quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A GUERNICA GLOBAL ESTÁ EM MARCHA


De vez em quando há Expresso Curto a que recorremos para permitir que nos inteiremos  do que nos rodeia e que muitas vezes escapa à atenção dos que devoram atualidade ou se “passeiam” a ler as “mais gordas” dos jornais, as manchetes e os títulos.

Do Curto de hoje vem à cabeça as desgraças que ocorrem na China. Vítor Matos, o autor da matinal publicação tem hoje a palavra. Descarrega na China como se todos nós no ocidente vivamos no melhor dos mundos… Sobre isso estamos conversados porque há algo de viral que não se chama coronavírus, nem é. O que parece é que há pessoas que contrairam algo em crianças  sobre aquela região do mundo repleta de milhares de milhões de pessoas onde o esforço de os governar bem é dantesco, impossível de avaliar com isenção no ocidente, onde a maioria dos cidadãos são carne para canhão embalados numa canção de ninar denominada democracia. Só democracia às vezes, desde que não contunda com os interesses das máfias financeiras, económicas, político-partidárias e por aí adiante. Retintos criminosos da humanidade. Assim sendo, escalpelizando a realidade ocidental até dá para ficarmos doentes com permanentes achaques de desilusão e veias dilatadas por revolta. 

Deixem-se de nos assediar a dourar a pílula. A sociedade ocidental é uma merda recheada de vigaristas, ladrões, parasitas da sociedade e esclavagistas da modernidade. Hoje com métodos diferentes que vão dar ao mesmo de há séculos. A exploração e o materialismo exacerbados onde as pessoas muito pouco contam. Em que uma percentagem ínfima de privilegiados se organiza para atormentar e explorar os muitos milhões que são os restantes. E então? Qual é o problema de na China estar a acontecer algo semelhante? Não se deve falar num mal sem se falar no outro. A não ser que não sejamos imparciais.

Adiante, que a “conversa” daria pano para mangas e aqui nem a deixamos ficar pela rama. Um quase nada.

Do Curto, que merece sempre ser lido (nada como conhecer o que dizem e saber para onde vão), salientamos o medo que alastra com o coronavírus. Pois é, ele chegou à Europa! Ora bolas, julgávamos que não! Até parece que o mundo está todo a ser bombardeado pela aviação nazi das grandes potências ocidentais. Uma Guernica Global.

A União Europeia… União? Só se for união dos mais ricos em detrimento dos mais pobres e remediados. Pois. Dizíamos: a UE está acagaçada nos topos da hierarquia - muita dessa ilustre corja nem foi eleita pelos cidadãos europeus – mas recusa-se a fechar fronteiras, para já. Afinal até dará jeito desenvencilhar-se de velhos e outros cidadãos com esta coisa da pandemia que pode estar a chegar. Muitos milhares já morreram na Ásia, na China, e a maleita está a avançar em passo de corrida. Até já chegou a África. Aí é que vai dar mesmo muito jeito que ceife vidas dos que são sistemáticos carenciados/esfomeados. Sempre serão menos os que tentarão melhor vivência na Europa, por exemplo. É o que a UE pensa? Quem? Os donos disto tudo, uns quantos vs milhares de milhões de seres humanos?

Sobrevivemos num mundo de exponencial hipocrisia a que chamam “politicamente correto” ser “assertivo”… Pois. E depois digam-nos lá como é que aqui, no ocidente, podemos acreditar nas elites, como podemos confiar nesses parasitas que esbulham e maltratam os restantes cidadãos – talvez mais de 90 por cento dos milhões de ocidentais.

E então? O que há de diferente no resto do mundo? O que há de diferente é os ocidentais  que ainda vão para lá – África, Ásia, Médio-Oriente e etc. – esbulhar as populações, fomentar guerras, roubar recursos naturais, poluir, destruir culturas… Um não mais acabar de neocolonialismo e selvajarias do educado, evoluído e desumano ocidente.

Bom dia. Hoje deu-nos para aqui. Fomos honestos, de acordo com o que pensamos e sentimos. Decerto que politicamente incorretos. Pois. Ainda bem, gostamos assim.

