domingo, 29 de setembro de 2019

Angola | João Lourenço confirma meta de acabar com minas terrestres até 2025


O Presidente de Angola garantiu que o país está determinado em eliminar todos os campos de minas até 2025. João Lourenço elogiou ainda visita do príncipe Harry ao país e agradeceu o trabalho da sua mãe, Diana de Gales.

"A presença de Sua Alteza Real o Duque de Sussex em Angola, nesta semana, reflete bem o espírito de otimismo que hoje alimenta o povo angolano. Angola agradece imensamente à sua mãe, Diana, Princesa de Gales, pela sua determinação em levar o sofrimento de civis angolanos, vítimas de minas, à atenção global em 1997", refere o Presidente angolano, numa mensagem hoje divulgada.

João Lourenço referiu que as imagens da princesa Diana, quando visitou Angola em 1997, a prestar conforto a crianças amputadas, que foram vítimas inocentes do "efeito cruel e indiscriminado" das minas terrestres antipessoais, acabaram por "abalar a consciência do mundo e galvanizar o apoio internacional para proibir este tipo de artefactos para sempre".


Uma questão de direitos humanos

O Presidente de Angola referiu que, ao contrário de sua mãe, que teve que usar "um visor e um colete de proteção enquanto era escoltada pelos sinais de perigo de minas", o príncipe Harry conseguiu hoje andar à vontade numa estrada asfaltada, no mesmo local, no Huambo. "As crianças presentes naquela rua para cumprimentar o Duque de Sussex estão agora livres para ir à escola e brincar em segurança, um direito humano básico que foi negado a muitos dos seus pais", salientou o chefe de Estado.

João Lourenço garantiu ainda que o país está determinado em acabar com os 1.220 campos de minas restantes, com o objetivo de cumprir o prazo de 2025 acordado com a comunidade internacional.

No documento, o Presidente lembrou o potencial que Angola tem a nível turístico e ambiental e alguns investimentos que têm sido feitos na desminagem de campos, como os localizados no sudeste do país, apesar de ainda existir muito trabalho por fazer. "Em 1997, uma princesa britânica enfrentou a tirania de uma arma do mal que atrapalha a vida de milhões em todo o mundo. A minha esperança é que o seu filho tenha iniciado um renovado compromisso para desminar todos os países até 2025, não apenas por imperativos humanitários, mas pelo bem-estar e conservação de todo o planeta", conclui.


príncipe Harry chegou na sexta-feira (27.09) à tarde a Luanda, capital angolana, onde está previsto, este sábado (28.09), ser recebido com o Presidente de Angola, João Lourenço.

O duque de Sussex, que recebeu cumprimentos de boas vindas, no aeroporto internacional 4 de Feveiro, da ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, e outras entidades do Estado angolano, não prestou declarações à imprensa.

O encontro com o chefe de Estado angolano acontece na manhã de sábado, seguindo-se uma reunião com a primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, para abordar a questão da VIH/SIDA em Angola, mais concretamente sobre a campanha "Nascer Livre para Brilhar", liderada por si, que visa eliminar a transmissão do vírus à nascença.

O duque de Sussex iniciou na quinta-feira (26.09), no Dirico, província do Cuando Cubango, a sua visita a Angola, para apoio à desminagem, como o fez também, em 1997, a sua mãe, princesa Diana.

No Huambo, Harry percorreu alguns metros da rua 28 de maio, um antigo campo de minas que Diana atravessou e visitou o hospital para as vítimas de minas do Huambo que a princesa de Gales visitou há 22 anos e que foi hoje rebatizado como "Centro Ortopédico Princesa Diana".

Périplo de 10 dias por África

A visita a Angola insere-se num itinerário de dez dias, que começou na segunda-feira na Cidade do Cabo, África do Sul, onde chegou acompanhado pela mulher, Meghan Markle, e pelo filho, Archie Harrison, e de onde seguiu na quarta-feira para o Botsuana, sozinho.

Depois, Harry viaja para o Malawi, antes de regressar à África do Sul, onde, em conjunto com Meghan Markle, vai encontrar-se com a antiga primeira-dama Graça Machel, concluindo a visita com uma audiência com o Presidente, Cyril Ramaphosa.

Deutsche Welle | Agência Lusa

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