Angola, Guiné-Bissau e Guiné
Equatorial são três dos países que pioraram no ano passado no Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas. Cabo Verde e São Tomé e
Príncipe tiveram prestações positivas.
O Índice de Desenvolvimento
Humano, que integra o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019, analisou os
progressos de 189 países em matéria de desenvolvimento humano, centrando-se
este ano nas desigualdades.
Segundo os dados, Portugal, o
único lusófono no grupo de países de desenvolvimento muito alto, manteve-se na
posição 40, enquanto o Brasil, considerado de desenvolvimento alto, caiu um
lugar, de 78 para 79.
Angola, que integra com Cabo
Verde, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial o conjunto de países
de desenvolvimento humano médio, foi o lusófono que mais caiu na avaliação,
passando da posição 147 para a 149.
Também a Guiné Equatorial desceu
da posição 143 para a 144.
Cabo Verde subiu do lugar 128
para o 126, São Tomé e Príncipe passou do 138 para 137 e Timor-Leste manteve-se
no lugar 131.
Guiné-Bissau e Moçambique
mantiveram-se nos últimos lugares da lista dos países com baixo desenvolvimento
humano com a Guiné-Bissau a descer da posição 177 para a 178 e Moçambique a
permanecer na posição 180, sendo o 9º pior país do índice.
Desigualdades atrasam
desenvolvimento
Globalmente, o Níger ocupa última
posição do índice, seguido pela República Centro-Africana, Chade e Sudão do
Sul, enquanto a Noruega lidera a lista, seguida da Suíça, Irlanda e Alemanha,
países que mantiveram inalteradas as suas posições relativamente ao índice
anterior.
O relatório adianta que, apesar
do progresso sem precedentes contra pobreza, fome e doenças, muitos países
continuam com graves problemas provocados pelas desigualdades e destaca uma
nova geração de desigualdades, em torno da educação, tecnologia e mudanças
climáticas.
O estudo estima que, em 2018,
cerca de 20% do progresso do desenvolvimento humano foi perdido devido às
desigualdades.
Apontando como exemplo a
igualdade de género, o relatório refere que, a manterem-se as tendências
atuais, serão necessários mais de 200 anos para eliminar a diferença de
oportunidades económicas entre homens e mulheres.
Preconceito de género cresce
Pela primeira vez, o relatório
inclui um Índice de Normas Sociais, que revela que em metade dos países
avaliados, o preconceito de género cresceu nos últimos anos.
Cerca de 50% das pessoas em 77
países pensam que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres e
mais de 40% considera que os homens são melhores na área dos negócios.
Num outro exemplo, o estudo
compara as perspetivas futuras de crianças nascidas no ano 2000 em países de
desenvolvimento muito alto e de desenvolvimento baixo, adiantando como muito
provável que 55% dos jovens nascidos no primeiro grupo frequentem o ensino
superior contra 3% no segundo grupo.
Por outro lado, 17% das crianças
nascidas em 2000 em países de baixo desenvolvimento terão morrido antes dos 20
anos, contra apenas 1% dos nascidos em países de muito alto desenvolvimento, e
os que sobreviverem terão menos 13 anos de esperança média de vida.
O Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) combina rendimento dos países, expectativa de vida e educação.
A Noruega, que lidera o índice,
teve em 2018 uma pontuação de 0,954, enquanto o Níger, que ocupa a última
posição, teve apenas 0,377 pontos.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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