Passem bem. Saúde. E se não a tiverem não se apoquentem. O coronavírus talvez seja a solução… Vamos dentro em breve saber o que nos vai sair na rifa. Além disso existe a “taluda”. Está a sair na China. E por cá, o que irá acontecer?

Avance para o Expresso Curto. Atualize-se e medite. Use o cérebro. Pense. Não doi nada.

MM | PG



Bom dia, este é o seu Expresso Curto

O medo e as máscaras

Vítor Matos | Expresso

Bom dia!

Máscaras, mas não de Carnaval. Medo, mas não de máscaras. Zhang Chong deu à luz num hospital de Pequim, numa sala com 40 mulheres e apenas duas enfermeiras - sem saber se ela ou a criança corriam riscos de contaminação. A crise do coronavírus na China deixou os hospitais em mínimos - muito médicos e enfermeiros estão em quarentena ou foram destacados para acorrer às emergências. Num hospital quase deserto de pessoal, o bebé de Zhang Chong chorava, mas durante quatro dias não houve quem a pudesse ajudar. “Tive vontade de chorar umas cem vezes por dia”, dizia a sra. Chong ao “The New York Times”. O jornal norte-americano fez uma reportagem com um ângulo diferente, sobre como a crise de saúde pública mais grave dos últimos 70 anos na China está a afetar as grávidas e as parturientes.

O medo alastra com a doença. Esta terça-feira à noite, os contaminados já eram mais de 80 mil em todo o mundo, mas na China o número de mortos já ia em 2.698. Crises como esta podem ser um rombo num regime. Não me lembro de cidadãos chineses a fazer declarações para televisões ocidentais, a criticarem os hospitais, ou a revelarem o pânico que sentiam com a possibilidade de adoecerem. O artigo do NYT, com depoimentos de várias grávidas chinesas é um sinal de que a pressão da ditadura pode ter afrouxado .Ou talvez não, porque também segundo o “Times”, “as autoridades estão a tentar conter a pandemia e os detalhes sobre o vírus estão a tornar-se cada vez mais esparsas. Cidadãos-jornalistas foram silenciados. E ao pessoal médico foi dito para não falarem com os media”. O poder também tem medo. E uma ditadura usa, sempre, muitas máscaras.

O covid-19 pode ainda não ser a gripe espanhola, mas o mundo é tão diferente dos anos 20 do século passado que, mesmo assim, conter a pandemia pode revelar-se impossível. Bruce Aylward, médico canadiano, foi o especialista que liderou a equipa da Organização Mundial de Saúde enviada à China e disse ontem que o mundo "simplesmente não está pronto" para enfrentar a epidemia do novo coronavírus. Se é a própria OMS a assumi-lo, o mundo não só não está pronto como o medo alastrará com maior rapidez que o próprio vírus. Pode encontrar esta informação no liveblog que o Expresso foi atualizando ao longo desta terça-feira, com tudo o que foi acontecendo no mundo relacionado com a epidemia - a doença já chegou ao Brasil e a Espanha - e onde pode também encontrar dados como o número de vítimas e infetados por país.

Em Portugal, para já, apesar de ter sido internado o 17º caso suspeito - de um homem chegado de Milão -, tratou-se de mais um falso alarme. Só há, até ao momento, um caso confirmado: o de Adriano Maranhão, que, finalmente, foi transportado do paquete Diamond Princess para um hospital, em Okazaki, no Japão, depois de uma viagem de autocarro de sete horas (também pode ler esta história no direto do Expresso).

Entretanto, por cá, as máscaras de proteção começam a estar esgotadas nas farmácias, mais um sinal do medo: as farmácias de Norte a Sul esgotaram stocks nos últimos dias, muito procuradas por viajantes, noticia o Jornal de Notícias (sem link). “Foi uma loucura. Levavam às caixas para mandarem para a China”, contou ao JN uma farmacêutica de Braga.

