O primeiro-ministro espanhol,
Pedro Sánchez, e o presidente do executivo regional, o independentista Quim
Torra, partem para o encontro com posições muito afastadas sobre o lugar que a
Catalunha deve ocupar em Espanha
O Governo espanhol e o da
comunidade autónoma da Catalunha, maioritariamente independentista, têm esta
quarta-feira em Madrid a primeira reunião da "mesa de diálogo" sobre
o futuro daquela região.
O primeiro-ministro espanhol,
Pedro Sánchez, e o presidente do executivo regional, o independentista Quim
Torra, partem para o encontro com posições muito afastadas sobre o lugar que a
Catalunha deve ocupar em Espanha.
Sánchez quer discutir alterações
ao atual estatuto autonómico da Catalunha, dentro do respeito pela Constituição
de Espanha que defende a unidade do país.
Por seu lado, Torra vai meter o
acento tónico no "reconhecimento e exercício do direito à autodeterminação
da Catalunha", e o "fim da repressão, amnistia e reparação", do
qual faz parte a libertação do que chama serem "presos políticos".
Com a realização desta primeira
reunião, Pedro Sánchez cumpre o compromisso negociado com o partido
independentista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) de criar uma "mesa
de diálogo" com o executivo regional, embora Quim Torra, que pertence a
outro partido separatista, o Juntos pela Catalunha (JxCat), olhe com
desconfiança para este instrumento de resolução do conflito catalão.
O primeiro-ministro espanhol
conseguiu ser reconduzido em meados de janeiro, depois de negociar a criação
desta "mesa de diálogo" com a ERC, que agora está a disputar a
liderança do movimento separatista com o JxCat do presidente regional.
A comunidade autónoma da
Catalunha tem um forte movimento separatista, tendo os partidos
independentistas assumido a direção do Governo regional desde 2015 em eleições
sucessivas.
Os políticos catalães que
organizaram um referendo ilegal sobre a autodeterminação da região foram
julgados no ano passado e estão a cumprir penas que vão até um máximo de 13
anos de prisão, por crimes de sedição e/ou má gestão de fundos públicos.
Um grupo de independentistas está
fugido no estrangeiro não tendo ainda sido julgados, entre eles o ex-Presidente
do executivo catalão Carles Puigdemont, que está na Bélgica, e foi eleito
deputado do Parlamento Europeu.
Expresso | Lusa | Na imagem: Pedro Sánchez e Quim
Torra | Albert Gea / Reuters
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