António
Jorge | opinião
Da autoria do blogue de
luta-anti-imperialista... e que a CMTV, em entrevista emitida ontem à noite
(16.09) sobre as próximas eleições, colocou esta questão ao SG do PCP, Jerónimo
de Sousa... e que a jornalista do Expresso, Rosa Lima, pretende ainda falar com
os responsáveis deste Manifesto!
- Os promotores do Manifesto,
apresentam-se como comunistas marxistas-leninistas... como eu também penso ser
ML, não quero perder a oportunidade de entrar no debate... muito embora, eu de
momento e desde que vim de Luanda há quase dois anos, esteja afastado do
partido.
Começo por colocar uma questão de
análise marxista aos camaradas promotores do Manifesto.
- Como se pode fazer uma análise
séria, sem se ter em conta o contexto e a realidade, nacional, regional e
mundial... na actualidade?
E concluírem, que o capitalismo em Portugal e no resto Mundo, não está apenas maduro para ser derrubado pelo socialismo está - a ficar podre. E que tal reforça a necessidade e a actualidade da luta pela revolução socialista.
- Quem dera que fosse assim...
mas infelizmente não é.
Colocar as questões desta forma e
caracterizar o processo histórico nos termos em que está colocado... faria
algum sentido se estivéssemos a viver há 50 anos atrás.
Quando ainda havia a Ocidente uma numerosa classe operária organizada, combativa, determinada e pujante... um forte movimento comunista e operário a nível mundial e a pátria fundada por Lenine e a revolução de outubro no poder.
Quando ainda havia a Ocidente uma numerosa classe operária organizada, combativa, determinada e pujante... um forte movimento comunista e operário a nível mundial e a pátria fundada por Lenine e a revolução de outubro no poder.
Claro que a luta continua, a luta
de classes é permanente, mas adaptada aos novos tempos e paradigma do actual
modo de produção.
Erros... claro que pode e deve
haver eventualmente na condução do partido... é da vida... nem tudo se passa exactamente como
analisamos e prevemos... mesmo analisando seriamente e colectivamente, se falha
ou pode falhar... porque existem os contrários e imprevistos... na dialéctica
da vida e nas sociedades... mas as opções e orientações da direção do partido,
bem como a sua táctica e estratégia, está assente nas decisões aprovadas
democraticamente nos congressos realizados pelo partido.
Pelo que se alguém acha que é
preciso mudar o curso das coisas... se as orientações do partido estão erradas...
o que pode e deve fazer é reclamar numa base justificada em termos políticos e
estatutariamente, um congresso com essa finalidade... a de alterar as
orientações seguidas até agora... e que só discutidas e aprovadas em congresso
se podem adoptar de facto.
É assim que funciona a democracia socialista.
Que me desculpem os camaradas,
que acredito estarem bem intencionados, mas este Manifesto parece mais de um
grupelho a repetir adjectivos políticos já gastos por outros noutros tempos.
Acho que passados 44 anos do 25
de novembro de 75, ainda não perceberam bem... porque aconteceu.
Nem perceberam de facto, o que determinou o 25 de abril e o agudizar da luta de classes, entre o 11 de março e o dito 25.11...de 75.
E porque o PCP, mudou... e adiou as tarefas da revolução socialista e adoptou as teses da revolução democrática e nacional, realizadas no seu V Congresso, ainda na clandestinidade - 1965.
E numa análise marxista também... as actuais orientações do PCP, são as possíveis e acertadas ao momento actual que vivemos.
O quanto pior melhor... poderia agradar a alguns, mas ao povo Não.
Não foi a natureza de classe do
PCP que mudou... foi antes... o contexto geo-politico internacional e o recuo
de toda a humanidade.
Criticas a fazer ao PCP, também
tenho... mas são problemas de pormenor, não de dissidências ou discrepâncias na
orientação geral.
*António Jorge -- Ex-sindicalista
do comércio da CGTP-Intersindical Nacional
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