Luanda recebe esta quinta e
sexta-feira uma reunião de ministros do Conselho de Paz e Segurança da União
Africana e esperam-se soluções concretas para os conflitos no continente. Sudão
do Sul e RDC estarão em destaque.
Angola assumiu no domingo
(01.12) a presidência rotativa do Conselho de Paz e Segurança da União
Africana (UA) e a liderança arranca com uma reunião de ministros dedicada aos
temas da Paz e Segurança na quinta e sexta-feira, em Luanda.
Manuel Augusto, ministro das
Relações Exteriores de Angola, lembrou esta semana que ainda há focos de
conflito no continente e que a União Africana está atenta: "Estamos
preocupados com aqueles países onde ainda existem conflitos ou onde há conflitos
latentes", disse o ministro. ”"oje chama a atenção da UA e do seu
processo de paz a situação ainda prevalecente no sul do Sudão, onde está em
curso um exercício para implementação do chamado acordo revitalizado para Sul
do Sudão", explicou.
O acordo foi assinado em setembro
de 2018. Mas a violência continua no Sudão do Sul. Rebeldes que ficaram de fora
do acordo continuam a pegar nas armas para combater o Governo. O país entrou em
guerra há seis anos: 380 mil pessoas morreram e mais de quatro milhões foram
obrigadas a deixar as suas casas.
Em busca de soluções
Além do Sudão do Sul, na reunião
ministerial que começa esta quinta-feira em Luanda deverá também ser debatida a
situação da República Centro-Africana e do leste da República Democrática do
Congo, bem como a tensão na região dos Grandes Lagos, entre o Ruanda e o Uganda
e o Ruanda e o Burundi.
Angola garante que já está
envolvida na procura de soluções para algumas destas situações. E o analista
político Osvaldo Mboco não duvida que o país tem um contributo importante a
dar: "Luanda, ao ser escolhida como a capital para albergar as questões
ligadas à paz e segurança ao nível do continente africano, mostra claramente a
importância que o país tem em matéria de gestão e resolução de conflitos".
O encontro de Luanda tem como
tema central a "Reconciliação Nacional, Restauração da Paz, Segurança e
Reconstrução da Coesão em África". Além de ministros dos 15
Estados-membros do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, estarão ainda
presentes os chefes da diplomacia do Mali, Níger, República Centro-Africana e
República Democrática do Congo.
Espera-se que a reunião traga
propostas concretas para resolver os conflitos e alavancar os países
economicamente. O especialista em questões internacionais Osvaldo Mboco entende
que é preciso colocar o continente em primeiro lugar.
"Quando os africanos
pensarem que os interesses pessoais estão abaixo dos interesses do próprio
continente, então o continente poderá avançar. Também [é preciso] vontade
política por parte de diferentes grupos. Uma política de inclusão e de participação
de diferentes grupos é crucial no meio de tudo isso. O caminho para se chegar
ao poder não deve ser a força das armas, mas deve ser pela força da competição
política", sublinha.
Manuel Luamba (Luanda) | Deutsche
Welle
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