Na Europa, o caso mais preocupante é o de Itália: são já 325 os infetados e o número de vítimas mortais subiu de sete para 11 — três delas registadas na região da Lombardia e uma em Veneto. O desfile da coleção da estilista portuguesa Alexandra Moura, na Semana de Moda de Milão, marcado para esta segunda-feira, foi cancelado, e casamentos e funerais são só para familiares próximos. A propagação do surto fez com que 11 cidades transalpinas fossem isoladas, cancelou-se o Carnaval de Veneza, escolas e igrejas foram encerradas. Nos estabelecimentos de ensino de quarentena já se ensina via tablet e as competições desportivas estão a ter limitações, explica o "La Repubblica".

Outro evento mundial que está dependente da evolução do surto são os Jogos Olímpicos: poderão ser cancelados? Os próximos três meses serão decisivos: Dick Pound, o mais veterano dos membros do Comité Olímpico Internacional, não coloca de parte um adiamento ou cancelamento dos Jogos, pode ler na Tribuna Expresso, mas está confiante que em julho a situação estará normalizada. Uma decisão final terá de ser tomada até finais de maio.

Por cá, o Presidente da República considerou, esta terça-feira, que o Covid-19 pode transformar-se num "problema europeu", dado o aumento de casos em Itália, e alertou para a impossibilidade do fecho de fronteiras. Em Bruxelas, o comissário para a gestão de crises anunciou 232 milhões de euros para ajudar a travar o surto e apelou para não se ceder ao pânico e à desinformação. E sublinhou que a introdução de controlos temporários nas fronteiras depende dos Estados-membros, embora avisando que qualquer decisão deve ser tomada com base em evidências científicas e não por razões apenas políticas, conta-nos Susana Frexes, a correspondente do Expresso e da SIC em Bruxelas.

No meio de uma crise assim, não é fácil encontrar um equiíbro entre a limitação da epidemia, o controlo do medo e a informação à população. Esperemos que em breve não tenhamos todos de andar de máscara...

OUTRAS NOTíCIAS

Morte de Laura Coelho - Há cinco anos que lutava contra um cancro nos ossos. A mulher do antigo primeiro-ministro e ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho, morreu ontem, no IPO de Lisboa, aos 54 anos. Marcelo Rebelo de Sousa disse que Laura Coelho "deixou um traço de humanidade e serviço comunitário na sociedade portuguesa".

Sócrates contra o aeroporto do Montijo - o ex-primeiro-ministro escreve no Expresso que "se a solução Montijo for adoptada ela será a única opção" que "nunca teve um estudo de comparação com qualquer outra alternativa". E alega que a escolha pela Base Aérea "parece resultar simplesmente da escolha da empresa Vinci". Para o ex-militante socialista, Alcochete seria a melhor opção.

Crise Portugal Venezuela - O ministro dos Negócios Estrangeiros reuniu-seem Genebra com o seu homólogo venezuelano, Jorge Arreaza. "Já disse publicamente e repeti ao meu colega venezuelano, Portugal não vai mudar a sua política externa e não vai mudar a sua política em relação à Venezuela", disse Augusto Santos Silva. Marcelo acha que foi "dado um passo".

Salgado e o segredo - A acusação a Ricardo Salgado está “presa” pelo sigilo profissional de uma testemunha, noticia hoje o "Público" em manchete. Segundo o diário, Rui Silveira, ex-administrador do BES, recusa levantar o sigilo profissional por ser advogado, no processo em que o Banco de Portugal investiga o papel de Salgado na sociedade suíça criada para financiar o GES (estão em causa transferências no valor de 1,3 mil milhões de euros). Falta um paredcer da Ordem dos Advogados, que terá uma palavra decisiva.

Comprava-lhes um carro? - Joacine Katar Moreira e André Ventura são os dois políticos menos confiáveis, segundo uma sondagem da Intercampus para o “Negócios” e para o “Correio da Manhã”, que colocou aos inquiridos a tradicional pergunta: “a quem não compraria um carro usado?”. Se Joacine e Ventura seriam aqueles que tinham mais dificuldde em desfazer-se da viatura, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins são os dois líderes em que os inquiridos parecem manifestar mais confiança (com Rui Rio à frente de António Costa).

