quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Portugal | Votar ao lado dos fascistas



Ana Alexandra Gonçalves* | opinião

A questão em epígrafe coloca-se agora que existe um partido fascista com assento parlamentar, e agora que partidos como o Bloco de Esquerda não percebem que votar propostas desses partidos é passar uma linha vermelha, por muito interessante que a proposta apresentada aparente ser.

Aconteceu numa das votações do Orçamento de Estado e Bloco caiu na asneira de ver apenas a medida ignorando o enorme elefante na sala. Ao votar-se numa proposta do Chega está-se, mesmo que inadvertidamente, a reforçar a importância de um partido cujo líder e deputado, há escassos dias, convidou outra deputada a voltar para a sua terra, entre um chorrilho de ideias, frases e gestos fascistas.

Não adiantará depois acusar esse mesmo partido de "não ter gente séria", quando antes se votou numa das suas propostas.

Tudo isto é novo. É um facto. Pelo menos na História recente do país. O aparecimento de partidos de génese fascista causa naturalmente apreensão, hesitações e até confusão. Espera-se assim que partidos como o Bloco de Esquerda percebam que este fenómeno é para ser combatido e não apoiado, mesmo que inadvertidamente.

*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

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