Não aos peidos de vaca
O clima, a Greta, o amor dos
hipies, as manifestações só de uns quantos por todo o mundo e a “coincidência”
do Dia Mundial da Paz, entre mais matérias que pode ser a não perder, é a
abertura (o principio), o meio e o fim da prosa que João Silvestre traz ao
Expresso Curto.
Há problemas CO2 com os peidos
das vacas que afetam as Alterações Climáticas e a isso andam a atirar-se como
gato a bofe certos e incertos talibãs (radicais) – ao estilo daqueles que gostam tanto dos
cães (gatos e afins) que nem conhecem as pessoas, nem delas se lembram. Os
muitos milhões de automóveis, motos e manadas de máquinas a combustão até
parecem estar esquecidas. O petróleo é verde nas notas de dólar, não é? Os
peidos das vacas não. Está tudo dito. E as guerras, e a fome sistemática e
assassina que é gerada pela ganância dos detentores às toneladas das tais notas
verdes? E a exploração do capitalismo selvagem e desumano? E os imensos eteceteras
que podiam aqui constar por serem razões da mesma causa?
Mas disso parece que os
Gretas não falam e se o fazem é contidamente. Convém, aos das notas verdes
acondicionadas numa gigantesca fila de camiões TIR e respetivos contentores,
que os Gretas se preocupem com os peidos de vacas que produzem o malvado CO2. “Que
se distraiam e façam amor”, hão-de esses da ganância, da mentoria das guerras, do
esclavagismo de milhões de trabalhadores (incluindo crianças), dizer do alto
dos seus arranha-céus-caixas-fortes, sorrindo ao ver uns quantos (poucos) milhões em todo o
mundo na contestação ao peidos de vacas e afins. Com um menu contestatário supérfluo
em vez de essencial, primordial, urgente.
A fazer de conta no interesse
pelo clima lá vem mais uma Cimeira de Chefes de Estado e outros nas ilhargas. O
tema é capaz de ser “não aos peidos de vaca”. Em vez de não às guerras e todos
os outros males que o capitalismo selvagem, a ganância, dos 1% e seguintes,
causa à população mundial, ao ambiente...
Pano para mangas é o que daria
esta ‘conversa’… Adiante.
Terminamos. Adeus à dita Cimeira
que vai ser mais uma masturbação sem ejaculação. Adeus a vós, vítimas
escravizadas do dito capitalismo selvagem que classifica de desenvolvimento
tudo que trame os habitantes deste planeta mas que lhes recheie os expressivos
e exagerados lucros. E esses, sempre, a contarem com as subserviências dos tais
ditos Chefes de Estado e com as negociatas que decorrem e escorrem aos milhões
só para uns quantos. Sim, só para os que até compram os média que pintam de
negro os peidos de vaca e outros 'quadros' de que se lembrem para distraírem os milhões
de Gretos e Gretas que há por esse mundo, circulando alienados com ares zumbis,
sem quererem saber da força que teriam se quisessem uma liberdade a sério, uma
vida a sério, um mundo a sério e próprio para os humanos que defendessem a
natureza, a qualidade de vida, a abolição do esclavagismo, da miséria, da fome,
de uns quantos gananciosos semeadores de guerras…
Bom dia, se conseguirem.
MM | Redação PG
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
Está a rolar um clima em Nova
Iorque
João Silvestre | Expresso
Bom dia,
Arranca hoje oficialmente o encontro de chefes de Estado em Nova Iorque na Cimeira da Ação Climática organizada pelas Nações Unidas. A mesma que levou António Guterres, o seu secretário-geral, a aparecer com água pelos joelhos na capa da Time em junho. Durante o fim-de -semana, houve já uma série de eventos e Greta Thunberg, a principal cara do movimento dos jovens pela defesa do planeta, foi uma das estrelas. Esteve com Guterres num encontro com jovens que, assegurou, são “imparáveis”. Há até um slogan, inspirado no movimento hippie, que já começa a ecoar em várias cidades: “Façam amor, não façam CO2”. Até porque as manifestações deste sábado coincidiram com o Dia Mundial da Paz.
Se a mediatização bastasse, podíamos dizer que estamos no bom caminho para salvar o planeta. Afinal o tema está em toda a parte. A revista The Economist dedicava-lhe a fez esta semana um número especial onde até o obituário é dedicado às alterações climáticas: a ‘morte’ do glaciar islandês Okjökull. Só que é preciso mais. E a julgar pela forma como o próprio Guterres tenta baixar as expectativas, também não se esperam grandes decisões em Nova Iorque. Desde logo porque vão estar ausentes os líderes de gigantes como os EUA, Japão ou Brasil e porque há outros que, mesmo presentes, são de diferentes mundos no mesmo planeta, como escreve o New York Times. Acrescenta o diário americano que entre os líderes que irão estar há vários “campeões do carvão”.
