Pilhas de cadáveres em frente a edifícios destruídos em Dresden, após os ataques aéreos, em 13 e 14 de Fevereiro de 1945
Os ocidentais sabem que os americanos bombardearam a cidade de Dresden, na
Alemanha, no final da Segunda Guerra Mundial, mas a maior parte da verdade foi
suprimida logo que aconteceu. Dresden era o centro cultural da Alemanha
Oriental, uma cidade cheia de museus e edifícios históricos e os historiadores
concordavam, por unanimidade, que Dresden não tinha valor militar. A pouca
indústria que tinha, produzia só cigarros e porcelana.
Nem Churchill nem Roosevelt estavam
interessados em terminar a guerra ou em atacar instalações militares que ainda
existiam a 100 km à volta de Dresden. Naquela época, o exército russo estava a
avançar, e há alguma verdade na versão de que os americanos queriam mostrar aos
russos o impressionante poder de uma força militar verdadeiramente avançada,
para impedir que a Rússia alimentasse ambições em relação à Europa. Parece que
o Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill, e o Presidente dos
EUA, Roosevelt, queriam o que chamavam um “trunfo”, um “trovão de
aniquilação anglo-americano” devastador, para “impressionar” Estaline. Mas
poderia ter sido efectuado de muitas outras maneiras e lugares. Dresden não foi
seleccionada por este motivo. Havia outras duas grandes motivações que serão
visíveis a seguir.
O bombardeio de Dresden é um dos
muitos acontecimentos históricos que foram fortemente alterados pelos
vencedores, com alegações sobre o número de vítimas dos chamados historiadores,
variando entre 25.000 ou 30.000, quando a contagem provável era de, pelo menos,
30 vezes esse número. A maioria das versões remodeladas desse holocausto
tendem, praticamente, a ignorar, ou a subestimar deliberadamente, o vasto fluxo
de refugiados que vinha a fluir para Dresden há semanas; as estimativas mais
precisas que eu vi, variam entre 500.000 e este número tem de ser acrescentado
à população local. Churchill e Roosevelt estavam plenamente
conscientes dessa horda imensa e indefesa e, na sua procura pelo “trovão do
trunfo”, foram citados como estando activamente à procura de “sugestões sobre
como incinerar 600.000 refugiados”. A Internet está muito saneada sobre este
assunto.
Um ponto importante que os
historiadores escolheram ignorar foi que os americanos e os britânicos
bombardearam não só Dresden, mas centenas de pequenas cidades ao redor de
Dresden, muitas das quais ficaram tão destruídas que nunca foram reconstruídas.
O motivo era o genocídio, uma pequena parte da intenção geral em destruir
totalmente a Alemanha. Com a destruição total dessas cidades pequenas, a
população estava a ser conduzida - pastoreada como animais – para as cidades
maiores como Dresden, onde podia ser abatida através de um único ataque maciço.
Os bombardeamentos iniciais cercaram áreas como Dresden, expulsando as pessoas
das suas cidades menores, para centros maiores, onde podiam encontrar comida,
abrigo e talvez assistência médica. Muitas vezes, os Aliados bombardeavam
estradas e caminhos de ferro em volta dessas cidades circunvizinhas, para
impedir uma fuga dos refugiados nessas direcções, conduzindo-os implacavelmente
aos matadouros. O plano era exterminar o maior número possível de alemães. Na
data do bombardeio, a cidade estava cheia de centenas de milhares de refugiados
que fugiam de outras áreas que estavam a ser atacadas.
Outro assunto que os
historiadores se recusam a enfrentar é que Dresden foi seleccionada não
especificamente para extermínio, mas devido ao seu valor cultural, para colocar
uma estaca no coração da herança cultural alemã e deixar uma ferida que nunca
se poderia curar, devido à destruição permanente de partes insubstituíveis da
alma alemã, para abrir uma ferida na psique alemã que nunca se curaria.
Em ondas sucessivas de
bombardeios com bombas incendiárias, os americanos transformaram a cidade
inteira numa enorme tempestade de fogo, matando talvez um milhão de civis. Com
o elevado número de refugiados, os verdadeiros totais nunca serão conhecidos, mas
foi um acontecimento único e um dos piores massacres de todos os tempos. Como,
mais tarde, o escritor Kurt
Vonnegut escreveu:
“Vocês queimaram tudo,
transformaram a cidade numa única coluna de chamas. Morreram lá mais pessoas na
tempestade de fogo, naquela grande chama, do que morreram em Hiroshima e
Nagasaki juntas”.
Naquela noite de 1945, foi “uma
orgia de genocídio e barbárie contra uma cidade alemã indefesa, um dos maiores
centros culturais do norte da Europa”. Mais de 700.000 bombas de fósforo foram
lançadas sobre 1.2 milhões de pessoas. Uma bomba para cada 2 pessoas. A
temperatura no centro da cidade atingiu 1800 ° C, derretendo as superfícies das
ruas e incinerando, instantaneamente, mais de 500.000 mulheres, crianças e
idosos.
Bombardeiros aliados enormes
atacaram Dresden repetidamente e, após completar a sua terceira onda, os EUA
enviaram caças P-51 Mustang que atingiram tudo que se movia. Eles voaram ao
longo do rio Elba, onde as margens estavam carregadas de refugiados que ainda
chegavam e mataram quase todos eles. Atacaram colunas de ambulâncias e veículos
de resgate que tentavam evacuar os sobreviventes, atacaram hospitais e
metralharam os pacientes indefesos. Metralharam todos os animais do Jardim
Zoológico de Dresden. Realmente, Dresden foi uma orgia de morte e destruição,
mas era mais. Foi a celebração do mal. Não fazia parte de uma guerra; estavam a
matar pelo prazer de matar e pela exultação que esse prazer lhes causava. Após
a guerra, Churchill foi condecorado pelo seu êxito, enquanto os
americanos comemoravam a sua supremacia na pacificação civil, e ainda outros,
celebravam outro capítulo da destruição da Alemanha.
*Larry Romanoff é
colaborador frequente do site Global Resarch.
A fonte original deste artigo
é Global Resarch.
Extraído por PG de No War No NATO
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