Presidente do Sindicato
Independente dos Médicos acusa Governo de fazer “propaganda” e prevê que “mais
de um terço das vagas fiquem vazias”.
O presidente do Sindicato
Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, desvaloriza o concurso que o
Governo abriu para a contratação de 482 médicos que terminaram recentemente a
especialidade nas áreas hospitalar, medicina geral e familiar e saúde pública e
antevê que “mais de 10% das vagas” fiquem vazias.
“O Governo está a cumprir uma lei
que a Assembleia da República aprovou e que lhe impõe, por reiterado
incumprimento, a
abertura de vagas duas vezes por ano para os recém-especialistas”,
explica Roque da Cunha que vê neste anúncio do Governo uma “tentativa de
propaganda do Ministério da Saúde em relação a esta matéria”. “Só esperamos é
que isto não sirva de arma de arremesso contra os médicos, que parece que estão
a desdenhar de algo que é tão simpaticamente oferecido”, ironiza Roque da
Cunha.
Noel Carrilho, presidente da
Federação Nacional dos Médicos (Fnam), vai mais longe e diz que “há aqui algum
logro neste concurso”. “Aparentemente parece que está tudo a ser feito para que
os médicos que saíram agora do internato permaneçam no Serviço Nacional de
Saúde, mas a verdade é que não lhes estão a ser dadas as condições para que os
recém-especialistas continuem no SNS”, lamenta o representante da Fnam.
Ao PÚBLICO, o presidente do SIM
sublinhou que a intervenção da Assembleia da República se deve ao facto de “os
médicos recém-especialistas estarem meses a receber um vencimento como
internos, uma situação que se alterou com a aprovação da lei há cerca de dois
anos”.
Margarida Gomes | Público
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