Apesar de muitas contradições e até de falta de vontade de alguns políticos, a verdade é que parece haver cada mais consciência para o problema. Há um grupo de 87 multinacionais relevantes, com mais de quatro milhões de trabalhadores, que assinou um compromisso de neutralidade carbónica. Uma delas é a portuguesa EDP. Na luta contra o aquecimento global, escreve a Bloomberg (aqui numa tradução publicada pelo Negócios), há também vitórias do capitalismo, como o facto de nos EUA a produção de energia renovável ter ultrapassado pela primeira vez o carvão. Mesmo num país onde o presidente está a tentar travar regras mais apertadas na poluição automóvel, o que já motivou um processo conjunto de mais de 20 estados americanos. Porque o aquecimento parece inquestionável e, diz a ONU, os últimos cinco anos foram os mais quentes de sempre.
Os jovens tem avisado que não há um planeta B. É bem verdade. Também não parece haver plano B. Será que há plano A?
Arranca hoje oficialmente o encontro de chefes de Estado em Nova Iorque na Cimeira da Ação Climática organizada pelas Nações Unidas. A mesma que levou António Guterres, o seu secretário-geral, a aparecer com água pelos joelhos na capa da Time em junho. Durante o fim-de -semana, houve já uma série de eventos e Greta Thunberg, a principal cara do movimento dos jovens pela defesa do planeta, foi uma das estrelas. Esteve com Guterres num encontro com jovens que, assegurou, são “imparáveis”. Há até um slogan, inspirado no movimento hippie, que já começa a ecoar em várias cidades: “Façam amor, não façam CO2”. Até porque as manifestações deste sábado coincidiram com o Dia Mundial da Paz.
Se a mediatização bastasse, podíamos dizer que estamos no bom caminho para salvar o planeta. Afinal o tema está em toda a parte. A revista The Economist dedicava-lhe a fez esta semana um número especial onde até o obituário é dedicado às alterações climáticas: a ‘morte’ do glaciar islandês Okjökull. Só que é preciso mais. E a julgar pela forma como o próprio Guterres tenta baixar as expectativas, também não se esperam grandes decisões em Nova Iorque. Desde logo porque vão estar ausentes os líderes de gigantes como os EUA, Japão ou Brasil e porque há outros que, mesmo presentes, são de diferentes mundos no mesmo planeta, como escreve o New York Times. Acrescenta o diário americano que entre os líderes que irão estar há vários “campeões do carvão”.
Apesar de muitas contradições e até de falta de vontade de alguns políticos, a verdade é que parece haver cada mais consciência para o problema. Há um grupo de 87 multinacionais relevantes, com mais de quatro milhões de trabalhadores, que assinou um compromisso de neutralidade carbónica. Uma delas é a portuguesa EDP. Na luta contra o aquecimento global, escreve a Bloomberg (aqui numa tradução publicada pelo Negócios), há também vitórias do capitalismo, como o facto de nos EUA a produção de energia renovável ter ultrapassado pela primeira vez o carvão. Mesmo num país onde o presidente está a tentar travar regras mais apertadas na poluição automóvel, o que já motivou um processo conjunto de mais de 20 estados americanos. Porque o aquecimento parece inquestionável e, diz a ONU, os últimos cinco anos foram os mais quentes de sempre.
Os jovens tem avisado que não há um planeta B. É bem verdade. Também não parece haver plano B. Será que há plano A?
OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro
As eleições regionais na Madeira tiveram um resultado histórico: o PSD perde a maioria absoluta pela primeira vez e o PS teve o melhor resultado de sempre. Confira tudo o que se passou na noite eleitoral madeirense no direto do Expresso. E, já agora, saiba quem é Miguel Albuquerque, o delfim de Alberto João Jardim que se rebelou, e que agora voltou a ter o histórico presidente do governo regional a seu lado.
Nas legislativas, hoje é dia de novo debate – o último – entre António Costa e Rui Rio. Será um debate radiofónico transmitido a partir das 10:00 na Antena 1, TSF e Renascença, numa altura em que há sondagens a indicar uma aproximação entre as intenções de voto no PS e PSD. Onde foi dia de arranque da campanha com Costa a dizer que está numa versão light porque é Primeiro-ministro, Catarina Martins a dizer que fará campanha sem “energia perdida, palavras ocas ou provocações” e Jerónimo de Sousa a garantir que é Costa quem “deve acertar as contas”. Já Rui Rio permaneceu fiel a si próprio sem querer comentar a sondagem favorável durante um passeio de bicicleta no Porto, enquanto Assunção Cristas esteve na Guarda a defender medidas para o interior e André Silva, do PAN, passou pelo programa de Ricardo Araújo Pereira na TVI.
O Instituto Nacional de Estatística divulga hoje a nova série do PIB e espera-se uma revisão em alta que pode ter consequências em indicadores como défice, dívida ou carga fiscal medidos em percentagem.
A venda de créditos à habitação pelos bancos a fundos, escreve hoje o Público, está a deixar muitas famílias desprotegidas face à pressão para pagarem as dívidas.
O Tribunal de Contas reviu a decisão e já deu visto à auto-estrada do Pinhal Interior, segundo o Jornal de Negócios.
Um professor do Politécnico de Leira vive um processo verdadeiramente kafkiano, sem emprego há mais de um ano, por ter sido anulado um concurso que venceu há oito anos.
