Santo António, São Tomé e
Príncipe, 29 mai 2019 (Lusa) - O chefe da diplomacia da Guiné Equatorial
afirmou na terça-feira, na ilha do Príncipe, que as autoridades "estão a
trabalhar" para abolir a pena de morte, referindo que o país "votou
contra" a pena capital nas Nações Unidas.
"O tema da pena de morte
é-nos falado em todos os fóruns, vamos a Portugal, vamos a Cabo Verde, vamos a
São Tomé e Príncipe, é um tema global das Nações Unidas e a Guiné Equatorial,
nas Nações Unidas, no mês de fevereiro, votou contra a pena de morte",
disse Siméon Oyono Esono Angue, falando aos jornalistas após um encontro com o
Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, em Santo
António, Príncipe.
Questionado sobre quando será
abolida a pena de morte - um compromisso da Guiné Equatorial aquando da entrada
como membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), em 2014, o ministro dos Assuntos Exteriores e Cooperação da Guiné
Equatorial respondeu: "Estamos a trabalhar nisso".
Siméon Obiang falava antes de ter
um encontro - que não estava inicialmente previsto - com o chefe de Estado
português, a quem disse que a pena de morte será abolida antes da próxima
cimeira da CPLP, em 2020, segundo Marcelo Rebelo de Sousa.
"A Guiné Equatorial, desde
que é membro da CPLP, está a avançar com passos firmes para a implementação
efetiva da agenda da CPLP", comentou o governante equato-guineense.
Siméon Angue garantiu que as
autoridades da Guiné Equatorial estão "prontas para receber" a missão
técnica da CPLP, que estará no país de 04 a 07 de junho para avaliar as medidas
tomadas por Malabo para a integração na organização lusófona.
"Há muitos passos que
estamos a dar, ao nível da língua portuguesa. Se houver um espaço na televisão,
[haverá] um programa de português na Guiné Equatorial, na universidade é
ensinado o idioma", enumerou, mencionando que recentemente foi assinado um
acordo entre a Universidade da Guiné Equatorial e o Camões - Instituto da
Cooperação e da Língua, para ensinar português a funcionários da administração
pública e também na universidade.
O ministro equato-guineense está
no Príncipe no âmbito das comemorações do centenário da comprovação da Teoria
da Relatividade Geral, de Albert Einstein, que ocorreu durante a observação de
um eclipse solar total nesta ilha.
Simeon Angue comentou que
transmitiu ao Presidente de São Tomé e Príncipe o agradecimento pelo convite
para que o seu homólogo equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo,
estivesse presente nas iniciativas, em que participa também o chefe de Estado português.
"O Presidente da República
da Guiné Equatorial, Obiang, encarregou-me de o representar neste ato
importante por razões de agenda", disse.
Questionado sobre rumores de que
o chefe de Estado equato-guineense está doente, o ministro respondeu: "O
Presidente Obiang goza de uma saúde invejável, está muito bem de saúde, não tem
qualquer problema".
Fazem parte da CPLP Portugal,
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
JH // SR
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