O Presidente de Angola garantiu
que o país está determinado em eliminar todos os campos de minas até 2025. João
Lourenço elogiou ainda visita do príncipe Harry ao país e agradeceu o trabalho
da sua mãe, Diana de Gales.
"A presença de Sua Alteza
Real o Duque de Sussex em Angola, nesta semana, reflete bem o espírito de
otimismo que hoje alimenta o povo angolano. Angola agradece imensamente à sua
mãe, Diana, Princesa de Gales, pela sua determinação em levar o sofrimento de civis
angolanos, vítimas de minas, à atenção global em 1997", refere o
Presidente angolano, numa mensagem hoje divulgada.
João Lourenço referiu que as
imagens da princesa Diana, quando visitou Angola em 1997, a prestar conforto a
crianças amputadas, que foram vítimas inocentes do "efeito cruel e
indiscriminado" das minas terrestres antipessoais, acabaram por
"abalar a consciência do mundo e galvanizar o apoio internacional para
proibir este tipo de artefactos para sempre".
Uma questão de direitos humanos
O Presidente de Angola referiu
que, ao contrário de sua mãe, que teve que usar "um visor e um colete de
proteção enquanto era escoltada pelos sinais de perigo de minas", o
príncipe Harry conseguiu hoje andar à vontade numa estrada asfaltada, no mesmo
local, no Huambo. "As crianças presentes naquela rua para cumprimentar o
Duque de Sussex estão agora livres para ir à escola e brincar em segurança, um
direito humano básico que foi negado a muitos dos seus pais", salientou o
chefe de Estado.
João Lourenço garantiu ainda que
o país está determinado em acabar com os 1.220 campos de minas restantes, com o
objetivo de cumprir o prazo de 2025 acordado com a comunidade internacional.
No documento, o Presidente
lembrou o potencial que Angola tem a nível turístico e ambiental e alguns
investimentos que têm sido feitos na desminagem de campos, como os localizados
no sudeste do país, apesar de ainda existir muito trabalho por fazer. "Em
1997, uma princesa britânica enfrentou a tirania de uma arma do mal que
atrapalha a vida de milhões em todo o mundo. A minha esperança é que o seu
filho tenha iniciado um renovado compromisso para desminar todos os países até
2025, não apenas por imperativos humanitários, mas pelo bem-estar e conservação
de todo o planeta", conclui.
O príncipe
Harry chegou na sexta-feira (27.09) à tarde a Luanda, capital angolana,
onde está previsto, este sábado (28.09), ser recebido com o Presidente de
Angola, João Lourenço.
O duque de Sussex, que recebeu
cumprimentos de boas vindas, no aeroporto internacional 4 de Feveiro, da
ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, e outras entidades
do Estado angolano, não prestou declarações à imprensa.
O encontro com o chefe de Estado
angolano acontece na manhã de sábado, seguindo-se uma reunião com a
primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, para abordar a questão da VIH/SIDA
em Angola, mais concretamente sobre a campanha "Nascer Livre para
Brilhar", liderada por si, que visa eliminar a transmissão do vírus à
nascença.
O duque de Sussex iniciou na
quinta-feira (26.09), no Dirico, província do Cuando Cubango, a sua visita a
Angola, para apoio à desminagem, como o fez também, em 1997, a sua mãe, princesa
Diana.
No Huambo, Harry percorreu alguns
metros da rua 28 de maio, um antigo campo de minas que Diana atravessou e
visitou o hospital para as vítimas de minas do Huambo que a princesa de Gales
visitou há 22 anos e que foi hoje rebatizado como "Centro Ortopédico
Princesa Diana".
Périplo de 10 dias por África
A visita a Angola insere-se num
itinerário de dez dias, que começou na segunda-feira na Cidade do Cabo, África
do Sul, onde chegou acompanhado pela mulher, Meghan Markle, e pelo filho,
Archie Harrison, e de onde seguiu na quarta-feira para o Botsuana, sozinho.
Depois, Harry viaja para o
Malawi, antes de regressar à África do Sul, onde, em conjunto com Meghan
Markle, vai encontrar-se com a antiga primeira-dama Graça Machel, concluindo a
visita com uma audiência com o Presidente, Cyril Ramaphosa.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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