sábado, 21 de dezembro de 2019

Fnam diz que o concurso para abertura de recém-especialistas “é um logro”


Presidente do Sindicato Independente dos Médicos acusa Governo de fazer “propaganda” e prevê que “mais de um terço das vagas fiquem vazias”.

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, desvaloriza o concurso que o Governo abriu para a contratação de 482 médicos que terminaram recentemente a especialidade nas áreas hospitalar, medicina geral e familiar e saúde pública e antevê que “mais de 10% das vagas” fiquem vazias.

“O Governo está a cumprir uma lei que a Assembleia da República aprovou e que lhe impõe, por reiterado incumprimento, a abertura de vagas duas vezes por ano para os recém-especialistas”, explica Roque da Cunha que vê neste anúncio do Governo uma “tentativa de propaganda do Ministério da Saúde em relação a esta matéria”. “Só esperamos é que isto não sirva de arma de arremesso contra os médicos, que parece que estão a desdenhar de algo que é tão simpaticamente oferecido”, ironiza Roque da Cunha.


Noel Carrilho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), vai mais longe e diz que “há aqui algum logro neste concurso”. “Aparentemente parece que está tudo a ser feito para que os médicos que saíram agora do internato permaneçam no Serviço Nacional de Saúde, mas a verdade é que não lhes estão a ser dadas as condições para que os recém-especialistas continuem no SNS”, lamenta o representante da Fnam.

Ao PÚBLICO, o presidente do SIM sublinhou que a intervenção da Assembleia da República se deve ao facto de “os médicos recém-especialistas estarem meses a receber um vencimento como internos, uma situação que se alterou com a aprovação da lei há cerca de dois anos”.

Margarida Gomes | Público

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