domingo, 14 de julho de 2019

PRÁTICAS ARRISCADAS DE CONSPIRAÇÃO -- Martinho Júnior

Martinho Júnior, Luanda 

Instrumentalizando a NATO e aliados de recurso, o império da hegemonia unipolar está a esticar a corda das provocações colocando-as sobre o vermelho na Europa do Leste, numa escalada que arrasta sem antídotos a própria União Europeia e cada um dos seus componentes avassalados.

Nesse sentido o Exercício Sea Breeze 2019 no Mar Negro (https://search.navy.mil/search?query=sea+breeze+2019&btnG=%C2%A0&utf8=%E2%9C%93&affiliate=navy_all), sequência do Exercício Baltops 2019 no Mar Báltico, foi mais uma prática arriscada de conspiração, correspondendo ao que foi semeado com as revoluções coloridas que chegaram ao êxito da Praça Maidan!

O Baltops 2019 (https://www.navy.mil/submit/display.asp?story_id=109852) que se realizou entre 9 e 21 de Junho de 2019 (há um mês), no Mar Báltico, pressupõe outros conceitos, com uma distinta visão geoestratégica, todavia nota-se a persistência na utilização de forças de desembarque e assalto, integrando um aumento da agressividade na aproximação às fronteiras marítimas russas.

Os meios navais, terrestres e aéreos utilizados pela NATO nestes exercícios, uma vez que há componentes da 6ª frota sedeada em bases na Itália, podem também a qualquer momento serem chamadas a cumprir missões em África.

Brasil | Landel de Moura: o padre cientista



"Quero mostrar ao mundo que a Igreja Católica nao é inimiga da Ciência e do progresso humano" -- Landell de Moura

No último dia 30 de junho de 2019, completaram-se 91 anos da morte, ocorrida em 1928, de uma das grandes personalidades gaúchas: o monsenhor Roberto Landell de Moura. Nascido, em Porto Alegre, em 21 de janeiro de 1861, ficou conhecido como o padre cientista, graças à sua dedicação no campo da pesquisa, especialmente da radiotelegrafia e da radiotelefonia.  

Após estudar Direito Canônico, na Itália, retornou ao Brasil, em 1886, e no Rio de Janeiro rezou a sua primeira missa com a presença de dom Pedro II e a Corte. No ano seguinte, o Pe, Landell retornou ao Rio Grande do Sul. 

Brasil | Deltan Dallagnol usou Lava Jato para lucrar com palestras e livros


Em parceria com a Folha de S. Paulo

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, montou um plano de negócios para lucrar com eventos e palestras na esteira da fama e dos contatos conseguidos durante a operação, mostram mensagens obtidas pelo Intercept e analisadas em conjunto com a equipe da Folha de S. Paulo.

Em um chat sobre o tema criado no fim de 2018, Dallagnol e um colega da Lava Jato discutiram a constituição de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais e críticas. A ideia era usar familiares.

Os procuradores também cogitaram a criação de um instituto sem fins lucrativos para pagar altos cachês a eles mesmos, além de uma parceria com uma firma organizadora de formaturas para alavancar os ganhos do projeto.

A lei não proíbe que procuradores sejam sócios, investidores ou acionistas, desde que não tenham poderes de administração ou gestão da empresa. Os chats examinados pela Folha e pelo Intercept indicam que Dallagnol ocupou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante no decorrer da Lava Jato.

As conversas mostram ainda que o procurador incentivava outras autoridades ligadas ao caso a realizar palestras remuneradas, entre eles o ex-juiz e atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e outros procuradores que atuaram no escândalo de corrupção.

Pouco antes do primeiro aniversário da Lava Jato, em fevereiro de 2015, a dedicação de Dallagnol ao trabalho de palestrante já gerava descontentamento entre os colegas da Procuradoria em Curitiba. Em um chat com o procurador Carlos Fernando Santos Lima, no aplicativo Telegram, o procurador buscou justificar sua atividade, dizendo que ela compensava um prejuízo financeiro decorrente da Lava Jato.

"Estou a favor de maior autonomia, mas não me encham o saco, pra usar sua expressão, a respeito de como uso meu tempo. To me ferrando de trabalhar e ta parecendo a fábula do velho, do menino e do burro. Uns acham que devo atender menos a SECOM, outros que é importante. Uns acham que devo acompanhar cada um, outros acham que os grupos devem ter mais liberdade. E chega de reclamar dos meus cursos ou viagens. Evito dormir nos voos pra render. To até agora resolvendo e-mails etc", desabafou Dallagnol.

