domingo, 7 de julho de 2019

EUA revelam novo plano anti-Rússia para combater 'influência maligna' do Kremlin


A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) publicou uma estratégia sob o nome de "Combate à influência maligna do Kremlin" (CMKI), delineando quatro prioridades.

"O CMKI da USAID responde ao desafio da influência maligna do Kremlin construindo a resiliência económica e democrática dos países visados e trabalhando para mitigar as tentativas do Kremlin de minar uma série de instituições fundamentais", diz o documento publicado no site da agência americana.

Quatro objetivos estratégicos

plano centra-se em quatro objetivos: defender o funcionamento das instituições democráticas e do Estado de direito, resistir à manipulação da informação, reduzir a vulnerabilidade energética e diminuir as vulnerabilidades económicas.

A primeira das metas dos autores aponta para a "resistência às tentativas de minar as instituições democráticas e o Estado de direito".


Eles planeiam conseguir isso através do "fortalecimento do sistema de contenção e contrapesos e da primazia do direito", do "fortalecimento da resiliência da sociedade civil perante as tentativas de restringir, esgotar ou desacreditar atividades não governamentais independentes" e da "redução da vulnerabilidade do processo eleitoral e político à influência externa e à polarização".

"Estes esforços incluirão a criação de ferramentas para os líderes reformistas e as vozes da sociedade civil combaterem as práticas governamentais corruptas que os agentes do Kremlin frequentemente exploram seletivamente para benefício estratégico de Moscovo", escreve o relatório.

Os autores da iniciativa citam como exemplo o fato que a USAID "forneceu à Comissão Eleitoral Central da Ucrânia equipamentos de cibersegurança e ajudou a treinar profissionais especializados por cerca de US$ 2,7 milhões (R$ 10 milhões)".

"Ao financiar comunidades locais e regionais da sociedade civil e organizações não governamentais, a USAID ajuda a garantir que os cidadãos possam responsabilizar seus governos", observa o documento.

O segundo objetivo do conceito é "resistir à manipulação da informação", através da intensificação da "capacidade da mídia local de fornecer notícias e informações profissionais e confiáveis", do aumento da “alfabetização mediática e da necessidade do público de obter informação independente e de alta qualidade" e do fortalecimento das “leis e regulamentos para garantir a liberdade de imprensa".

"Com financiamento da USAID, onze parceiros estratégicos de mídia em toda a Bósnia, Kosovo, Montenegro, Macedónia do Norte e Sérvia estão aumentando seus públicos, diversificando as receitas e elevando sua presença na mídia digital", informam os autores do artigo.

Reduzir vulnerabilidade energética e económica

Quanto ao terceiro propósito, que é "reduzir a vulnerabilidade energética", a USAID considera necessário "reforçar a segurança energética dos países parceiros", "reduzir a dependência das fontes de energia controladas pelo Kremlin" e "melhorar o controle interno e externo e a gestão do sector energético".

Já o quarto objetivo é "reduzir a vulnerabilidade na esfera económica", promovendo "a diversificação das exportações e permitindo que as empresas concorram nos mercados ocidentais" e fortalecendo "a capacidade do mercado financeiro de atender e interagir com os padrões e práticas internacionais".

Em março, o chefe da USAID, Mark Green, anunciou que os EUA proporiam um mecanismo para combater a influência da Rússia na Europa, Eurásia e Ásia Central.

A Rússia negou repetidamente as acusações de tentar influenciar os processos democráticos em vários países. O porta-voz do presidente, Dmitry Peskov, classificou as acusações de "absolutamente infundadas", enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que não há evidências que confirmem tais ações.

Sputnik | © Sputnik / Aleksei Druzhinin/Anton Denisov/Serviço de imprensa do presidente russo

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