Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
Está feito o OE para 2020, depois
do anúncio, com toda a pompa e circunstância de 800 milhões para o Serviço
Nacional de Saúde, a excepção neste orçamento, o resto fica na mesma ou pior.
Apesar de ser anunciado como o
orçamento do superavit - o primeiro - nada de substancial muda e nem os 800
milhões injectados no SNS são garantia de melhoria dos serviços. E nada de
substancial pode mudar estando Portugal sujeito às draconianas regras
europeias.
Por conseguinte, e com a escassa
margem de manobra que cada Estado-membro possui, os orçamentos serão sempre de
continuidade - um percurso sinuoso que coarcta os Estados nas suas funções,
sobretudo nas suas funções sociais, mas também no investimento necessário ao
desenvolvimento do país.
Orçamento de continuidade é uma
mera consequência do famigerado e irónico Pacto de Estabilidade e Crescimento e
tudo o que sobra são migalhas para serem distribuídas pelos pobres, o que nem
sempre se verifica.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
2 comentários:
Esta posição profundamente oportunista ainda é mais grave quando forças que se dizem de esquerda – como BE, PCP, Verdes e Livre – sabem que este é mais um orçamento desenhado para satisfazer os credores, no âmbito dos famigerados “compromissos internacionais” que levaram as muletas do PS no governo anterior a assinar de cruz todos os ataques à classe operária e aos trabalhadores em Portugal, que Bruxelas encomendava à dupla Costa/Centeno.
Urge que os operários e os trabalhadores se levantem em luta e sigam o exemplo corajoso e determinado dos seus irmãos que, um pouco por todo o mundo, abandonaram a prática das manifestações/procissões e arredaram da direcção das suas lutas os dirigentes reformistas e traidores, para levar a cabo autênticos levantamentos populares com vista ao derrube do modo de produção capitalista e imperialista e da escravatura assalariada que lhe está associada.
21DEZ2019
LJ
Retirado do jornal online Luta Popular
Seria exaustivo alongarmo-nos a dissecar, ponto por ponto, o que propõe o governo com este Orçamento de Estado para 2020. Fica desde logo claro que as verbas destinadas à Saúde, ao Ensino e à Educação, são manifestamente inferiores às verbas alocadas para o pagamento da “dívida pública”. Como fica clara a intenção deste governo agravar ainda mais a carga fiscal – de 34,7% para 35,1% !!!
Independentemente de se saber quem vai votar favoravelmente, ou não, neste OE 2020 – para já na generalidade - , é interessante analisar a reacção das diferentes forças políticas do arco parlamentar ao documento em causa. A não ser aquelas forças que representam os interesses da burguesia e do capital mais trauliteiro – CDS, IL e Chega -, que já anunciaram o seu voto contra, todas as outras – PSD, PCP, Verdes, PAN e Livre – têm advogado pela oportunista posição do NIM! Isto é, nem sim, nem não, até que conheçam em maior detalhe o que propõe o OE 2020!
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