Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
A questão em epígrafe coloca-se agora que existe um partido fascista com assento parlamentar, e agora que partidos como o Bloco de Esquerda não percebem que votar propostas desses partidos é passar uma linha vermelha, por muito interessante que a proposta apresentada aparente ser.
Aconteceu numa das votações do Orçamento de Estado e Bloco caiu na asneira de ver apenas a medida ignorando o enorme elefante na sala. Ao votar-se numa proposta do Chega está-se, mesmo que inadvertidamente, a reforçar a importância de um partido cujo líder e deputado, há escassos dias, convidou outra deputada a voltar para a sua terra, entre um chorrilho de ideias, frases e gestos fascistas.
Não adiantará depois acusar esse mesmo partido de "não ter gente séria", quando antes se votou numa das suas propostas.
Tudo isto é novo. É um facto. Pelo menos na História recente do país. O aparecimento de partidos de génese fascista causa naturalmente apreensão, hesitações e até confusão. Espera-se assim que partidos como o Bloco de Esquerda percebam que este fenómeno é para ser combatido e não apoiado, mesmo que inadvertidamente.
*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão
Sem comentários:
Enviar um comentário