O bloco dos conservadores
e ultraconservadores no Irão é o grande vencedor das legislativas de
sexta-feira, tendo já eleito 191 dos 290 lugares do Majlis (parlamento),
segundo dados parciais avançados hoje por 'media' locais.
Segundo a agência semioficial Fars,
já foram eleitos 241 deputados, que correspondem a 202 dos 208 círculos
eleitorais em que está dividido o país.
A Fars avança que, dos
241 deputados eleitos, 191 fazem parte do bloco conservador e ultraconservador;
os reformistas e moderados, que eram a força maioritária -- embora
sem maioria absoluta -, foram varridos do Majlis, tendo obtido apenas 16
deputados.
Os restantes 34 lugares já
atribuídos pertencem a independentes.
Os valores indicados significam
que a linha dura do regime vai voltar a dominar o poder legislativo e cria
condições para arrebatar a Presidência da República nas eleições a realizar em
2021.
No próximo dia 17 de abril realiza-se
uma segunda volta para 14 assentos.
A Comissão Eleitoral não divulgou
ainda dados relativos à participação dos 57.918.159 eleitores inscritos,
incluindo cerca de 3 milhões de novos votantes, por terem alcançado a idade
mínima para votar: 18 anos, mas a Fars adianta um dado revelador do
alcance da abstenção, pelo menos na capital, Teerão.
Segundo aquela agência, em
Teerão, votaram cerca de 1,9 milhões dos cerca de 9 milhões de eleitores
inscritos, o que representa uma taxa de abstenção superior a 70%.
Maior círculo eleitoral do país,
Teerão tinha 30 lugares em disputa, tendo todos sido arrebatados pelos
conservadores e ultras, repetindo o que se passou nas legislativas anteriores,
em 2016, quando os reformistas e moderados ocuparam os 30 assentos.
O bloco reformista e moderado foi
prejudicado pela desqualificação de milhares dos seus candidatos, chumbados
pelo Conselho Guardião, e o descontentamento do eleitorado que preferiu
abster-se em protesto contra a crise económica por que passa o país e a falta
de cumprimento das promessas feitas pelo governo do Presidente Hassan Rohani de
maior liberalização nos usos e costumes vinculados à Revolução Islâmica,
que derrubou em 1979 a dinastia Pahlavi.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Reuters
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