domingo, 7 de julho de 2019

"Ato de terrorismo": Presidente do Irão sobe o tom contra sanções dos EUA


O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse neste sábado (6) que as sanções impostas a Teerão pelos EUA são um "ato de terrorismo".

Rouhani também alertou a comunidade internacional de que a continuidade de tal "guerra económica" afetaria o mundo inteiro, conforme publicou seu serviço de assessoria de imprensa.

"A continuação desta guerra económica pode levar a outras ameaças na região e no mundo", disse Rouhani, segundo o comunicado.

As afirmações fizeram parte de uma conversa telefónica com o presidente da França, Emmanuel Macron, a quem o presidente iraniano também cobrou esforços da União Europeia para preservar o acordo nuclear do Irão, do qual os Estados Unidos se retiraram há um ano.


Escalada na tensão

Em maio de 2018, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos se retirariam do Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA) devido às supostas violações do acordo pelo Irão.

Logo depois de deixar o JCPOA, os Estados Unidos reimpuseram sanções económicas contra o Irão - que haviam sido levantadas como parte do acordo nuclear.

Já em maio deste ano, o Irão anunciou que o país suspendeu parcialmente suas obrigações sob o acordo nuclear. Teerão também deu início a um prazo de 60 dias - até 7 de julho - para que os outros signatários do acordo encontrassem uma maneira de proteger o Irão da pressão de sanções dos EUA, mantendo o JCPOA.

No início da semana, o ministro das Relações Exteriores do Irão, Mohammad Javad Zarif, confirmou que o país já ultrapassou o limite de 300 quilos do JCPOA de estoque de urânio pouco enriquecido.

O Irão também alertou que, caso as condições apresentadas não sejam alcançadas, a partir de 7 de julho o país começaria a enriquecer urânio acima do limite de 3,67% previsto pelo JCPOA.

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