A campanha eleitoral em
Moçambique inicia oficialmente a 31 deste mês. Mas os partidos políticos já
divulgam os seus manifestos eleitorais. A CNE diz não ter ainda recebido alguma
reclamação sobre o facto.
A Comissão Nacional de Eleições
(CNE) está neste momento a avaliar todas as candidaturas dos partidos
concorrentes, para a votação de outubro próximo.
As três maiores formações
políticas no país, FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), RENAMO
(Resistência Nacional Moçambicana) e MDM (Movimento Democrático de
Mocambique) redobram as suas propagandas para atrair um maior número de
eleitores.
A opinião pública em
Moçambique considera que algumas destas atividades configuram com o
arranque de uma campanha eleitoral antecipada, que oficialmente inicia a
31 de agosto.
O diretor executivo do Instituto
para a Democracia Multipartidária, Hermenegildo Mulhovo observa em entrevista à
DW África que: "estamos a assistir atos que são normais no período de
campanha a serem realizados neste momento, antes do tempo oficialmente
estabelecido. É por isso que estamos a chamar de pré-camapnha, mas legalmente não
existe pré-campanha aqui em Moçambique”, anotou Mulhovo.
Recentemente, em entrevista à DW
África o porta-voz da RENAMO, José Manteigas acusou o atual Presidente da
República e candidato da FRELIMO, Filipe Nyusi de estar a fazer campanha
eleitoral antecipada. "Filipe Nyusi aproveita-se da capa de Presidenta
República para fazer campanha eleitoral antecipada”, disse Manteigas.
Alguns analistas moçambicanos,
consideram que os discursos do candidato da FRELIMO, Filipe Nyusi, na chamada
"Onda Vermelha”, do partido no poder configuram com uma campanha
eleitoral.
Num dos comícios populares da
"Onda Vermelha”, Filipe Nyusi, candidato à da FRELIMO e atual chefe do
Estado, disse que "quem votar na FRELIMO já nos coloca lá em cima”.
Num outro encontro, desta vez com
os membros da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), "braço
feminino" do seu partido na cidade do Dondo, em Sofala, Nyusi reiterou que
"a campanha eleitoral já começou”.
Na cidade da Matola, ele
também falou do manifesto do seu partido para as eleições de outubro.
"O manifesto é muito
realista e é exequível. Pode-se realizar. Não é que se sonha em coisas
impossíveis. Não é dizer que se for eleito, vou construir pontes num distrito
onde não há rios. O nosso manifesto fala com o povo, porque vai resolver os
problemas do povo”, destacou Filipe Nyusi.
Promessas ... mais promessas
Mas, não é apenas a FRELIMO que
está em pré - campanha. A RENAMO e o MDM, partidos com assentos no
Parlamento moçambicano também estão em atividades de campanha eleitoral
antecipada.
Na sua apresentação pública como
cabeça de lista ao cargo de Governador da Zambézia, pela RENAMO, Manuel de
Araújo disse:
"(…) juntarmos a tecnologia
e a sabedoria para colocarmos a Zambézia no mapa do mundo e nós vamos fazer
isso”, prometeu Araújo.
Por seu turno o presidente do
MDM, Daviz Simango em mais uma atividade política do seu partido na província
central da Zambézia revelou que "(…) o MDM trará a mudança que o povo da
Zambézia precisa”.
CNE à espera de uma queixa?
A CNE diz estar a par das
movimentações dos partidos políticos. Paulo Cuinica é o porta-voz do
órgão.
"Até aqui ninguém nos trouxe
uma queixa. Temos vindos a ouvir através dos meios de comunicação social. Mas
sem termos provas presentes”, apontou Cuinica sublinhando que "estamos
atentos a estas movimentações, se um dia estas atividades configurarem a uma
campanha eleitoral, naturalmente que os órgãos eleitorais têm o seu papel”.
Amós Zacarias | Deutsche Welle
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