A Tesla já é líder nos carros elétricos em Portugal. Vende cinco por dia.
O Dolce Vita de Ovar foi comprado por um bilionário Suazi.
Boas notícias para quem tem férias marcadas para o final do mês. A temperatura vai voltar a subir no final da próxima semana.
O negócio há muito anunciado entre Cofina e Media Capital vai mesmo avançar. Os termos da oferta foram divulgados este sábado: 181 milhões de euros pela empresa que detém a TVI, um valor que implica uma perda de 76 milhões de euros para a Prisa. O Sindicato dos Jornalistas quer mais informação sobre o negócio, nomeadamente sobre o impacto em termos de redações e linha editorial. Já Paulo Fernandes, o comprador, diz que o negócio “garante a existência de um grupo de media independente”.
Os prejuízos na TAP, que foram revelados sexta-feira depois de a empresa ter sido confrontada com questões do Expresso, está a fazer tremer a posição de David Neeleman. Como se lia na edição de sábado do semanário, o empresário americano pode estar de saída e o Estado está à procura de acionistas. A alemã Lufthansa e a americana United Airlines são duas das hipóteses.
No futebol, o FC Porto venceu o Santa Clara por 2-0 no Dragão e regressa à liderança a par do Benfica que, no sábado, numa reviravolta ao cair do pano, derrotou o Moreirense.
Os monges da Cartuxa em Évora vão deixar Portugal. Se puder, não perca a reportagem do Expresso, publicado este fim-de-semana e as fotos exclusivas.
Quer saber como foi possível um peixe vermelho dar uma medalha de ouro a Portugal? No mundial de fotografia subaquática.
Lá fora
A tensão no médio oriente entre Irão e Arábia Saudita está a fazer subir o preço do petróleo e os efeitos na bomba vão fazer se sentir já esta semana. Neste momento, os sauditas estão a tentar encontrar uma ligação entre os ataques as refinarias e o Irão. Nomeadamente através do sistema de GPS que foi recuperado.
Nos EUA, segue a polémica sobre a alegada pressão de Trump sobre a Ucrânia para investigar Joe Biden. Saiba o que está em causa neste explicador do New York Times. Já agora, ainda sobre a Ucrânia, conheça o milionário de que toda a gente fala.
A iminência de um colapso da Thomas Cook está a deixar milhares de turistas retidos e em Londres já há planos para os resgatar, naquele que pode ser o maior resgate britânico em tempo de paz.
O Kiribati reconhece a China e abandona aliança com Taiwan que tem agora apenas 14 países do seu lado. Tudo porque a China fez ofertas generosas em termos de financiamento e investimentos. Se quer saber porque é uma questão inacabada para a China leia este artigo do Financial Times.
Nos mercados financeiros, houve uma palavra que marcou a semana passada: repos. Acordos de recompra que são o coração do mercado interbancário e que viveram um enorme sobressalto. A Reserva Federal tem estado a injectar liquidez de emergência e vai continuar a fazê-lo. Mas tem estado a ser criticada.
Em Paris, foi mais um fim-de-semana de caos e violência com manifestações e confrontos com a polícia.
Esta noite foi noite de Emmys em Los Angeles. A Guerra dos Tronos e Fleabag foram os grandes vencedores.
FRASES
“O PSD manteve a sua votação, o que é extraordinário. Houve uma concentração [à esquerda] do voto útil no PS para derrubar o PSD, mas não conseguiram. Nem ao fim de 43 anos, é extraordinário”, Miguel Albuquerque, líder do PSD Madeira
“Termos tido menos 5 mil votos do que o PSD significa que não ganhámos, mas não posso deixar de assinalar o resultado histórico do PS nestas eleições”, António Costa, secretário-geral do PS em reação aos resultados das eleições na Madeira
O QUE ANDO A LER
Não é novidade para ninguém que há uma onda de autoritarismo a varrer o planeta e a contagiar até países onde os princípios de democráticos pareciam estar a enraizar-se. Vladimir Putin, numa rara entrevista ao Financial Times no final de junho em Moscovo, dizia que a democracia liberal estava ficar “obsoleta”.
Putin é precisamente uma das figuras em destaque na última edição da revista Foreign Affairs onde o tema de capa é “Autocracy Now” e, em destaque ao lado do presidente russo, estão o húngaro Viktor Orbán, Rodrigo Duterte das Filipinas, o chinês Xi Jinping ou Recep Erdogan da Turquia.
Embora as histórias destes líderes sejam mais ou menos conhecidas vale a pena ler os detalhes da sua ascensão e a forma como, de forma mais descarada ou mais subtil, vão reforçando o poder. Contado por quem conhece de perto a realidade destes países.
Tenha uma excelente segunda–feira. Nós vamos continuar por aqui. Com a informação em tempo real no Expresso online e os temas exclusivos no Expresso Diário. Desporto é na Tribuna, música no Blitz e tudo o que precisa para para melhorar o seu estilo de vida no Vida Extra.
Cá dentro
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Lá fora
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