Caso Football Leaks - Rui Pinto apresentou queixa contra Portugal na União Europeia por alegadamente ter havido “várias irregularidades na extradição" do informático "ao abrigo do direito europeu”, afirmou à agência France Press Luísa Teixeira da Mota, uma das suas advogadas.

Portugal condenado no caso Bragaparques - O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou que o advogado Ricardo Sá Fernandes não beneficiou "de um processo justo", além de constatar "omissões" e "falhas". Em causa está uma decisão judicial de 2014 dos juízes Almeida Cabral e Rui Rangel

O mais medalhado do mundo - Chama-se Lenine e é de Mafamude. O hino português ouviu-se ontem por duas vezes na Polónia, na cidade de Torun, onde decorre o Campeonato do Mundo de atletismo adaptado. O responsável chama-se Lenine Cunha, atleta de 37 anos que subiu ao lugar mais alto do pódio, após se sagrar vencedor nas modalidades de triplo salto e pentatlo. É o atleta paralímpico mais medalhado do mundo.

LÁ FORA

Morreu Hosni Mubarak - A morte de Mubarak fecha um capítulo aberto pelo seu antecessor, Anwar el-Sadat: 30 anos de presidência do Egito terminaram com a deposição mais mediática do século, escreve a Cristina Peres. Hosni Mubarak não resistiu à multidão da Praça Tahrir que, em 2011, exigiu que saísse. Escapou a várias tentativas de assassínio, mas foi condenado a prisão perpétua em 2011 e ilibado em 2017. Tinha 91 anos.

Brexit - O Conselho da UE deu luz verde a Bruxelas para iniciar negociações com Londres, que devem arrancar em março

Plácido pede perdão - O cantor de ópera espanhol Plácido Domingo pediu ontem perdão às 20 mulheres que o acusaram de assédio sexual nos Estados Unidos, após ter negado repetidamente as acusações e num momento em que um inquérito concluiu existir "comportamento inapropriado".

A estagnação da Alemanha - A economia alemã não cresceu no último trimestre de 2019 devido a quebras no investimento e nas exportações. De acordo com a estimativa do Destatis, o crescimento alemão, em termos homólogos, foi de apenas 0,6% em 2019, uma desaceleração para menos de metade em relação aos 1,5% registados em 2018.

Agentes de ex-benfiquista suspeitos - Fali Ramadani e Nikola Damjanac, da Lian Sports, são suspeitos de branquear mais de 10 milhões de euros em Espanha, conta-nos o Miguel Prado. Foram eles que levaram o sérvio Jovic para o Benfica, fazendo o clube da Luz pagar 6,6 milhões de euros ao Limassol, onde Jovic nunca jogou.

Bayern lançado - Ontem foi dia de jornada europeia. Amanhã jogam os portugueses. Nápoles e Barcelona empataram (1-1) na 1.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, na mesma noite em que o Bayern Munique foi a Londres deixar muito bem encaminhada a passagem aos quartos de final depois de bater o Chelsea por 3-0.

Dois filmes fabulosos - Escavar o passado para iluminar o presente. Tratam-se de "dois filmes fabulosos nos primeiros dias do Festival de Cinema de Berlim", segundo a crítica do Francisco Ferreira, que já antevê que “um par de filmes pede o Urso de Ouro aos primeiros dias do festival": são eles “First Cow”, de Kelly Reichardt e “Undine”, de Christian Petzold.

FRASES

“Em Idlib, está a acontecer um novo desastre humanitário, um dos piores de toda a crise na Síria, que em quase uma década já provocou inúmeros destes desastres. O regime sírio prossegue, a qulquer custo, na sua estratégia militar de reconquista do país, independentemente das consequências para a população civil síria (...) com o apoio da força aérea russa.”

Ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal, França, Itália, Alemanha, Espanha, Bélgica, Holanda, Estónia, Polónia, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Irlanda, Público

“Não tenho a menor consideração por quem titula políticas de extrema-direita, bem como por quem tende a desculpabilizá-las e por quem vier a prestar-se a estender-lhes a mão”.
Francisco Seixas da Costa, Jornal de Notícias

“Se porventura a Assembleia da República vier a propor mais tarde que este assunto [eutanásia] seja submetido a referendo, teremos provavelmente - caso se concretize - um resultado não vinculativo. (...) Dificilmente se conseguiria chegar aos cerca de 5,4 milhões de votos necessários para que o referendo fosse vinculativo.”

