terça-feira, 3 de setembro de 2019

União Europeia | CHEGA A URSULA, PARTE O JUNKERS - TUDO PIORA



Chama-se Ursula Von der Leyen, e é alemã, a nova presidente da Comissão Europeia; Fiquemo-nos pela Ursula, para simplificar o pronunciar! Esta nomeação, foi o principal resultado, de três dias de debate acirrado no Conselho da Europa; pela partilha dos lugares de topo na Europa; uma guerra de influências entre o conjunto dos países europeus, em que cada um tentou fazer valer os seus interesses; será sempre de extremo interesse, ter bons amigos no poder; pois a visão da política, de toda esta gente, é o de comércio de influências; mas tem-se visto, que estas amizades valem o que valem; nas grandes horas H, o que valem são os interesses fundamentais de quem manda; o resto, são bocaditos de pão, e demagogias internas, para entreter o pessoal; principalmente quando nos referimos aos países mais pequenos.

Mas algo mudou, durante estes últimos anos na Europa; a correlação de forças entre as várias famílias europeias alterou-se; a partilha pacífica de lugares de destaque, entre os Populares Europeus, Socialistas e Liberais findou. Os desastres eleitorais, protagonizados por socialistas e sociais-democratas, nos principais países europeus, devido ao olvidar dos princípios social-democratas, quando assumiam o poder, enfraqueceu-os. Cientes disso, tentaram a ultrapassagem, pela berma; tentaram cozinhar, à margem da recente cimeira do G20, uma proposta de candidato na pessoa de um socialista holandês; um tal Frans Timmermans; um daqueles socialistas em risco de desemprego, já que o seu partido, na Holanda, praticamente desapareceu. Tal pareceu ter o apoio da Merkel; só que depois, tudo se virou! Pois os da Europa Central, também são muito práticos em termos de controlo do poder! Eles desta vez não precisavam de um “boneco”; também não devem ter gostado das últimas escolhas; o penúltimo, um oportunista sem escrúpulos; o último, um bêbado batoteiro.

Assim as escolhas do antigo bloco dominante foram bloqueadas, pelo grupo de países de Visegrado; Polónia, Hungria, Republica Checa, Eslováquia; para grande irritação do António Costa, e dos seus companheiros; mas no fim de tanto partir pedra, apareceu a Ursula; tirada da algibeira, como solução milagrosa; e bem milagrosa! 

Primeiro, porque resolve o problema alemão; até ao presente, o governo da Merkel, serviu de ponte entre os interesses das multinacionais europeias e a Comissão Europeia; mas esta correia de transmissão, estava em perigo, devido aos péssimos resultados eleitorais da CDU na Alemanha, com a ascensão dos verdes e da extrema-direita alemã; a estrutura do poder na Alemanha pode vir eventualmente a alterar-se; assim nomeia-se esta senhora; uma ministra ligada a grandes escândalos na Alemanha; mas fiel representante desses interesses; esta Ursula, na Comissão Europeia, terá nas suas mãos, a defesa dos tais interesses na Europa; será ela a dar as ordens, que antes eram dadas pela Merkel!

Segundo aspecto; como alemã, ligada aos interesses multinacionais, todos os países lhe proporcionarão respeito; pois quem tem a faca para a partilha da decisão das benesses orçamentais, será ela; e viu-se, pelo apoio unanime que lhe concederam; ninguém arriscou ficar à margem; muito menos aqueles que apoiavam o tal Timmermens; que apesar de danados, por perceberem que foram marginalizados, dentro da “caldeirada”, não arriscaram qualquer oposição; no fim deram-lhes um prémio de consolação; a eleição de um socialista italiano, para presidente do parlamento europeu; enfim…! Um grande destaque à prenda, se deu; como se grande coisa, fosse!

Terceiro aspecto, a eleição dos olhos gelados da Ursula, centra de vez o poder na Europa, na zona central da mesma; o resto passa a ser periferia; muito provavelmente, as posições do Partido Popular Europeu inflexionarão à direita, para coabitar com as da direita radical ; acredito, que a Europa irá ser menos liberal, e mais nacional-europeista; irá ser mais autónoma, no contexto geo-politico mundial; o que previsivelmente implicará, a formação do tal exército europeu e a militarização da Europa; uma subalternização cada vez mais acentuada dos países pequenos; e enfim, a consolidação do imperialismo interno e o despontar do imperialismo externo europeu.

Desta Europa, estilo Ursula, só espero mais arbítrio e subjugação; perca de identidade nacional; menos democracia; menos soberania! Até um dia.

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