais tarde, no mesmo local,
estará presente na inauguração da exposição "A Evolução do Azulejo em
Portugal dos séculos XVI ao XX".
Ao final da tarde, Graça Fonseca
assistirá ao espetáculo "Quinze Bailarinos e Tempo Incerto", da
Companhia Nacional de Bailado (CNB), no Teatro Tiangiao.
No último dia da visita oficial,
na quarta-feira, a governante fará a intervenção de abertura do II Fórum Literário
Portugal-China, no Museu Nacional da Literatura Moderna Chinesa, no qual
participam os escritores portugueses Isabela Figueiredo, Bruno Vieira Amaral e
José Luís Peixoto.
Lembrando que a cultura é uma das
áreas "estratégicas" da cooperação entre Pequim e Lisboa, no âmbito
da iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota", a ministra portuguesa
previu uma maior presença de agentes culturais portugueses no país asiático, a
partir deste ano.
"A ideia é integrar, cada
vez mais, estruturas como a Companhia Nacional de Bailado, como o São Carlos,
mas também os escritores, naquilo que possam ser rotas programadas e
calendarizadas", apontou.
Outros eventos culturais vão
realizar-se ao longo de 2019, incluindo festivais de cinema, literatura, teatro
ou música, em paralelo com o ano da China em Portugal, num programa pensado
pelos dois governos.
JPI // JPF
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