Luís Costa Correia (responsável pela organização das primeiras eleições constitucionais de 1976), no Público

“A proposta de orçamento da UE para o período de 2021-2027, discutida no último Conselho Europeu extraordinário e elaborado pelo seu presidente, o belga Charles Michel, é inaceitável para Portugal e não pode senão ser rejeitada”.
João Ferreira, eurodeputado do PCP, Público

O QUE ANDO A LER

Vasco Pulido Valente. Morreu um homem que sabia - mesmo que nem sempre concordasse com as opiniões sulfúricas dele -, e os sábios hoje são raros. Talvez por isso fosse tão pessimista, porque os pessimistas desconfiam dos homens, conhecem a espécie, e a espécie conhece-se muito estudando História. E VPV tinha lido muito. Ainda lia muito. Francisco Mendes da Silva escreve hoje isto no Negócios: "VPV era uma espinha encravada na nossa cultura afrancesada dos grandes planos, do optimismo antropológico triunfal, das elucubrações racionalistas. A história trágica das utopias não lhe sugeria qualquer esperança ou euforia, muito menos a frágil e sinuosa natureza humana". Ora aí está: um pessimismo clarividente.

O último texto que li dele e que não estava nos jornais, foi o artigo que escreveu no livro “Linhas Direitas, Cultura e Política à Direita”, uma edição coordenada pelo historiador Rui Ramos e pelo académico e social-democrata Miguel Morgado (que esteve até à última para se candidatar a líder do PSD, mas não avançou e optou por fazer um livro de combate ideológico e cultural).

O artigo não tem tanto a ver com o que ele leu, mas com o que viveu e começa com evocação de um retrato onde aparece com Sá Carneiro, no dia em que foi assinado o acordo para a Aliança Democrática. O texto é um argumento a favor da ideia de que o PSD é um partido historicamente de direita e não de esquerda - ou do “centro” como Rui Rio agora cristalizou como o novo posicionamento do partido. Em 1978, “as coisas não estavam brilhantes para ele [Sá Carneiro] e para o PSD”, descrevia Pulido Valente. “O general Eanes queria dividir o partido, e resolvera (como lhe permitia a Constituição da altura) formar um Governo de iniciativa presidencial com Carlos Mota Pinto à frente, que inevitavelmente arrastaria com ele uma parte do PSD”. Depois, o cronista apontava: “Dos militantes que ficaram, uma outra parte preparava outra cisão. Era a parte que se dizia social-democrata e rejeitava com alarido a insinuação de que pertencia à direita.”

Na verdade, a cisão deu-se com a saída de mais de 40 deputados das Opções Inadiáveis, em rutura com Sá Carneiro. Que VPV classifica assim: “Pretendia reorientar o partido para a esquerda, uma doença depois recorrente no PSD que Sá Carneiro precisava de eliminar”. E a seguir conta como, com Carlos Macedo, fez um périplo pelo PSD a garantir que a esquerda eram eles e o líder. Era conversa, claro, para quem quase 40 anos depois classificava aquela guerra interna como o “confronto” entre as “duas eternas correntes do PSD”.

É apenas um pequeno artigo num livro com dezenas de participantes, mas serve para deixar aqui algumas recomendações de leitura de outros livros obrigatórios de VPV, sem contar com a compliação de crónicas, como o recente "De Mal a Pior": “Glória”, a história verdadeira de um político famoso que acaba homicida passional; “O Poder e o Povo”, adaptação da tese de doutoramento que nos dá uma ideia do que foi a novíssima República liberal; ou “Ir Pró Maneta”, sobre o general Loison, um facínora ao serviço de Napoleão que mostra o que passaram os portugueses durante as invasões francesas.

Com estas sugestões despeço-me, que este Curto vai longo. Tenha um bom dia e continue a seguir a atualidade no Expresso, na Tribuna e na Blitz.

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