“Essas viagens são o que compensa a perda financeira do caso, pq fora eu fazia itinerancias e agora faria substituições. Enfim, acho bem justo e se reclamar quero discutir isso porque acho errado reclamar disso”, continuou Dallagnol no mesmo chat.

Dallagnol se refere a dois tipos de trabalho no Ministério Público que podem engordar o contracheque. A itinerância é quando um procurador substitui as funções de outro, geralmente em outras cidades, com recebimento de diárias. Como integrante de uma força-tarefa que exige dedicação exclusiva, ele foi impedido de ocupar posições fora de Curitiba. Já no caso das substituições, o membro do MP assume o cargo de outro – como alguma função de chefia –, mas de forma mais modesta.

“Acho que o crescimento é via de mão dupla. Não estamos em 100 metros livres. Esse caso já virou maratona. Devemos ter bom senso e respeitar o bom senso alheio”, completou o procurador.

Brasil | Editor do Intercept admite medo de retaliação e omissão da Justiça


Segundo o Washington Post, o jornalista "raramente se aventura além de sua barreira [a casa no Rio está toda equipada com segurança privada, parece um 'banker'], por medo de assassinato"

Jornal GGN – Em entrevista a Terrence McCoy, do Washington Post, o editor-executivo do Intercept Brasil, Leandro Demori, admitiu que a equipe teme o que Sergio Moro pode fazer para retaliá-los por conta da série de reportagens da Vaza Jato. Acima disso, têm motivos para desconfiar de ventual reação omissa da Justiça, quando tribunais vierem (se vierem) a analisar possíveis ações contra Glenn Greenwald.

“Nossa constituição é muito dura na defesa da liberdade de expressão e imprensa”, disse Demori. “Mas as nossas instituições são fortes o suficiente para proteger a constituição? Acho que não. Eu realmente não sei. Estamos com medo”, desabafou.

O WP divulgou que, para Glenn, as ameaças que ele vem sofrendo aqui no Brasil por causa da Lava Jato diferem em muito do que aconteceu com o caso Snowden. Lá fora, com o responsável pelo vazamento identificado na série envolvendo vigilância global, Greenwald era “apenas o repórter”. Aqui, ele passou a ser o alvo dos apoiadores de Moro e procuradores de Curitiba, já que não houve exposição da identidade do vazador.

“Eu sou um bom alvo. Sou estrangeiro. Eu sou gay. Sou casado com um político socialista”, apontou Greenwald.

Segundo o WP, o jornalista “raramente se aventura além de sua barreira [a casa no Rio está toda equipada com segurança privada, parece um ‘banker’], por medo de assassinato.”

Ainda assim, Greenwald não pensa em sair do País.

“Eu não vejo isso como um lugar estrangeiro”, disse ele. “É a minha casa.”

Brasil | Lula, a injustiça e a violência ilegítima do Estado


Gisele Cittadino | Carta Maior

Nem sempre o senso de injustiça e a indignação moral estão distribuídos de forma equitativa em nossa sociedade. Quando policiais militares invadem uma comunidade da periferia e atiram com um fuzil nas costas de um adolescente negro apenas porque ele corria ladeira acima, o sofrimento e a revolta daqueles que lhe são próximos não geram, do outro lado da cidade, um clamor por justiça ou a condenação moral dos assassinos.

Weber nos ensinou que o Estado é o detentor do monopólio legítimo da violência física organizada. Para que tenhamos proteção, precisamos transferir ao poder público, de forma exclusiva, a capacidade de, legitimamente, lançar mão da força para inibir qualquer ato de violência que possa sobre qualquer um de nós recair. Em outras palavras, as vinganças privadas estão interditadas, pois a violência é monopólio do Estado exatamente porque, dentre outras funções, é ele que nos protege e nos assegura a vida e a liberdade. Não é por outro motivo que tanto nos indignamos diante do tanque de guerra que avança sobre pessoas em uma praça, dos disparos das armas automáticas que abatem crianças e mulheres em campos de refugiados ou do ódio do promotor antissemita que planta provas contra uma mulher judia. Essa indignação, no entanto, não tem aparecido, pelo menos no triste país que ora habitamos, quando policiais matam jovens negros da periferia, torturam detentos nas penitenciárias, estupram prostitutas em esquinas sombrias ou espancam usuários de drogas em praças imundas. Aqui, há uma interessante mescla: indiferença em relação ao transgressor, falta de empatia com o diferente, arrogância dos que precisam se sentir superiores, ausência de misericórdia.

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